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22 de agosto de 2023

O Brasil de 2023 precisa se tornar a Argentina de 1985. Aqui, pizza, de novo, não!

 

À esquerda, tempos de glória e poder do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel do Exército Mauro Cid. À direita, cena dos militares no banco dos réus, durante julgamento, no filme Argentina 1985; Foto: Alan Santos/PR Jair divulgação do documentário.

As revelações do hacker Walter Delgatti à CPMI dos atos golpistas aproximaram ainda mais o ex-presidente Jair Bolsonaro do banco dos réus e da prisão. Delgatti, que possui em seu currículo ter invadido trocas de mensagens entre o ex-procurador federal Deltan Dallagnol e membros da Operação Lava Jato, deixando a nu ilegalidades e sujeiras cometidas por esta turma, contou que antes das eleições teve encontro com o próprio Bolsonaro e que, por determinação dele, se encontrou também com a cúpula das Forças Armadas.

As reuniões aconteceram no Palácio da Alvorada e no Ministério da Defesa e o objetivo era que desmoralizasse as urnas eletrônicas a fim de impedir que as eleições acontecessem.

O encontro de Delgatti com Bolsonaro foi articulado pela deputada Carla Zambelli (PL-SP) que, apavorada, horas antes do depoimento do hacker, internou-se num hospital “para tratar de diverticulite”. Já a senadora bolsonarista Damares Alves (Republicanos-DF) ameaçou Delgatti durante o depoimento na CPMI. Muito nervosa, dirigiu-se a ele dizendo que “a vida dá volta e é a tua vida que está em risco”, numa típica fala miliciana.

Se os depoimentos de Delgatti (dois na Polícia Federal e um na CPMI) foram uma bomba para Bolsonaro, seus dissabores nos últimos dias não pararam aí. A cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal foi presa na última sexta-feira, por deixar de agir para impedir os atos golpistas de 8 de janeiro, devido ao alinhamento ideológico com Bolsonaro.

Também na sexta-feira, a revista Veja divulgou entrevista com o advogado Cezar Bitencourt, que representa o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Nela, é dito que o militar entregou para Bolsonaro ou para a ex-primeira-dama Michelle, dinheiro referente à venda de um relógio Rolex, avaliado em cerca de R$ 253 mil. O relógio é uma das joias que Bolsonaro tentou se apropriar, uma vez que a legislação brasileira é clara sobre o assunto.

Mauro Cid está preso preventivamente em função das falsificações no cartão de vacina do ex-chefe e de sua filha. Desde então ele vinha se mantendo em silêncio, mas, de acordo com seu advogado, agora estaria disposto a falar. Um ajudante de ordens é simplesmente a memória do que fez aquele para qual prestava serviços. No caso de Cid, a proximidade com Bolsonaro era tamanha, que ele o tratava por “tio”.

Receber indevidamente parte do salário de funcionários (as “rachadinhas”), falsificar cartões de vacinação, negligência durante a pandemia, apropriação indébita de objetos que pertencem ao Estado brasileiro são algumas das acusações que Bolsonaro já enfrenta. Mas nenhuma delas está tão perto de levá-lo ao banco dos réus como as revelações de Delgatti. Seria difícil até para roteiristas de cinema imaginar crimes com tamanha magnitude.

Depois das revelações, Bolsonaro e sua turma ficaram sem voz, possivelmente perplexos com o que julgavam que nunca chegaria ao conhecimento público. Em seguida, o ex-presidente se fez de vítima e até chorou em encontro com apoiadores. Na sequência vieram os desmentidos de praxe e novas ameaças. Para provar o que disse, Delgatti deu detalhes minuciosos dos encontros e também dos locais onde foram realizados. Disse ainda que para convencê-lo de que poderia atuar sem riscos, Bolsonaro garantiu-lhe que se algum juiz o prendesse, ele prenderia o juiz, numa referência implícita ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, responsável pelo processo das Fake News.

Possivelmente pressionado pelos bolsonaristas, o advogado de Mauro Cid tentou um recuo, acusando a revista Veja de ter distorcido suas declarações. Desde então, vem mudando a versão a cada nova entrevista, especialmente depois que Bolsonaro mandou uma espécie de recado cifrado para Mauro Cid. Ao definir o comportamento do ex-ajudante de ordens como “camicase”, parece ter embutido aí uma ameaça. Um camicase é aquele que para atingir o alvo também morre. A etapa seguinte nas investigações cabe à Polícia Federal, que deverá checar tudo o que foi denunciado por Delgatti. Uma vez comprovadas as acusações, o que não parece difícil, o caminho é colocar Bolsonaro e todos os militares e civis que participaram da tentativa de golpe em 8 de janeiro no banco dos réus.

No quesito julgamento e prisão de golpistas, o Brasil está atrasado quase três décadas. Ao contrário da vizinha Argentina, que julgou e condenou militares golpistas tão logo a ditadura (1976-1982) chegou ao fim, as nossas instituições nunca se dispuseram a enfrentar esse problema. A Lei da Anistia (lei 6.683) de 1979, proposta pelo general presidente João Batista Figueiredo, beneficiou igualmente quem cometeu atrocidades e quem foi vítima delas. Quando em 2010, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) propôs uma revisão desta lei, para que torturadores pudessem ser punidos, o STF rejeitou a ação ao dizer que a anistia valia para todos.

Foi a impunidade que levou remanescentes de 1964 a se lançarem em novas ações contra a democracia brasileira, como o golpe que derrubou a presidente Dilma Rousseff, em 2016, e a recente tentativa golpista em 8 de janeiro. Para quem não sabe, o general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional no governo Bolsonaro, é um dos militares “linha dura” que serviu como ajudante de ordens do general Silvio Frota quando ministro do Exército. Em 1977, Frota tentou derrubar o então general presidente Ernesto Geisel, por considerá-lo “afinado com os comunistas”. Geisel demitiu Frota, obrigou sua passagem para a reserva e deu início ao processo de abertura política no país. Os amigos e admiradores de Frota, no entanto, permaneceram nas Forças Armadas.

Mesmo com o retorno dos civis ao poder no Brasil, a impunidade dos militares é um dos mais graves problemas que a nossa democracia enfrenta. A instalação em 2011 da Comissão Nacional da Verdade, pela então presidente Dilma Rousseff, está entre as principais razões que levaram à sua derrubada. Mesmo tendo entre suas atribuições somente investigar violações aos direitos humanos acontecidos no período de 1946 a 1988, sem poder para levar ao banco dos réus quem quer que seja, setores militares se mostraram indignados. O golpe contra Dilma contou com a participação ativa desses militares, o que voltou a se repetir em 8 de janeiro.

A complicada presença dos fardados na história brasileira nunca foi devidamente enfrentada e isso faz com que se sintam autorizados a se intrometer na política. Haja vista que recentemente alguns deles queriam emplacar a distorcida leitura que fazem do artigo 142 da Constituição de 1988 para se tornarem uma espécie de Poder Moderador. Daí termos muito que aprender com a vizinha Argentina. Em 1985, Raul Alfonsín, um presidente fraco e semelhante ao brasileiro José Sarney, também o primeiro após a redemocratização em seu país, decidiu pelo julgamento de todos que cometeram crimes durante a última ditadura (1976-1982). Pressionado pela extrema-direita, que havia imposto leis absurdas como a do “Ponto Final” e da “Obediência Devida”, que livravam os militares de qualquer responsabilidade, Alfonsín não teve alternativa a não ser mostrar para a população o que havia acontecido. Pela primeira vez na história mundial após Nuremberg, um tribunal civil julgou e condenou os integrantes das juntas militares do período, com penas que variaram de quatro a 17 anos.

O último ditador-presidente argentino, Jorge Rafael Videla, foi condenado à prisão perpétua e morreu em 2015 na cadeia. A história desse julgamento está contada em detalhes no magnífico filme Argentina 1985. Dirigido por Santiago Mitre e tendo no papel do procurador-chefe, Julio Strassera, responsável pelas acusações, o consagrado ator Ricardo Darín, o filme é uma aula de história e a própria explicação das razões pelas quais na Argentina os militares não voltaram a se aventurar contra a democracia. Por mais que o país vizinho experimente gravíssimas crises econômicas, não se vê gente na rua pedindo a volta dos militares ao poder ou defendendo perseguição e mortes aos opositores.

O julgamento dos militares golpistas na Argentina envolveu 530 horas de audiências, nas quais foram ouvidas 850 testemunhas. Pela primeira vez, a população argentina pode conhecer, em detalhes, o que aconteceu com grande parte dos seus 30 mil mortos e desaparecidos. O julgamento durou várias semanas e, em algumas delas, o clima político beirou à temperatura máxima. No Brasil, as atrocidades cometidas pelos militares durante os chamados “anos de chumbo” nunca chegaram ao conhecimento da maioria da população.

A exceção de Dilma Rousseff, ela própria uma vítima dos anos de chumbo, todos os demais presidentes da Nova República, evitaram o assunto. O resultado é o que se conhece. Não por acaso, o filme de Santiago Mitre, mesmo lançado em 2022 e figurando entre os cinco indicados ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2023, continua praticamente inédito no Brasil, disponível apenas em streaming. Mais do que um relato sobre fatos reais, Argentina 1985 serve de alerta para as nossas instituições e para a população brasileira. Os atos golpistas de Bolsonaro não são fatos isolados. Eles fazem parte de uma visão predominante em setores das Forças Armadas.

Bolsonaro, ele próprio, é um remanescente da ditadura militar. Ao contrário do que alguns possam imaginar, não foi ele que trouxe os militares novamente para a cena política. Foram os militares que se valeram dele para voltar a atuar diretamente na política. Há muito suas declarações, gestos e ações já deveriam ter sido coibidos. Como na Argentina, aqui também não será fácil colocar golpistas graúdos no banco dos réus. Mas esse processo não pode continuar sendo adiado.

Ao comentar sobre a situação de Bolsonaro, o presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira, um aliado do ex-presidente, veio com a conversa de que “o Brasil precisa cuidar melhor de seus ex-presidentes”. Lira não explicou qual tratamento seria esse, mas sabe-se que ele tem ventilado a possibilidade de anistia para os atos cometidos por Bolsonaro. Lira, na legislatura passada, foi aquele que barrou os mais de 100 pedidos de impeachment contra Bolsonaro. Os setores organizados da população brasileira precisam ficar atentos e não permitir que novamente tudo acabe em pizza. Se Bolsonaro e os demais golpistas, militares e civis, não forem julgados e receberem a devida sentença, dificilmente a democracia brasileira ficará livre do fantasma fardado que a tem rondado. O Brasil de 2023 precisa se tornar a Argentina de 1985.

Autora: Ângela Carrato é jornalista e professora do Departamento de Comunicação Social da UFMG. Publicado no Viomundo. 

O beijo e a origem dos vírus: 2.500 a.C.

 

                       Tabletes de argila de 1800 a.C. com registros de beijo na Mesopotâmia (“Science” v380, i6646).

Ciência e a arte são incríveis e representam a expressão mais pura e exuberante da alma. Talvez seja por isto que quando querem dominar os humanos, os espertos se dedicam a manipular a religião para negar a ciência e as artes, pois, sem elas, nossa espécie fica às cegas e sujeita a lideranças toscas.

Algumas evidências sugerem que os vírus no planeta surgiram bem antes do que os humanos. Os vírus são muito simples, muito pequenos e vistos apenas no microscópio eletrônico. Eles são fragmentos de DNA ou RNA envoltos em glicoproteínas.

Muitas pessoas questionam tanto se os vírus apareceram no planeta antes dos humanos, que uma dúvida súbita e turbulenta surge em nossa mente, mas a ciência e a arte nos resgatam do mar das tormentas mentais e nos põe de novo nas planícies tranquilas da consciência e conhecimento. Antes da terra, já existia o universo e muitos outros planetas.

Um exemplo muito comum é o vírus do herpes simples ao qual todos tem contato até os 5 anos de idade e 50% dos adultos apresentarão a doença clinicamente, por razões ainda desconhecidas. A doença herpes simples têm muitos desdobramentos ruins no corpo humano.

As pesquisas que remontam os DNAs mais antigos nos fósseis e múmias, para se saber mais detalhes da evolução humana no planeta, revelam que os genomas do vírus do herpes simples (HSV-1), do vírus Eptein-Barr e do parvovírus humano B19 estão quase sempre lá, incorporados ou livres.

Foi o beijo?

Estes vírus são transmitidos pela saliva e esparramou se pelo mundo desde os primórdios da civilização. O beijo é a principal forma de passar esses vírus. Quando se fala de beijo, também se diz libido e relações sexuais. A confirmação de genomas virais nos DNAs mais antigos possíveis dos humanos, indica que a transmissão desses vírus começou nos períodos pré-históricos da civilização.

Pesquisas recentes mostraram o genoma do vírus do herpes simples em esqueletos da idade do bronze de 253 a 1700 a.C., e os autores sugerem que a transmissão se deu através do beijo romântico sexual. Alguns manuscritos médicos da Mesopotâmia já indicavam esta possibilidade em descrições de pacientes doentes. Também foram encontradas cartas de 1775 a.C. indicando medidas preventivas para que não transmitissem a doença para seus familiares e companhias.

Os primeiros beijos românticos sexuais eram datados de 1500 anos a.C na Índia, mas agora as evidências da Mesopotâmia indicam que desde 2500 anos a.C., ele já era praticado como se viu na revista “Science” (v380, i6646). Escritas cuneiformes em pequenos tabletes de argila na Mesopotâmia revelam figuras do beijo romântico sexual, como está na figura.


O beijo provavelmente não tenha se originado em uma única localidade do mundo e se espalhado como uma prática. As evidências sugerem que quase todas as sociedades o praticavam, independentemente de sua origem, contribuindo para a disseminação do HSV-1 até os nossos dias. Estudos com a bactéria a Methanobrevibacter oralis nos lábios de Neandertais, levaram a hipótese de que eles já praticavam o beijo desde 100.000 anos a.C.

Reflexão final

Quanto mais estudamos a “evolução humana”, mas percebo que aquela brincadeira em reuniões de lazer como conversa fiada, tem lá o seu fundamento. “Tudo evolui de forma rápida e assustadora (celular, internet, medicamentos, carros, aviões etc.), apenas o ser humano continua o mesmo, como demonstra o desmonte do planeta, as guerras, torturas, golpes, redes e as diferenças sociais”. Lembrete: a Mesopotâmia hoje, é o Iraque e a Síria!

Autor: Alberto Consolaro - Professor Titular pela USP Bauru. Publicado no JC Bauru.

21 de agosto de 2023

Libertário é um miliciano que completou o curso médio!

 

E se o jovem jornalista não seguir a moda desinformada da cobertura midiática e lançar nova moda: a recuperação dos valores da civilização?

Em O Globo, o jovem comentarista garante que o candidato da ultradireita da Argentina, Javier Milei, é diferente da extrema direita bolsonarista. Isso porque “defende um estado mínimo, com foco apenas na Justiça e na segurança. Bolsonaro jamais foi um defensor destas ideias mais libertárias”.

O fantástico mundo das ideologias! O que o pensamento miliciano defende:

O fim de qualquer forma de regulação na economia. Assim como o pensamento libertário,

O pagamento por todos os serviços públicos, que passarão a ser oferecidos pelo setor privado. Assim como o pensamento libertário.

O controle total da segurança pela milícia. O libertário propõe que o Estado atue apenas na Justiça e na segurança. Mas, se não houver regulação, onde ficará a segurança jurídica? Sem regulação, nada é ilegal, nem construção de casas sem alvará, nem distribuição de gás sem autorização, nem a gatonet. Não haverá mais diferenças entre atividade formal e criminosa, simplesmente porque o fim da regulação acaba com a noção de crime econômico.

Em outras palavras, libertário é um miliciano que completou o curso médio.

Aliás, há outra diferença fundamental: ao que se saiba, até agora os milicianos não começaram a recorrer ao comércio de órgãos humanos e de crianças. Há um risco grande de começar a exercitar o ofício por influência dos libertários.

É possível que o jovem comentarista endosse esses princípios aberrantes? Provavelmente, não. Em outros temas, mostra uma razoável dose de boa índole. Mas o episódio demonstra o tragíco processo de construção da inteligência na mídia.

De uma maneira geral, a inteligência jornalística – entendido como a inteligência geral de uma redação – despencou assustadoramente desde o início do jornalismo de ódio inaugurado década e meia atrás. O comentarista, em questão, saiu correndo na frente para dizer algo “novo” sobre a discussão do momento – no caso, o ultradireitista Milei. Consultou o Google, viu o que saiu até agora sobre ele e tascou sua visão “diferenciada” sobre a questão. Não havia um pingo de inteligência analítica, de capacidade de correlação de fatos. Nem uma gota de inteligência sobre o processo de formação de uma Nação.

Um Estado civilizado depende de valores que estimulem a solidariedade, a busca de justiça, a busca do bem estar de todos seus cidadãos. A indústria está no cerne dos modernos estados nacionais pela necessidade de defender a produção e o emprego interno contra produtos de países mais avançados. Políticas sociais são essenciais para garantir a paz interna e a promoção da população. Educação obrigatória é essencial, inclusive, para o próprio desenvolvimento do mercado, ao oferecer mão de obra especializada.

O que as milícias e os libertários oferecem é o fim de todas as redes de proteção social, de todas as políticas de promoção social, de todo sentimento de solidariedade. É cada um por si, os mais fortes esmagando os mais fracos e a polícia para impedir a revolta de desempregados, vulneráveis e desprotegidos. Na economia, será o primado dos cartéis sobre as empresas menores, o esmagamento do consumidor pelo cartel. E polícia em quem ousar reclamar, assim como fazem milicianos.

O absolutismo monárquico acabou entre 1788 e 1799 com a revolução francesa. No século 19, um religioso dominicano, jornalista, educador, deputado, Jean Baptiste Henri Dominique Lacordaire, nascido em 1806, produziu a frase símbolo do novo período civilizatório: “Entre os fortes e fracos, entre ricos e pobres, entre senhor e servo é a liberdade que oprime e a lei que liberta”.

Que tal o jovem jornalista, em vez de seguir a moda desinformada da cobertura midiática, lançar uma nova moda: a recuperação dos valores eternos da civilização e um entendimento mínimo sobre o que é democracia?

Autor: Luis Nassif – Publicado no Jornal GGN.