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25 de junho de 2021

Covaxin – A vacina da Índia que pode fazer mal a Bolsonaro!

 No Brasil normalmente os presidentes não são investigados em relação à corrupção que os envolvam durante seus mandatos, não porque as leis e a Constituição Federal não permitam, ao contrário, mas porque o Congresso Nacional é geralmente composto de políticos que são verdadeiros vassalos, cúmplices e coniventes com tudo que ocorre no Poder Executivo. A obtenção de cargos emendas e favores impedem-nos de agirem com a lisura que desejamos.

No atual governo Bolsonaro não é diferente. A blindagem é grande e durou dois anos e meio, até que uma CPI no Senado em virtude das milhares de mortes ocorridas na pandemia da covid-19 os obrigou a fazer algo para investigar ações de omissão e crime do governo.

As suspeitas de irregularidades na compra de 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin ao preço total de R$ 1,6 bilhão são o novo front de desgaste para o governo Jair Bolsonaro na pandemia de coronavírus. O contrato foi fechado pelo Ministério da Saúde em 25 de fevereiro. Envolvia as entregas em cinco lotes a partir de meados de março/20. Nenhuma vacina foi entregue. Com o agravamento da pandemia, a Índia passou a segurar os imunizantes no país.

Documentos obtidos pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid indicam que o valor contratado pelo governo brasileiro, de US$ 15 por vacina (R$ 80,70), ficou bastante acima do preço inicialmente previsto pela empresa Bharat Biotech, de US$ 1,34 por dose.

Além disso, o servidor público federal Luís Ricardo Miranda, chefe da divisão de importação do Ministério da Saúde, disse ao Ministério Público Federal ter sofrido uma "pressão incomum" de outra autoridade da pasta para assinar o contrato com a empresa Precisa Medicamentos, que intermediou o negócio com a Bharat Biotech.

 A Precisa Medicamentos, empresa responsável pela importação da vacina indiana Covaxin, desmentiu a versão do ministro da Secretária-geral da República Onyx Lorenzoni sobre os documentos da importação da vacina indiana Covaxin. Cai por terra a versão do governo, que está envolvido em novo escândalo de corrupção.

Onix Lorenzoni, salvo por Sérgio Moro, quando este ainda era Ministro da Justiça, do crime de Caixa 2, segundo a empresa, mentiu ao acusar o servidor Luis Ricardo Miranda e seu irmão, o deputado Luis Miranda (DEM-DF), de terem divulgado um documento fraudado quando tornaram pública denúncia de irregularidades no processo de contratação do imunizante indiano com intermediação da empresa brasileira Precisa. Com base na acusação falsa (pleonasmo no caso do governo Bolsonaro), o governo federal está coagindo o deputado Luís Miranda e seu irmão, que denunciaram corrupção na compra da Covaxin. 

A denúncia do deputado Luis Miranda e de seu irmão alcançaram grande repercussão e elevaram a temperatura da situação política do país. Ambos vão depor na CPI da Covid.

Embora o Ministério da Saúde não tenha pago nenhum lote, logo após a assinatura do contrato, o Ministério Público Federal (MPF) e o Tribunal de Contas da União (TCU) pediram a suspensão da compra, alegando que o negócio era “arriscado”, já que o medicamento ainda não tinha comprovação de eficácia nem avaliação sobre sua segurança.

O MPF iniciou apuração civil sobre o contrato entre a pasta da Saúde e a Precisa Medicamentos, representante no Brasil da Bharat Biotech. No dia 16, despacho da procuradora da República Luciana Loureiro apontou haver indícios de crimes, o que justificaria uma investigação criminal.

O MPF sugere que há indícios de favorecimento da gestão Pazuello à Precisa. Os motivos: cláusulas benevolentes "a omissão de atitudes corretivas", valor muito alto pago no imunizante, "pressão atípica" que servidores do Ministério da Saúde teriam recebido nas negociações. Em depoimento ao MPF, Luís Ricardo Miranda, servidor da área técnica do Ministério da Saúde, disse que sua equipe estava desconfortável em autorizar a importação em razão das falhas de documentação e inconsistências do contrato.

Em seu depoimento ao MPF, Miranda afirmou ter "sofrido pressão atípica" de vários setores do ministério para o envio de documentação, mesmo que incompleta, à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A agilidade na negociação chamou a atenção do MPF. Enquanto o governo federal precisou de 97 dias para assinar a compra da Covaxin, levou 330 dias para fechar o contrato com a Pfizer.

Tudo que envolve o governo Bolsonaro está coberto de substâncias escuras, com cheiro forte de enxofre, aquilo que envolve pandemia, vacinas, tem a marca do desrespeito como sinal maior de um governo que não fez nada que pudesse minimizar os efeitos terríveis de um vírus que matou mais de meio milhão de brasileiros sem vacinas.

 

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

https://g1.globo.com/politica/blog/valdo-cruz/post/2021/06/24/empresa-que-receberia-pagamento-pela-covaxin-e-de-fachada-avalia-cupula-da-cpi-da-covid.ghtml 

https://www.brasil247.com/cpicovid/em-25-de-fevereiro-governo-bolsonaro-comemorou-contrato-para-compra-da-covaxin 

22 de junho de 2021

"De que lado da Terra plana vamos pular?"

Meio milhão de brasileiros já morreram devido ao coronavírus. No entanto, o presidente segue insistindo em seu negacionismo. A tragédia, portanto, não vai cessar, escreve Thomas Milz.

"Podemos chegar a 500 mil mortos na metade do ano", previu o neurocientista Miguel Nicolelis no início de março. O jornal O Globo chamou a previsão de "catastrófica" na época. Agora aconteceu, e dez dias antes do que Nicolelis havia previsto. Muitos especialistas acreditam que o número real de casos seria ainda muito maior. Mas vamos nos ater aos números que temos. E eles já são ruins o suficiente. Somente nos Estados Unidos morreram mais pessoas do que no Brasil.

O presidente Jair Messias Bolsonaro não confia nos números oficiais, mesmo que eles tenham sido confirmados por seu próprio Ministério da Saúde, que, em seu site, também mostra 500 mil mortes por covid-19. Uma semana atrás, porém, Bolsonaro disse ao público evangélico que os números foram alcançados através de uma supernotificação, o que, segundo ele, seria confirmado por documentos do TCU. Ficou provado que isso é mentira. Mas os apoiadores do presidente não estão incomodados e simplesmente continuam divulgando a suposta fraude nos números nas mídias sociais.

Eu fico com os números oficiais. Segundo eles, cerca de duas mil pessoas ainda estão morrendo todos os dias. E parece que está chegando uma terceira onda. As taxas de mortalidade e novas infecções estão novamente em ascensão. Os cientistas da Fiocruz – também uma entidade estatal – declararam esta semana que a "transmissão comunitária" no Brasil é novamente "extremamente alta". Portanto, por enquanto não há um fim à vista para a pandemia. Isso é ruim para as crianças em idade escolar, que não tiveram educação adequada em um ano. E é ruim para os brasileiros que vão para o trabalho todos os dias e correm o risco de serem infectados.

Enquanto amigos e familiares da Alemanha contam como estão felizes com a diminuição do número de infecções e aguardam animados o início do verão, o inverno brasileiro, por outro lado, promete mais tristeza. Tenho um sentimento familiar de que "no Brasil há muitas necessidades, mas pouca urgência". Pouco se age, apesar de haver tantos problemas urgentes.

Falei com Antônio Carlos Costa, fundador da ONG Rio de Paz, que há anos vem tentando conscientizar as pessoas sobre a urgência de agir. Às vezes eles fixam cruzes de madeira na areia de Copacabana para crianças mortas por balas perdidas, às vezes eles soltam balões para as vítimas do coronavírus. No domingo, eles lembrarão a morte de 500 mil pessoas por coronavírus em Copacabana. Costa reclama das "falhas da nossa cultura, caracterizada pelo improviso e pela falta de espírito público".

Ainda assim, dá para dizer que há luz no fim do túnel, mesmo que pequena? Sim! Na última quinta-feira, 2,2 milhões de doses de vacinas foram administradas no Brasil em 24 horas. Desde o início da pandemia, especialistas sempre me garantiram que o país poderia aplicar entre 2 e 3 milhões de doses por dia. A infraestrutura está em funcionamento há muito tempo, graças ao SUS. Uma vez que vacinas suficientes estivessem disponíveis, diziam, isso aconteceria rapidamente. Aparentemente, isso está finalmente acontecendo.

As perspectivas não são tão ruins assim. Até setembro ou outubro, o mais tardar, todos os adultos poderão ser vacinados. Ou pelo menos aqueles que querem. Tanto Bolsonaro quanto seu filho Eduardo tentaram novamente na última semana abalar a confiança da população em relação às vacinas. "As vacinas da covid não seguiram os protocolos normais e reações adversas têm ocorrido", afirmou o deputado nas mídias sociais. Seu pai fez eco, afirmando que as vacinas "não têm comprovação científica", mas que estão meramente em "estado experimental".

Na Alemanha, também houve escândalos de corrupção em torno da aquisição de máscaras. E os europeus também não têm sido particularmente hábeis na aquisição de vacinas. E, é claro, os políticos de todo o mundo não sabiam o que fazer no início da pandemia. Em todas as partes, houve falhas, erros, tomaram-se caminhos errados. Mas qualquer um que, após quase um ano e meio de pandemia, ainda se agarra a medicamentos comprovadamente ineficazes e questiona a eficácia das vacinas – contra todas as evidências científicas – só pode ser acusado de má intenção.

Ou para usar as palavras da infectologista Luana Araújo: "Ainda estamos aqui discutindo uma coisa que não tem cabimento. É como se estivéssemos discutindo de que borda da terra plana vamos pular."

 

Autor: Thomas Milz tem mestrado em Ciências Políticas e História da América Latina e, há 15 anos, trabalha como jornalista e fotógrafo para veículos como o Bayerischer Rundfunk, a agência de notícias KNA e o jornal Neue Zürcher Zeitung. É pai de uma menina nascida em 2012 em Salvador. Depois de uma década em São Paulo, mora no Rio de Janeiro há quatro anos.

21 de junho de 2021

Mentira – Parceira fiel do governo federal!

 A CPI da Covid mapeou, no último mês, pelo menos 38 declarações contraditórias ou falsas de depoentes, a maioria do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. O levantamento é feito durante cada sessão pela equipe do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e deve ser encaminhado ao Ministério Público e incluído no relatório final, segundo integrantes da comissão.

As mentiras dos bolsonaristas começaram muito antes da posse do presidente, elas vieram antes das eleições em 2018, na forma de fake news espalhadas massivamente por disparos de empresas contratadas por agências ligadas aos apoiadores de Bolsonaro.

Essa prática nociva e criminosa avançou na medida que o governo começou sua gestão em 2019. Permaneceu viva enviando mensagens mentirosas sobre obras falsas, ações governamentais que nunca existiram e isso inundou whatsapp e redes sociais.

As contradições e mentiras emanadas por integrantes do governo na CPI reforçam, entre integrantes da comissão, a avaliação de que as autoridades foram treinadas e orientadas para tentar blindar o presidente Jair Bolsonaro em seus depoimentos. O que nunca foi difícil para essa escória que o acompanha desde a campanha eleitoral até o atual momento de seu governo.

A desconfiança da CPI começou quando do depoimento de Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação Social do governo federal. Ele negou a declaração que havia dado em entrevista à revista “Veja” de que teria havido “incompetência” de Pazuello.

Depois, a CPI pediu que o Ministério Público Federal (MPF) avaliasse se houve falso testemunho. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da comissão, defende que o mesmo seja feito com depoimentos do atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e de Pazuello.

“Constatou que foi mentira, tem que encaminhar para o Ministério Público. A rigor, era para o cara ser preso na hora. Estamos fazendo uma concessão encaminhando para o Ministério Público depois”, diz Randolfe.

A rede formada pelo governo em torno da Cloroquina e do chamado tratamento precoce, algo que beira o charlatanismo explica de certo modo como operaram na divulgação de áudios, vídeos e muita fake news entupindo internet, whatsapp e redes sociais.

Recentemente, a sociedade ficou sabendo do gabinete paralelo e do orçamento paralelo. Isso mostra que o governo Bolsonaro é um governo paralelo a tudo que acontece no país, mortes pela covid, fome, desemprego, problemas de transmissão de energia elétrica, enfim, está à margem de tudo isso, desfrutando de um gabinete que contém seus íntimos assessores falando de cloroquina e tudo mais que o presidente quer ouvir e falar.

Nesta semana, a CPI da Covid deve ouvir o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) e o assessor para assuntos internacionais da Presidência da República Filipe Martins, apontados como membros do “gabinete paralelo” que assessorou Bolsonaro a tomar decisões durante a pandemia.

A sociedade brasileira em “paralelo” torce para que haja um desfecho contundente dessa CPI no Senado, encaminhando para investigações todos os envolvidos em crimes praticados na pandemia e que o Presidente Paralelo Bolsonaro seja punido, se possível com a abertura de um processo de impeachment.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

Atos contra Bolsonaro são reflexo de seu governo pífio

 Após um longo período, as aguardadas manifestações contra o governo Bolsonaro e sua pessoa ignóbil eclodiram finalmente após o início das vacinações contra a covid. Segundo dados preliminares, mais de meio milhão de brasileiros foram as ruas em diversas capitais e cidades do país.

Rapidamente o governo, aliados e parcela governista da mídia correram para tentar justificar o ato. Alegam falsamente que são partidos políticos que estão por trás das manifestações.

Isso não é verdade, embora nas ruas tenham bandeiras de partidos políticos levadas por simpatizantes e até alguns políticos, o ato representa muito mais do que simplesmente a presença de partidos da oposição.

Estavam nas ruas e vão continuar se manifestando brasileiros inconformados com várias coisas inerentes ao desgoverno Bolsonaro, como por exemplo:

- As mais de 502 mil mortes decorrentes da ausência de vacinas contra a covid;

- O fato de o presidente não ter comprado as vacinas na quantidade e no tempo certo;

- A fome invisível que assola cerca de 20 milhões de brasileiros, uma parcela significativa da sociedade sem que o governo faça alguma coisa para solucioná-la;

- O desemprego aliado ao subemprego que destrói a autoestima de milhões no país e não teve em dois anos e meio nenhuma ação governamental;

- O descaso de Bolsonaro para com tudo isso e seu governo inerte, omisso e sem perspectivas de futuro.

Outro problema é em relação ao auxílio emergencial que está sendo pago em parcelas de R$ 150, R$ 250 e R$ 375. O piso compra menos de 25% da cesta básica em algumas capitais brasileiras, segundo o Dieese. Na primeira onda da pandemia, o governo propôs um auxílio de apenas R$ 200, mas o Congresso Nacional forçou o aumento do valor, que passou a ser de R$ 600/R$ 1.200 por domicílio. No segundo semestre, o benefício foi reduzido para R$ 300/R$ 600 por família.

A revolta de uma grande parcela da população vai além das questões partidárias, única coisa que preocupa o governo federal, milhões de brasileiros já perceberam que o governo Bolsonaro está preocupado com coisas que não dizem respeito a sua vida e de seus familiares como: Exército, Reeleição, Agredir adversários político como Lula ou Dória, Insistir com a inútil Cloroquina ao invés da vacinação em massa, inaugurar obras começadas em governos anteriores por não ter feito nada em dois anos e meio de gestão, palavreado chulo e agressivo com relação as mulheres, negros e pobres.

Bolsonaro com sua incapacidade de assumir seus feitos, erros e omissões prefere culpar prefeitos e governadores pela fome, afirmando que ela é fruto das medidas de isolamento social. Quando na verdade se eles não tivessem adotados medidas rigorosas apoiados pela OMS, as mortes teriam sido mais de um milhão em todo país.

Terceirizando responsabilidades que são suas, como sempre faz, joga uma cortina de fumaça sobre as reais causas da falta de alimentos nas casas dos brasileiros pobres. O Brasil é um dos recordistas em tempo de quarentena porque enquanto governadores e prefeitos tentavam conter o aumento do contágio fechando atividades econômicas, o presidente da República atuava para boicotar as medidas. Se tivesse ajudado, ao invés de atrapalhar, os fechamentos seriam bem mais curtos, como em outros países, e teriam afetado menos o emprego e a economia.

Outra de suas falácias é de que o STF não o deixa governar na pandemia, mentira absurda já desmentida várias vezes pelo STF e por quem conhece as leis e a constituição.

Enquanto gastava recursos preciosos com montagem de gabinete paralelo para difundir a cloroquina e torrava bilhões com orçamento paralelo no esquema conhecido como Tratolão ou Bolsolão essas pessoas que agora estão nas ruas se manifestando estavam em casa acreditando num governo que prometeu austeridade e combate a corrupção, enquanto alinhava a mesma corrupção com Arthur Lira, Bob Jefferson, Collor de Mello e todo nefasto Centrão.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

ICMS o vilão que sustenta os Estados e pune a sociedade!

 A incidência da pesada carga tributária brasileira é por demais conhecida do nosso povo. Aqui temos impostos para tudo e para todos os tipos de serviços, comércio, pessoas, exceto o imposto para grandes fortunas. Cobrar dos milionários requer deputados e senadores assim como os presidentes da república com coragem e pensamento no bem comum.

Vamos ver qual a incidência de um destes impostos sobre os produtos no país e como ele afeta a nossa vida: O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e prestação de Serviços – ICMS.

Ele é um imposto calculado diretamente nos produtos, provocando aumento de preços, fuga de empresas nos Estados onde a sua incidência tem um percentual maior do que em outros Estados.

Mas como ele é calculado e cobrado? A grande parte de empresários iniciantes desconhece do que se tratam alguns tributos como o ICMS.

O ICMS é um imposto estadual cobrado em cima da circulação de produtos como alimentos, serviços de comunicação, transportes entre municípios e estados e eletrodomésticos, bem como em outros serviços ou produtos. Ele é aplicado tanto para bens de consumo e comercialização no país, quanto para bens importados.

Responsáveis pela sua arrecadação, os Estados da federação e o Distrito Federal, também são os que utilizam o valor recolhido. Aliás, cada um dos entes federativos tem sua própria taxação. É preciso ficar atento a este detalhe da chamada ‘tabela do ICMS’.

Apesar de possuir nível estadual, todos os Estados seguem certas diretrizes estabelecidas pelo Conselho Nacional de Política Fazendária – Confaz.

Entre os produtos que sofrem uma incidência pesada por conta do ICMS estão os Automóveis e Combustíveis.

Dono da maior frota circulante do Brasil, em torno de 30 milhões de veículos, o governo paulista elevou no começo deste ano as alíquotas de ICMS tanto para carros zero-quilômetro quanto para usados. Dessa forma, os preços praticados no Estado ficaram mais altos na comparação com outras unidades da Federação.

Por conta da relevância do mercado de São Paulo, que também é responsável por boa parte da produção nacional de veículos, os preços médios, considerando todo o território do país, inevitavelmente subiram. Em janeiro passado, Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, a associação nacional das montadoras, já alertava a respeito do impacto nacional do aumento na carga tributária no mercado paulista.

"São Paulo é responsável por mais de 40% da produção da indústria automotiva no País e a gente está considerando um volume de crescimento menor do mercado automotivo em 2021, por conta desse impacto do ICMS", disse.

Em São Paulo, por exemplo, o governo cobra 25% sobre um preço de referência de R$ 4,235 por litro de gasolina. No estado que cobra menos, o Amapá, o ICMS sobre a gasolina corresponde a R$ 0,968 por litro. No Rio de Janeiro, que tem a alíquota mais alta do país, era de R$ 1,687 por litro. Em São Paulo, segundo mais barato, eram R$ 1,062.

O cálculo do ICMS, estadual, é mais complexo. O imposto não tem valor fixo; ele corresponde a um porcentual do preço ao consumidor. Assim, quando o produto fica mais caro, o valor de ICMS a ser recolhido também aumenta, mesmo que a alíquota do imposto (%) continue a mesma.

Percebam que esse é um dos motivos de termos um combustível tão elevado em relação aos demais países produtores ou não de petróleo. Se somarmos os impostos federais com o ICMS, por exemplo, de São Paulo, teremos a explicação do porquê dos preços obscenos dos combustíveis.

Os donos de postos têm de se equilibrar sobre seus custos para poder ter uma margem mínima de lucro. Enquanto o governo estadual e o federal ficam com a maior parte, o que é injusto, onera os consumidores e prejudica a expansão dos negócios.  

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

16 de junho de 2021

Um presidente que não saiu do palanque!

 Desde que tomou posse em janeiro de 2019, Bolsonaro não tentou ao menos governar, não realizou nada e nem promoveu nenhuma alteração no campo político administrativo que justificasse a importância do seu cargo. Embora tenha condições plenas e favoráveis em relação as instituições democráticas que funcionam normalmente no país, Jair é uma nulidade completa.

Um dos motivos é a sua reconhecida incapacidade já demonstrada anteriormente quando foi deputado federal por longos vinte e oito anos consecutivos. Daquele tempo prevaleceu a sua instabilidade emocional aliada à sua incapacidade técnica de gestor.

Neste longo período preferiu adotar a pior postura que alguém poderia utilizar estando à frente dos destinos da Nação: agiu como se estivesse no palanque eleitoral para a próxima eleição em 2022. Ao invés de buscar realizações, impor uma marca administrativa, optou pelo caminho da beligerância, atacando adversários como se eles estivessem no mesmo palanque.

Perde tempo precioso e o nosso com carreatas, motociatas e manifestações com a finalidade de atacar STF, Congresso Nacional, pedindo o fechamento de ambos e clamando por Intervenção Militar, mas como ele no poder, deixando claro sua intenção golpista, algo comum em ditadores de republiquetas. 

Teve a gigante oportunidade de se destacar no combate a pandemia, porém, mais uma vez trilhou o caminho do obscurantismo, do negacionismo, pregando contra tudo que foi estabelecido pela Organização Mundial da Saúde e adotado por todos os presidentes do planeta. Foi contrário ao isolamento social, ao uso de máscaras, e o pior de tudo, foi contrário à compra de vacinas em 2020, preferindo disseminar o uso de medicamento inócuos como a hidroxicloroquina.

Sua gestão em dois anos e meio chega ao número espantoso de meio milhão de mortos pela covid. A maior parte poderia ter sido evitada se as vacinas tivessem sido compradas em 2020.

Bolsonaro tem um comportamento de político psicopata, que prefere agredir quem ousa criticá-lo ou contraria-lo, mesmo que estes tenham razão. Age de forma intempestiva, usando um linguajar chulo, incoerente e rasteiro para se dirigir a jornalistas (mulheres em especial), governadores, e qualquer pessoa que não aceita como normal a sua idiotia.

Os culpados pela sua ascensão ao poder são as elites financeiras, a classe média alta e a ignorância de um povo que não busca na leitura as informações necessárias, preferindo acreditar nas mensagens de fake news plantadas no whatsapp e redes sociais.

Nenhum eleitor pode alegar desconhecimento da falta de capacidade ética, moral e profissional de Jair Bolsonaro. Ele não cometeu estelionato eleitoral, ele apenas foi o que sempre disse que era enquanto estava na Câmara Federal. Estamos assistindo nosso país caminhar para trás, as cegas, entrando num buraco cada vez maior e sem volta.

Neste período ele não realizou nada pelo povo brasileiro, mas se alinhou com milicianos, ex-militares expulsos das corporações militares do Estados, alguns com passagens pela justiça, soldados de baixa patente do exército e graduados da reserva para em caso de uma derrota em 2022, usá-los contra a democracia, assim como tentou Donald Trump nos EUA.

O desmonte do IBAMA, INPE e IBGE demonstram sua aversão as leis existentes, sua necessidade de liberar terras e recursos para aliados do agro negócio e especuladores imobiliários, garimpeiros e madeireiros ilegais na Amazônia é criminosa.    

Enfim, Bolsonaro é desprovido de capacidade e humanidade, não tem equilíbrio emocional e leva o país para uma situação de caos, conflito e possível golpe militar.

Nunca desde a instauração da república tivemos um presidente tão fraco e omisso, nunca alguém mentiu tanto no poder como Jair. Suas mentiras são propositais, visam sempre deturpar e contradizer a verdade estampada na mídia.

Esse ódio que nutre pela Globo, CNN, Folha de S. Paulo e que leva seus seguidores a fazer o mesmo tem uma só razão: as investigações que estes órgãos da mídia realizam e divulgam em relação ao presidente, seu governo e seus familiares, muitos deles envolvidos em ilícitos.

Se a nossa democracia conseguir chegar inteira e viva em outubro de 2022, podemos comemorar, depois é só esperar pelo golpe quando a derrota de Bolsonaro vier nas urnas. Vai alegar fraude no mesmo sistema que o elegeu durante 28 anos como deputado e em 2018 como presidente sem que nunca tivesse tido qualquer problema. 

                                                     Foto: Agência Estado

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

Bauru - Cidade sem limites e sem prefeita!

 A cidade de Bauru, conhecida pelo apelido de “Cidade sem limites” devido a sua expansão territorial e ao seu crescimento demográfico e urbano, está desde 01 de janeiro de 2021 esperando pela posse e começo dos trabalhos da prefeita eleita Suellen Rosim.

Desde que tomou posse até agora, passados cento e sessenta e sete dias não enviou decretos à Câmara promovendo transformações, não discutiu assuntos vitais como iluminação pública, destinação do lixo, reestruturação das autarquias, modernização da Estação de Tratamento de Água, aceleração da conclusão da Estação de Tratamento de Esgotos, Informatização da administração da Prefeitura, Instalação de sistema de monitoramento na cidade e nas Unidades do DAE, aberturas de novas vias de trânsito e asfaltamento das ruas na periferia, abertura de poços artesianos e a solução definitiva para o problema da falta de água extraída do Rio Batalha, que atende 140 mil bauruenses.

Não são poucos os assuntos e desafios, porém, não se vê a prefeita agir, suas aparições se limitam a imitar o presidente fazendo “Lives” ao final do dia em redes sociais. Além de ridículo, é muito pouco para quem se elegeu numa cidade com tantos problemas a serem enfrentados por uma gestora pública.

Igualmente ao seu desempenho, notamos uma apatia gigantesca em seu secretariado que não aparece, não apresenta soluções, alternativas com criatividade para diminuir os problemas dos munícipes que sofrem há mais de 25 anos sem ter seus anseios atendidos na cidade. A cidade continua mal cuidada, assim como nas gestões anteriores, suja, sem zeladoria, com mato alto nos logradouros públicos, parques e praças ao Deus dará.

Nas ruas a conversa é de que a prefeita vai sair candidata pelo seu partido Patriotas em 2022, a um novo cargo (deputada estadual ou federal). Na minha opinião, se for verdadeiro este boato, se configura em estelionato eleitoral para com os eleitores da cidade, que a elegeram para um mandato de QUATRO anos à frente da prefeitura de Bauru.

Se for apenas e tão somente conversa de rua, um boato, pergunta-se: Quando enfim a prefeita vai assumir a cidade para a qual foi eleita?

 Mesmo descontando os transtornos advindos da pandemia e tudo que a envolve, não se justifica tanta apatia e distanciamento das coisas do povo. Quem paga pesados tributos exige retorno em prestação de serviços e de contas. A sociedade está exausta, cansada e quer ver e discutir aquilo que lhe interessa diretamente.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

11 de junho de 2021

Face, Google e Twitter estão colaborando para um golpe no Brasil!

             Facebook, Google e Twitter precisam prestar atenção na política brasileira
 

É hora de ligar o alerta vermelho em Menlo Park, Mountain View e San Francisco.

Prezados Zuck, Sundar e Jack. Aqui no Brasil, não costumamos escrever a CEOs como vocês, de Facebook, Google e Twitter, chamando pelo apelido ou prenome. Mas vou me permitir escrever assim, na informalidade americana que é tão típica no Vale do Silício. É para ser mais direto.

É preciso que vocês prestem atenção na política brasileira. Agora.

Em 6 de janeiro último, uma turba invadiu o Capitólio, em Washington. A polícia legislativa não acreditava que isto seria possível. Dá para entender. Numa democracia longeva que não interrompeu o ciclo de eleições regulares nem com uma guerra civil, como seria possível imaginar que cidadãos americanos invadissem o Parlamento para interromper a homologação de um pleito? Mas aconteceu. Pessoas foram radicalizadas a este ponto em ambientes digitais e aí insufladas por um presidente que desprezava a ideia de uma sociedade livre.

No Brasil, a história nos obriga a imaginar esta possibilidade. 

Minha geração de jornalistas aprendeu o ofício com colegas quinze ou vinte anos mais velhos que enfrentaram nesta condição, a de repórteres e editores, a ditadura mais recente. Alguns destes amigos, que ainda trabalham nas redações, gente por quem temos afeto, foram exilados, presos e torturados pelo exercício das liberdades políticas essenciais — a de pensar, a de se expressar, a de se manifestar, a de publicar e a de se reunir para debater.

Donald Trump segue persona non-grata em várias das redes. A decisão de excluí-lo seguiu um princípio que qualquer democrata endossa: o Paradoxo da Tolerância, descrito pelo filósofo austríaco Karl Popper. No limite, uma sociedade aberta não pode abrir espaço para que intolerantes usem destas liberdades para ameaçar o regime democrático.

A República brasileira nasceu com um golpe militar, em 1889. De lá para cá houve golpes de Estado em 1891, 1930, 1937, 1945, 1955 e 1964. Só um deles, o de 1955, fracassou. Em rigorosamente todos estes momentos, a ruptura de regime começou no momento em que foi quebrada nas Forças Armadas a exigência de disciplina que proíbe militares de se envolverem na política.

Há duas semanas, pela primeira vez desde a restauração da democracia no Brasil em 1985, um general da ativa subiu ao palanque em apoio ao presidente. Seus superiores no Exército, intimidados pelo mesmo presidente, nada fizeram. O sinal histórico de ameaça à democracia foi dado.

Em um ano teremos eleições. Como Trump, Jair Bolsonaro vem espalhando entre seus seguidores que há risco de fraude. Não é a única das mentiras que seu movimento trabalha diariamente para espalhar. Mentiras que têm por objetivo disseminar naquela parcela radicalizada da população elementos que a convençam de que não devem confiar nas instituições da democracia.

Bolsonaro está seguindo o script de Trump. Não há, na história do Brasil, nada que nos garanta que o desfecho será como o americano. Aqui, vivemos o receio concreto de que os generais não tenham mais pleno controle de suas tropas. E sabemos que os governadores não controlam mais plenamente suas polícias.

Me permitam ser explícito: numa situação limite, um 6 de janeiro, no Brasil, poderia contar com o apoio de parte da polícia enquanto o Exército nada faz.

Vocês conhecem as plataformas que comandam. Sabem do peso que elas têm em todos estes acontecimentos. Agir depois do ato fatal, como fizeram com Trump, aqui pode ser tarde demais.

Nós, brasileiros, não temos qualquer tipo de influência sobre as decisões que vocês tomam. Mas somos nós e nossos filhos que sofreremos pelas decisões que tomarem. É hora de ligar o alerta vermelho em Menlo Park, Mountain View e San Francisco.

O golpe, se houver, fracassado ou não, será batizado com o nome das empresas que vocês comandam.

Autor: Pedro Doria – O Estado de S. Paulo

6 de junho de 2021

O eterno retorno do comunismo ao Brasil, cuidado!

Uma simpatizante do Partido Comunista participa de uma manifestação em fevereiro deste ano em Katmandú, Nepal. Narendra Shrestha - EFE
 

Fantasma vermelho está de volta e tem contraindicação, na bula bolsonarista, aos usuários de cloroquina.

É mais fácil o Brasil acabar com a lenda urbana do “tratamento precoce” para a covid-19 do que com o tal do comunismo — o espectro que volta a rondar, ao ritmo de uma paranoia delirante, esse país tropical esquecido por Deus e até pelo Curupira que um dia protegeu nossas florestas. Para a obsessão da ineficaz cloroquina, a bula indica a CPI da Pandemia; quanto à assombração comunista, esqueça, não tem cura.

Pelas barbas de molho de todos os marxistas tropicais, esqueça; pelo suor dos uberizados do mundo (uni-vos!), esqueça; pelo despertador do Galo —líder do Movimento dos Entregadores Antifascitas de SP—, esqueça; pelo “Delivery Fight!”, o livro incrível do Callum Cant (editora Veneta) e a sua experiência sob o chicote dos algoritmos na britânica empresa Deliveroo... Esqueça.

O fantasma vermelho é original. Cada vez retorna de uma forma diferente. Cuidado, Morengueira, isso dá um samba de breque. Agora o comunismo chegou grudado na defesa que a ótima atriz Juliana Paes fez da médica Nise Yamaguchi, colaboradora do bolsonarismo negacionista. Nise teria sido vítima da indelicadeza dos senadores da CPI. Há controvérsias, mas é do jogo das opiniões, sem drama. O diabo — esse sem-teto gabiru que habita os detalhes e as calçadas da fama— é que a atriz não se contentou em apenas servir de escudo à doutora e atacou, pasme, os “delírios comunistas da extrema-esquerda”.

E lá estava o comunismo de volta ao Brasil mais uma vez. Até o fechamento desta crônica, algum palácio de inverno da burguesia de Campos de Jordão estava prestes a ser tomado pelo camarada Lenine e sua destemida gente. A sorte é que a tropa do general Pazuello, novo patrono do Exército brasileiro pós-Caxias, ufa, estava mui atenta.

O país acabou com a saúva, caríssimo Macunaíma, e não acabou com o comunismo. Muito protozoário e pouca saúde, os males do Brasil são.

Esqueça, o comunismo sempre bate e baterá à nossa porta. Quando perdemos para o timaço da Hungria, na Copa do Mundo de 1954, na Suíça, quem foi o culpado? Pago uma grade de cerveja para quem adivinhar. Quem arrisca? Óbvio que levamos de 4x2 da equipe de Puskas por causa de um “complô comunista” do qual fazia parte o árbitro inglês Arthur Ellis, vermelhíssimo de carteirinha do partido, segundo a imprensa brasileira. A revista “O Cruzeiro” chegou a mandar uma equipe de reportagem a Londres para investigar as ligações ideológicas do juiz com a Cortina de Ferro. O site da CBF até hoje mantém essa lenda na memória.

Qual foi a sua primeira assombração, leitor e leitora, com o comunismo? Tenho várias boas histórias sobre o assunto, mas lembro, especialmente, de quando um debate tomou conta das ruas de Juazeiro do Norte, na batalha Lula X Collor em 1989. O marketing collorido espalhou que os comunas do PT iriam pintar de “encarnado” a estátua do padre Cícero. Uma chuva de panfletos com o santo popular todo vermelho inundou a região do Cariri cearense. Um Deus nos acuda.

O eterno retorno dos comunistas. Eles nunca chegam, mas o delírio sempre rende muita confusão e votos aos picaretas. O que seria da extrema-direita fascista sem esse fantasma? Comentários (de certa forma ingênuos) como o da atriz global só ajudam a engordar o bicho da vermelhidão para 2022. Buuu!

Autor: Xico Sá, escritor e jornalista, é autor de “Os machões dançaram —crônicas de amor & sexo em tempo de homens vacilões” (editora Record).