“Fanatismo, esse
filho desnaturado da religião.”
Voltaire.
O Brasil como todos sabemos, é uma país
com multiplas raças, credos e abriga povos e descendentes de todos os cantos do
planeta formando uma etnia pluralista que contempla uma cultura diversificada
e única.
O sincretismo é percebido
através dos rituais, superstições, processos e ideologias. Um dos exemplos mais
clássicos de sincretismo religioso no Brasil ocorreu durante a
colonização do país, quando a religião Cristã
(Católica) foi incorporada no conjunto de crenças indígenas.
Desde o seu descobrimento no Brasil é
considerada a existência do sincretismo religioso, que foi
intensificada com a presença de escravos africanos que, com seus costumes e
ritos, difundiram sua cultura entre os brasileiros e disseminaram sua religião
entre os povos.
Sob o ponto de vista da religião, o
sincretismo é a fusão de diferentes cultos ou doutrinas religiosas, com
reinterpretação de seus elementos. Já do ponto de vista da filosofia é a síntese,
razoavelmente equilibrada, de elementos díspares, originários de diferentes
visões do mundo ou de doutrinas filosóficas distintas.
O Brasil é um dos países mais religiosos
do mundo e uma das nações onde há maior sincretismo religioso. Essa amálgama de
religiões se iniciou com a chegada dos primeiros colonizadores portugueses ao
continente.
Hoje, no Brasil, existem seguidores de
diversas religiões, como Cristianismo, Umbanda, Candomblé, Judaísmo,
Espiritismo, Islamismo e Budismo. Essa diversidade é resultado do processo
histórico de construção do país, que recebeu povos de diferentes regiões do
mundo.
Apesar do processo de globalização, que
busca a mundialização do espaço geográfico – tentando, através dos meios de
comunicação, criar uma sociedade homogênea – aspectos locais continuam
fortemente presentes. A cultura é um desses aspectos: várias comunidades
continuam mantendo seus costumes e tradições.
O Brasil, por apresentar uma grande
dimensão territorial possui uma vasta diversidade cultural. Os colonizadores
europeus, a população indígena e os escravos africanos foram os primeiros
responsáveis pela disseminação cultural no Brasil. Em seguida, os imigrantes
italianos, japoneses, alemães, árabes, entre outros, contribuíram para a
diversidade cultural do Brasil. Aspectos como a culinária, danças, religião são
elementos que integram a cultura de um povo.
Apesar deste historico do nosso
sincretismo religioso o Brasil é um país laico, ou ao menos deveria ser. O Brasil tornou-se
um Estado laico com o Decreto nº 119-A, de 07/01/1890, de autoria de
Ruy Barbosa. Até o advento deste Decreto, havia liberdade de crença
no Brasil, mas não havia liberdade de culto.
O atual governo precisa agir com
respeito a todos as religiões e cultos existente em nossa terra, respeitando
assim, nosso povo, nossa cultura e nossa Constituição Federal conforme seu
Art.º 5º, VI que amparam a liberdade de religião.
Eventos religiosos e encontros com
líderes de igrejas somam 46 itens da agenda somente no primeiro ano de governo.
Além dos encontros com lideranças, Bolsonaro participou de eventos e
celebrações, como a Convenção Nacional das Assembleias de Deus no Brasil e
a 27.ª edição da Marcha para Jesus, tornando-se o primeiro presidente a
comparecer ao evento, em São Paulo.
O presidente Jair
Bolsonaro afirmou na manhã desta quarta-feira (10) que terá direito a
indicar dois ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e que "um deles
será terrivelmente evangélico". Isso é conflitante e extremamente
contrário a um país laico.
Autor:
Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.
Nenhum comentário:
Postar um comentário