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2 de março de 2020

Sincretismo – O Brasil no auge da loucura real!

“Fanatismo, esse filho desnaturado da religião.”
Voltaire.

O Brasil como todos sabemos, é uma país com multiplas raças, credos e abriga povos e descendentes de todos os cantos do planeta formando uma etnia pluralista que contempla uma cultura diversificada e única.
O sincretismo é percebido através dos rituais, superstições, processos e ideologias. Um dos exemplos mais clássicos de sincretismo religioso no Brasil ocorreu durante a colonização do país, quando a religião Cristã (Católica) foi incorporada no conjunto de crenças indígenas.
Desde o seu descobrimento no Brasil é considerada a existência do sincretismo religioso, que foi intensificada com a presença de escravos africanos que, com seus costumes e ritos, difundiram sua cultura entre os brasileiros e disseminaram sua religião entre os povos.
Sob o ponto de vista da religião, o sincretismo é a fusão de diferentes cultos ou doutrinas religiosas, com reinterpretação de seus elementos. Já do ponto de vista da filosofia é a síntese, razoavelmente equilibrada, de elementos díspares, originários de diferentes visões do mundo ou de doutrinas filosóficas distintas.
O Brasil é um dos países mais religiosos do mundo e uma das nações onde há maior sincretismo religioso. Essa amálgama de religiões se iniciou com a chegada dos primeiros colonizadores portugueses ao continente.
Hoje, no Brasil, existem seguidores de diversas religiões, como Cristianismo, Umbanda, Candomblé, Judaísmo, Espiritismo, Islamismo e Budismo. Essa diversidade é resultado do processo histórico de construção do país, que recebeu povos de diferentes regiões do mundo.
Apesar do processo de globalização, que busca a mundialização do espaço geográfico – tentando, através dos meios de comunicação, criar uma sociedade homogênea – aspectos locais continuam fortemente presentes. A cultura é um desses aspectos: várias comunidades continuam mantendo seus costumes e tradições.
O Brasil, por apresentar uma grande dimensão territorial possui uma vasta diversidade cultural. Os colonizadores europeus, a população indígena e os escravos africanos foram os primeiros responsáveis pela disseminação cultural no Brasil. Em seguida, os imigrantes italianos, japoneses, alemães, árabes, entre outros, contribuíram para a diversidade cultural do Brasil. Aspectos como a culinária, danças, religião são elementos que integram a cultura de um povo.
Apesar deste historico do nosso sincretismo religioso o Brasil é um país laico, ou ao menos deveria ser. O Brasil tornou-se um Estado laico com o Decreto nº 119-A, de 07/01/1890, de autoria de Ruy Barbosa. Até o advento deste Decreto, havia liberdade de crença no Brasil, mas não havia liberdade de culto.
O atual governo precisa agir com respeito a todos as religiões e cultos existente em nossa terra, respeitando assim, nosso povo, nossa cultura e nossa Constituição Federal conforme seu Art.º 5º, VI que amparam a liberdade de religião.
Eventos religiosos e encontros com líderes de igrejas somam 46 itens da agenda somente no primeiro ano de governo. Além dos encontros com lideranças, Bolsonaro participou de eventos e celebrações, como a Convenção Nacional das Assembleias de Deus no Brasil e a 27.ª edição da Marcha para Jesus, tornando-se o primeiro presidente a comparecer ao evento, em São Paulo.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou na manhã desta quarta-feira (10) que terá direito a indicar dois ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e que "um deles será terrivelmente evangélico". Isso é conflitante e extremamente contrário a um país laico.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.

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