Seguidores

31 de agosto de 2018

Déjà vu

O resultado mais sublime da
educação é a tolerância.
Helen Keller

O significado da palavra Déjà vu é quando nós vemos ou sentimos algo pela primeira vez e temos a sensação de já ter visto ou experimentado aquela sensação anteriormente. Diversas teorias errôneas, como intenção, vidas passadas ou visões sobrenaturais, surgiram para explicar o fenômeno.
Pois é exatamente esta sensação que sinto no decorrer desta eleição que será realizada em 2018, e cuja campanha, já começou há tempos nas redes sociais, com agressões, defesa do insustentável, falta de ideias, projetos e muita intolerância em todos os sentidos da palavra.
Já senti essa mesma sensação em relação principalmente aos eleitores do candidato que estava na frente na década de oitenta quando os defensores de Maluf eram inflexíveis e não adiantava dizer que ele estava superfaturando as obras e roubando o dinheiro do cidadão paulista.
Como não havia redes sociais nem internet, bastava entrar num táxi em SP para ouvir o motorista dizer:
_Em quem você vai votar?
Se ouvisse algo diferente de Paulo Maluf, pronto: O sujeito desancava a falar em favor do “Seo Paulo” como eles gostavam de chamá-lo. Eram elogios às suas obras, sua formação, etc.
Em 1989, porém, em âmbito nacional aconteceu à mesma coisa com os defensores da candidatura do então desconhecido Fernando Collor de Melo pelo ainda mais desconhecido partido, o PRN – Partido da Reconstrução Nacional, hoje extinto.
Com ajuda da Rede Globo, que hoje os incautos chamam de comunista, o candidato enganou a todos com seu discurso firme, forte e jovial em defesa do fim das mordomias, da extinção dos marajás do serviço público, da privatização das estatais, etc.
As únicas coisas que fez foi iludir seus eleitores que meses depois desapareceram do mapa. Confiscou o dinheiro de todos, inclusive da poupança e não conseguiu nada com seu falido Plano Collor. Foi defenestrado num processo de Impeachment. Ainda hoje responde por processos de enriquecimento ilícito, e outros artigos do código penal brasileiro e se vale da imunidade de senador da república.
Em 2014, Aécio Neves virou o jovem salvador da pátria, embora com discurso fraco, sem um currículo de gestor público e o ônus de uma gestão fraca a frente do governo de Minas Gerais por oito anos, sem ter construído Hospitais, investido na Educação e deixado o Estado com as piores estradas do sudeste do país, conseguiu com seu discurso enganar seus eleitores e por pouco não vence as eleições marcadas pelo ódio nas redes sociais.
Todos os políticos citados anteriormente estão presos ou respondendo a processos por corrupção, formação de quadrilha, desvio de verbas. Todos enganaram, iludiram e frustraram seus eleitores e defensores ávidos. Hoje em comum existe o fato de que não conseguimos identificar com facilidade um eleitor de Maluf, Collor, ou Aécio Neves nas ruas ou redes sociais.
E o que isso tem a ver com meu Déjà vu? Basta acompanhar as eleições na Internet, WhattApp, Redes Sociais e perceberá com facilidade que o mesmo modus operandi utilizado no passado recente está sendo empregado para defender o candidato Jair do PSL. Agressões, respostas sem conteúdo lógico, e uma prática comum na época do Macartismo americano na década de ’50, imputar aos que não gostam do seu candidato à pecha de “comunistas”, “esquerdistas”, etc. 

Autor: Rafael Moia Filho - Escritor, Blogger e Gestor Público.

26 de agosto de 2018

Morro do Chapéu, um belo exemplo a ser seguido!

Morro do Chapéu é uma cidade da Bahia, da região da Chapada Diamantina, conhecida pela delícia de sua temperatura média, pela beleza do “Ferro Doido” e pelo Centro de Pesquisas Ufológicas de “seu” Alonso.
Recentemente, outra façanha de “Morro” me encantou mais ainda: há cinco anos, um empresário da cidade, Luciano da Casa do Pão, resolveu dar uma pequena mostra de solidariedade para ajudar estudantes da rede pública no seu desempenho escolar. Começou doando um computador para o aluno que tivesse o melhor aproveitamento ao longo do ano. Isso já deixou a comunidade estudantil atenta e empenhada em ganhar o cobiçado prêmio.
No ano seguinte, outros empresários e profissionais liberais juntaram-se a Luciano e ampliaram o leque das premiações: notebooks, motos, uma agência bancária local ofereceu uma poupança de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a dentista do lugar entrou com tratamento ortodentário por um ano. Além disso, aos melhores das séries finais do fundamental e médio, garantiram cestas básicas por um ano.
O movimento foi crescendo com a participação entusiasmada de mais pessoas da cidade. Hoje, premiam, principalmente, o desempenho escolar (notas boas) e a assiduidade.
Primeiro resultado: existem alunos, há dois anos, sem uma falta sequer e as “supermédias” chegam a atingir a nota 9,75, levando em conta todas as matérias.
Segundo resultado: a elevação da média do IDEB dos alunos do município. A entrega dos prêmios é feita em noite de gala, com a comunidade presente, em clima de verdadeiro “Oscar da Educação Morrense”.
Não à toa, num distrito de Morro do Chapéu chamado Fedegosos, conheci a escola pública Edigar Dourado Lima, que me fez parecer estar entrando em algum colégio suíço, dada a organização, limpeza e alto padrão de civilidade entre professores, servidores e alunos. O diretor, Professor Edinho, tem tratamento de pop-star pela sua comunidade.
Pergunto à Bahia e ao Brasil: será que só Morro do Chapéu consegue fazer isso? Que tal pegarmos esse extraordinário exemplo e espalharmos pelo restante do país?
Morro do Chapéu: copiem sem moderação!
Autor: Jorge Portugal é poeta, letrista, professor universitário (Língua e Literatura)

23 de agosto de 2018

Vai ou fica? Entendendo o "Bolsa Refrigerante"!

"Coca-Cola ocupa 61% do mercado de refrigerantes. AmBev ocupa uma parcela de 19%. E é justamente o diferencial de concorrência causado por uma tributação desigual que tem ampliado o monopólio das gigantes."
Grandes empresas do setor de bebidas vêm concentrando esforços para a derrubada do Decreto 9.394/18. A medida reduz de 20% para 4% a alíquota de IPI do concentrado para refrigerantes.
O mais confuso nessa história é compreender o porquê de grandes empresas brigarem por altas alíquotas de impostos. É justamente isso que acontece com os insumos para refrigerantes produzidos no Polo Industrial de Manaus (PIM).
As fábricas do Polo são isentas do IPI. Por isso, a alíquota que incide sobre o concentrado define o volume dos créditos de impostos repassados às fábricas que o adquirem.
Quando essa alíquota era alta, altos também eram esses créditos. Para cada R$ 100 de concentrado adquirido do PIM, R$ 20 em descontos fiscais eram repassados adiante. Com a alíquota a 4%, esse valor é reduzido. E é aí que mora a insatisfação das multinacionais.
As engarrafadoras da Coca-Cola instaladas no Sul do País, como a CVI e a Vonpar, são abastecidas com o concentrado produzido em Manaus. São 4.300 km de distância entre o PIM e engarrafadora da Coca-Cola em Santa Maria, no Rio Grande do Sul.
Essa lógica só é vantajosa pelo que a Receita Federal chamou de "planejamento tributário abusivo" no seu Plano Anual de Fiscalização de 2018. O documento está disponível na seção de Auditoria Fiscal do órgão.
Destaco abaixo um trecho:
É a partir desse arranjo que essas empresas conseguiram R$ 2 bilhões em créditos fiscais em 2016 para serem abatidos em IR e CSLL (Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido). Foi o que apresentou o subsecretário de Fiscalização da Receita Federal, Jung Martins, em audiência pública no Senado para debater a tributação dos concentrados.
Monopólio e influência
Há 13 anos, a Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras) identificou essas fraudes e propôs a união de indústrias regionais de bebidas em prol de uma entidade que pudesse representar uma contrapartida legítima ao poder econômico e político dessas grandes empresas.
Nunca pensamos que seria uma luta fácil, mas o cenário que nos levou a assumir uma postura propositiva e combativa aos benefícios descabidos das multinacionais há mais de uma década é hoje ainda pior. A Afrebras apurou, com dados da Relação Anual de Informações Sociais/Ministério do Trabalho, que 160 fábricas de refrigerantes de pequeno e médio porte fecharam de 2006 a 2016.
No país da Tubaína, Coca-Cola ocupa 61% do mercado de refrigerantes. AmBev ocupa uma parcela de 19%. E é justamente o diferencial de concorrência causado por uma tributação desigual que tem ampliado o abismo entre o monopólio das gigantes e o encolhimento da indústria regional.
A história que os gigantes de bebidas decidem contar para reaver esses créditos é cheia de alarmismos e números flutuantes. Escondem, inclusive, os esforços da Receita Federal em barrar as práticas de superfaturamento do concentrado, com autuações que chegam à ordem dos bilhões.
Falam dos 15 mil empregos diretos ameaçados. Desafio à comprovação de tal número. Esse balanço de empregos diretos não condiz com qualquer dado oficial. Nem da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), nem do IBGE, nem de qualquer outro órgão.
Falam também que o decreto que reduziu a alíquota do concentrado extrapola a competência do Poder Executivo. O que não é verdade. A medida não criou nem majorou imposto. Apenas reajustou o IPI do concentrado. Não havendo, portanto, desrespeito ao Código Tributário Nacional, nem à Constituição.
Diante dessa inconsistência de argumentos, levanta-se outro debate urgente: a falta de estudos detalhados e de gerenciamento dos incentivos fiscais concedidos.
Como comprovar uma contrapartida eficiente para os R$ 2 bilhões em créditos fiscais concedidos às fábricas de concentrado instaladas na Zona Franca de Manaus?
Em um país onde a tributação pesa justamente no consumo, no bolso do consumidor, não é responsável - para se dizer o mínimo - conceder tamanha vantagem concorrencial a empresas que desequilibram o mercado (forçando empresas menores a fecharem ou a se venderem às gigantes) e que direcionam os seus lucros para Atlanta, nos Estados Unidos.
O desejo da indústria regional de refrigerantes, representada pelo Guaraná Mineiro, Grapette e Laranjinhas espalhadas pelo Brasil, não é a debandada de empresas estrangeiras do solo nacional.
A diminuição dos créditos de IPI dessas gigantes é uma questão de justiça e de isonomia, tanto para o setor de bebidas quanto para os cofres públicos.
Com o mínimo de cuidado e de responsabilidade para com a coisa pública, é fácil compreender que a "bolsa refrigerante" da Coca-Cola e da AmBev não cabe no orçamento de um país que tem como maior desafio de gestão o fim de uma grave crise fiscal.

Autor: Fernando Rodrigues de Bairros, presidente da Afrebras. 
**Este artigo é de autoria de colaboradores ou articulistas do HuffPost Brasil e não representa ideias ou opiniões do veículo. Mundialmente, o HuffPost oferece espaço para vozes diversas da esfera pública, garantindo assim a pluralidade do debate na sociedade.
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/09/temer-cede-a-pressao-e-restitui-parte-do-beneficio-a-refrigerantes-em-2019.shtml

15 de agosto de 2018

As eleições do desencanto e do medo!

Quase 60% dos cidadãos com direito a voto ainda não sabem se irão às urnas ou anularão
As eleições brasileiras desde 2018, que despontavam como as de uma redenção da velha política para dar lugar a um novo ciclo de maior democracia e participação popular, aparecem, a menos de dois meses de ir às urnas, como as do desencanto e até do medo. E da maior incerteza desde os tempos da ditadura.
O desencanto dos brasileiros tem números: quase 60% dos cidadãos com direito a voto ainda não sabem se irão às urnas ou anularão. Até os candidatos que aparecem com maior consenso nas pesquisas apresentam, a começar por Lula, uma rejeição de 60%. É a primeira vez que, sem ele, que certamente não poderá disputar as eleições por estar condenado em segunda instância, quem lidera a corrida é um extremista de ultradireita, ex-capitão do Exército que escolheu como vice um general da reserva defensor da ditadura militar e da tortura. E pela primeira vez disputarão as eleições mais de cem militares.
A esquerda, que tinha esperanças de recuperar o poder, depois do inferno do impeachment de Dilma e do desastre do Governo Temer, encontra-se incapaz de se unir, paralisada pela incógnita de Lula ao não desistir da candidatura, o que impediu seu partido, o PT, de apostar num candidato progressista de outra agremiação, apoiado desta vez pelos seguidores de Lula. A ordem é ou ele ou ninguém.
O centro e a centro-direita se apresentam contaminados pela rejeição da sociedade, por se tratarem dos partidos mais sacudidos pela corrupção e alvo das condenações da Lava Jato, que de esperança de limpeza política se tornou uma incógnita e até fator de desestabilização da política.
Se as eleições de 2018 se apresentavam como esperança de início de um novo ciclo político que restabelecesse a economia e abrisse novos espaços para as reformas que nenhum Governo no passado teve a coragem de enfrentar, por serem impopulares, os brasileiros já olham para 2022, ao darem por perdido este pleito.
Mais ainda, sobre estas eleições se abatem já as nuvens negras de um novo impeachment caso Lula seja impedido de participar, já que foi cunhado o slogan “eleição sem Lula é fraude”, porque impediria 30% da população, a parcela que declara voto nele, de escolher o seu candidato. Na outra margem, ecoa também slogan inverso: “Eleição com Lula é fraude”, já que a lei da Ficha Limpa o impede de concorrer.
O máximo que os analistas políticos se atrevem a profetizar é que nunca, nos últimos 20 anos, uma eleição foi, semanas antes de ser disputada, tão incerta e com tanto desencanto e até medo, dois componentes dos quais o Brasil não necessita neste momento, com mais de 14 milhões de desempregados, uma economia fragilizada e o recrudescimento da violência com um triste balanço de 63.000 homicídios anuais, a maioria de jovens negros e pobres.
Tudo perdido? Não. A sociedade brasileira, apesar da crise política que a sacode, é viva e conta com uma democracia ameaçada, mas consolidada, e não perdeu a esperança de dar vida a uma substituição que, se não parecer possível desta vez, continua em germinação, porque junto com o desencanto pelos políticos não morreu a vontade por uma renovação que acabe com a velha república dos privilégios e das castas, para dar à luz uma nova primavera de democracia e bem-estar.

Autor: Juan Arias – El País

Impensável imaginar que viveríamos estas situações no século XXI!

Há muita gente infeliz por não saber tolerar
com resignação a sua própria insignificância.
Marquês de Maricá

A expectativa da grande maioria era viver uma era de transformações a partir do início do século XXI. Novas tecnologias superando tudo que o homem já tinha inventado e experimentado. Novas formas de comunicação com a utilização de meios que só apareciam em filmes futuristas.
A sensação era de que teríamos novas formas de contato e uma evolução do ser humano em todos os sentidos com a chegada do século XXI. Isso fazia muitos sonharem com mudanças benéficas em suas vidas.
Constatamos incrédulos que após transcorrermos dezoito anos do novo século, não temos carros voando pelas nossas cidades. Sequer dispomos de veículos elétricos para amenizar a poluição e o consumo de petróleo.
Não temos transportes coletivos utilizando tecnologia de ponta como o VLT, e percebemos que a população ainda sofre em velhos ônibus barulhentos, desconfortáveis e sujos.
No Brasil a única tecnologia que evoluiu foi a dos celulares e smartphones que inundam as lojas e estão em toda parte, nem sempre sendo utilizados para fazer jus ao seu preço e importância na comunicação.
Estamos vivendo numa situação que não condiz com o tempo presente, doenças antes erradicadas voltam a assombrar a saúde pública por falta de ações do governo federal e estaduais, bem como, pela ignorância dos intelectuais do Facebook, que resolveram crucificar as vacinas e assim, permitir que as doenças proliferem novamente.
A violência urbana no Brasil supera a de países em guerra, chegando ao descalabro de atingirmos 63 mil mortes por assassinato ao ano. Um número que mostra a situação de descontrole e desgoverno que o povo brasileiro está entregue, sem políticas públicas, com 14 milhões de desempregados e com as facções criminosas nadando na impunidade do nosso fraco sistema judiciário.
Não bastasse tudo isso, ainda temos em pleno século XXI falsos médicos matando mulheres que buscam aumentar ou corrigir aspectos de seus corpos, sem, no entanto, se atentarem para a inteligência ao buscar clínicas especializadas em cirurgias estéticas ou plásticas. A virada do milênio não produziu nada daquilo que imaginávamos na leitura dos textos produzidos no século passado, dando conta de avanços da humanidade. Ao contrário, estamos regredindo no Brasil a passos largos.
Os antigos trotes telefônicos viraram #Boatos nas redes sociais e se transformaram numa febre chamada Fake News, ajudando a desinformar ainda mais, se é que seja possível, o povo brasileiro.
A ciência sem recursos suficiente caminha vagarosamente na direção da cura de doenças que matam milhões ao redor do planeta. Os recursos estão sendo gastos em guerras, construções de naves e equipamentos para chegar ao planeta Marte, enquanto a Terra agoniza e pede socorro.
A poluição dos rios no Brasil e as queimadas das matas e da Amazônia para que gananciosos latifundiários capitaneados por políticos inescrupulosos possam instalar pastos e plantações, definem o perfil de um país que em breve não vai ter alimentos suficientes para por no prato de sua gente.
Ainda estamos no começo, claro que muitas coisas podem mudar e evoluir, mas confesso cético, que não consigo enxergá-las no atual momento em que vivemos. Ver uma mãe esclarecida, com formação universitária recusar-se a dar as vacinas a sua filha me levam a ser pessimista.
Autor: Rafael Moia Filho - Escritor, Blogger e Gestor Público.

3 de agosto de 2018

Nós temos democracia - Uma critica literária

#SOSEducacao


“Indicar amigos de confiança não é democracia. Indicar pessoas sem qualificação administrativa não é democracia (...).”
O restante da citação de Stephen Kanitz,
na página 122, da obra abaixo citada;

Conclui, sedento, a leitura da obra, recém lançada, do meu amigo Bauruense e Paulista Rafael Moia Filho – De Sarney A Temer – Nossa Incipiente Democracia.
O título e pós-título já me aguçou o paladar de quando me vem a ansiedade de ler “coisas boas” – algo raríssimo nesses tempos de Brasil desencontrado, dele mesmo.
Quando me presentearem com livros, já mandem-no nú, sem pacotes, pois se fizerem pacotes, bonitos, para presente, vou deixá-los sem jeito, pois minha ânsia jamais será o externo e sim o conteúdo.
Meu amigo, virtual – sim de redes – mas amigo/irmão desses que a gente encontra, raramente na vida, está comigo, seguindo juntos nessa batalha por um Brasil melhor, desde o 2013 logo após ter adentrado na rede mundial Twitter.
E o marido da Célia Moia, vem com tudo em sua terceira obra lançada.
Com um detalhe: Rafael não é jornalista.. Mas, escritor. Decidiu após seu tempo de serviço em empresa (e aposentou-se somente do trabalho) e virou um jornalista com “J” maiúsculo. Se ele fez faculdade?
,,,risos altos.... Claro que não... Mas é melhor jornalista que muitos de carteirinha que andam solto por ai. Prefiro chamá-los de “escrevinhadores”.
Rafael não. E é honesto, deixa clarissimo, no inicio de sua nova obra, que remete tudo o que escreve para que sua esposa Célia – Esta mestra em Letras – corrija tudo. Para nada sair errado.
Ah, nosso #SOSEducacao e o respeito a língua pátria. Nobre Casal.
E a obra de Rafael?
Bem não é um livro simplesmente narrado de fatos acontecidos. É um livro histórico do pós-governo de exceção ou militar (como queiram chamar), hoje todos já sabem que nao tivemos ditadura e sim um regime de exceção.
Rafael faz citação no início de sua obra. Abre o prefácio com Max Webber (nunca confundir com Karl Marx, por favor) quando pega emprestada a frase:
“Porque todo mundo quer viver à custa do governo, o governo acaba vivendo à custa de todo mundo...!”
Rafael começa a mostrar, históricamente, com dados, com bibliografia, com fontes fidedignas lá com Tancredo Neves e a posse de Sarney e chega a Temer, nosso atual Presidente da República.
Nesse periodo todo, nada foi esquecido por Rafael: A inflação, os salários, as moedas, os congressos, os partidos, as alianças...
Todo brasilês deveria ler essa obra do Bauruense, antes de votar nessas eleições que estão próximas. Espero que haja.
Nada vai mudar. Não importa. Continuemos na obra de Rafael – De Sarney a Temer -, eis o que importa agora.
Na dedicatória voce poderá estranhar ter duas citações:
A primeira de Eduardo Galeano, o jornalista e escritor Uruguaio que morreu em 2015 famoso por sua obra “As Veias Abertas da América Latina”, considerado por muitos como socialista. Mas você entende, logo em seguida por que Rafael coloca Winston Churchil como segunda citação. Pronto está formado o inicio e o final do livro, assim como seu título faz referência.
A continuidade da frase (utilizada no inicio) de Stephen Kanitz continua ...(...)  Nós administradores, colocamos os melhores profisionais mesmo nao os conhecendo, e colocamos auditores internos e externos e ainda sistemas de segurança para nao sermos pegos de surpresa. Nem sempre isso funciona, mas tente despedir um amigo que se mostra incompetente que voce conhece  há 20 anos.....!” Conclui a frase do autor, citada por Rafael.
Com essa frase, na página 122, Rafael faz um clara referência com advertência do que acontece nos meios públicos, principalmente o federal, com os amigos e os amigos dos amigos, todos literalmente sendo muito bem tratados pelo Estado, para não haver, digamos traição.
Rafael foi feliz. Não deixa opiniõesinhas baratas na obra. Mostra a história política recente para quem quiser ver. E creiam-me a grande maioria dos Brasileses precisa ver, ler, estudar e saber o que está acontecendo nesse periodo da obra, com a política nacional.
Não se preocupe, não é uma enciclopedia, é um volume de 140 páginas. A grande maioria vai necessitar ler duas vezes para entender.
Uma pequena maioria vai ler, reconhecer (se viveu nesse periodo) ou então conhecer se é além do periodo inicial.
Rafael teve um prefácio magnifico escrito por Paulo Cesar Razuk. Professor Titular aposentado da UNESP – campus de Bauru.
A análise inicial da obra é clarissima e dotada de um espírito profundo de cidadania e civilidade.
De Sarney A Temer – Nossa Incipiente Democracia É a obra atual brasilesa, que, repito, todos deveriam ler, antes das eleições.
Valeu guerreiro paulista e bauruense, amigo, sobretudo, pela brilhante reflexão histórica de nosso atual Brasil político.
Eis tua ajuda, guerreiro, para a juventude atual entender o processo após os Militares no Brasil.
E está tão bem explicado que até os alfabetizados funcionais entenderão, não se preocupe.

Pois para Rafael, afinal, Pensar não dói...


PS: Gratidão com bênçãos gaúchas pelo presente.

Transpirado da obra
De Sarney a Temer
Nossa Incipiente Democracia
De Rafael Moia Filho
Bauro – São Paulo – Brasil –
Editora Grupo Scortecci – SP – 2018
José Carlos Bortoloti é
jornalista, professor de Comunicação, 
escritor, cronista, articulista, crítico literário.
Passo Fundo - RS