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1 de outubro de 2023

Não é somente votar, tem de acompanhar, fiscalizar e cobrar os eleitos!

 

A participação política na democracia não se resume ao ato de votar. O voto é uma pequena parte do processo democrático. Importante, porém, sem sentido caso não haja a complementação dos cidadãos nas etapas seguintes: acompanhar, fiscalizar e cobrar os eleitos nas três instâncias do poder executivo (Federal, Estadual e Municipal) e do legislativo (Vereadores, Deputados Estaduais e Federais), além dos senadores.

O desinteresse pela participação na nossa democracia vem numa crescente há muitos anos. Um dos fatores alegados é o desprezo pela nossa classe política, que realmente é em boa parte nefasta.

Porém, percebemos que essa situação extrapola o ato de votar. Há um afastamento em especial tantos dos mais jovens como dos idosos com relação ao citado acima no que tange aos eleitos, que após a posse deveriam representar o conjunto da sociedade.

Se você imaginar que os eleitos são uma enorme conta bancária, perceberia que nossos eleitores não olham para os seus “extratos”, dando aos políticos verdadeira carta branca para fazerem o que bem entenderem.

São milhões de brasileiros optando por não exercer seu direito adquirido depois de milhares de anos, se considerarmos a Grécia Antiga como referência. Isso porque esse grande distanciamento do eleitor ocorre em um país onde o voto é obrigatório e cuja ausência às urnas expõe o faltoso às pesadas sanções do artigo 7º do Código Eleitoral. O que haveria de acontecer, então, se o voto não fosse obrigatório?

A quem esse contingente de pessoas pensa estar enganando? Quem eles pensam que estão sendo prejudicados com a atitude de distanciamento da vida política nacional? Em especial no legislativo, que tem a força da caneta na formulação das leis do munícipio ao governo federal.

A ausência sistemática de um assunto ao longo da juventude, quando estão em formação a personalidade, os hábitos e interesses que moldam cada indivíduo, tende a perpetuar-se ao longo da vida, tornando-se um traço cultural difícil de ser modificado, haja visto que está enraizado profundamente no caráter da pessoa.

A solução desse problema a longo prazo passa por uma mudança de comportamento dos partidos políticos e de seus candidatos. Eles deveriam impelir o eleitorado a discutir seus programas de governo de uma forma transparente e direta. É imperioso que os políticos subtraiam de seus discursos o moralismo hipócrita, o casuísmo, a agressão covarde, o Fake News e toda e qualquer forma ardilosa destinada a evitar a discussão das ideias contidas em seus programas de governo.

A grade curricular deveria ter necessariamente ensinamentos sobre o sistema político eleitoral, sobre a importância da participação política dos indivíduos e orientações sobre educação moral, cívica e política. Caso contrário, estaremos a cada eleição aumentando o exército de analfabetos políticos do país. Consolidando gerações de ausentes do processo vital ao desenvolvimento das pessoas e do país.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

Uma história estranha sem que tenha havido investigações pela FUNAI e PF!

 

Normalmente, os crimes cometidos contra a população indígena no Brasil não são investigados e levados a sério como deveriam por parte da Funai e da Polícia Federal. Isso é uma amostra de como a comunidade indígena é tratada em solo que lhes pertence.

Ao longo de séculos, foram usurpados por falsos religiosos de diversos segmentos, tanto da Igreja Católica como de diversas igrejas evangélicas. Sempre tentando catequizar os indígenas, algo que eles jamais pediram.

Os indígenas da aldeia Kamayurá, localizada no centro da reserva indígena do Xingu, no norte do Mato Grosso, afirmaram à revista Época que a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos no governo Bolsonaro, levou Kajutiti Lulu Kamayurá, na ocasião com seis anos, irregularmente da sua casa.

Damares apresenta Lulu, hoje com mais de 21 anos, como sua filha adotiva, mas a adoção nunca foi formalizada legalmente, conforme a própria ministra já admitiu em entrevista à TV Globo.

Segundo os indígenas, Lulu deixou a aldeia levada pela amiga e braço direito de Damares, Márcia Suzuki, sob o pretexto de fazer um tratamento dentário na cidade, mas nunca mais voltou. Márcia fundou, junto com Damares, a ONG Atini, cuja bandeira é salvar crianças indígenas do infanticídio. Percebemos neste momento que as bandeiras da direita são sempre usurpadas por ações deles próprios em contradição com os discursos inflamados contra a esquerda.

A jovem nasceu em 20 de maio de 1998, segundo seu registro. Jornalistas foram até a região do Xingu ouvir dos Kamayurá a história da menina que foi criada pela avó paterna, Tanumakaru, uma senhora de pele craquelada, cega de um olho. Eles afirmam que Damares levou a menina irregularmente da comunidade.

Alguns detalhes se perdem na memória dos indígenas, mas há um fio condutor que une o relato de todos eles. Lulu deixou a aldeia sob pretexto de fazer um tratamento dentário na cidade e nunca mais voltou. Contam que Damares e Márcia Suzuki, amiga e braço direito da ministra, se apresentaram como missionárias na aldeia. Disseram-se preocupadas com a saúde bucal da menina.

A Funai fingiu que não sabia de nada. A PF não foi solicitada para fazerem uma investigação profunda. A versão da comunidade indígena está correta? Neste caso, a jovem foi sequestrada e privada do convívio de sua família, seu povo.

Por que Damares não fez o certo? Voltar à aldeia, relatar seu desejo de adoção e fazê-lo da forma correta em consonância com as nossas leis?

Essa mesma senhora hoje é senadora pelo DF e, na campanha eleitoral, mentiu descaradamente sobre fatos fantasiosos que jamais aconteceram na Ilha de Marajó, onde jamais conseguiu provar sua fala. A mesma Damares, que foi surpreendida com a prisão de seu tio, que transportava centenas de quilos de drogas numa pequena aeronave.

Mas, como sempre, quem está no poder, está em tese, acima da lei, longe de ser importunado pelas investigações, apurações e ser levados a julgamento. Por isso, riem da cara sociedade e das comunidades indígenas.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

A luz há de chegar aos corações!

  

O MST já distribuiu mais de 30 mil refeições aos flagelados gaúchos - Charge de Geuvar.

Sem dúvida o grande evento da semana é a volta do Brasil ao cenário mundial. Enquanto o ex-my-love dos golpistas se entoca no hospital para escapar de perguntas, seu vice emudece na esteira da tragédia ambiental gaúcha, seus ministros tremem de medo da polícia e os grandes magnatas da tecnologia moderna avisam que se preparam para abandonar o planeta, Lula vai à luta lembrando que não há honra em quem se limita a fugir dos problemas.

Por incrível que pareça, ao afrontar preconceitos consolidados, nosso presidente foi aplaudido sete vezes em discurso histórico que proferiu na 78º Assembleia Geral da ONU e que no futuro – e se ele for escutado pelos povos, haverá futuro – será estudado em todos os idiomas. Lula ainda teve que arrumar espaço na agenda para atender a mais de 50 pedidos de reuniões com lideranças internacionais, e se permitiu ajudar o presidente dos Estados Unidos da América do Norte, oferecendo-lhe apoio que será decisivo para as disputas eleitorais daquele país.

Vejam bem: ainda estamos nos arrastando para a saída do desvario golpista, que desintegrou indústrias, queimou biomas, desmoralizou as instituições públicas, e Lula em meio ano não apenas está reanimando nosso povo como obteve compromissos do presidente dos USA ilustrados em apoio à reestruturação das agências internacionais, do sindicalismo, do combate à fome e ao refreamento da “uberização” generalizada do trabalho humano. E isso não apenas aqui, lá e acolá, mas em todo o planeta.

Sabemos, porque experimentamos na carne a maldade contida naqueles processos de escravização moderna, que alteram normas de convívio e transferem aos populares a solução e o ônus direto de solucionar problemas coletivos que deram base à constituição do próprio Estado. É óbvio, mas estava oculto o fato de que problemas relacionados à Saúde, Educação, Trabalho, Assistência Social, bem como às crises ambientais, não podem ser enfrentados/resolvidos sem o apoio de instituições públicas responsáveis. E também é claro que aquelas instâncias se corrompem sem o acompanhamento da cidadania, que por sua vez tende a desaparecer com a pulverização da voz dos trabalhadores.

A união exige organização e a representação perde rumo e sentido, sem processos de articulação sindical e fortalecimento de mecanismos associativos, setoriais, orientados por projeto de emancipação humana. Por isso, sem cuidados e com desrespeito para com as diferenças/peculiaridades que caracterizam cada grupo e cada nação, vem prevalecendo a lei do mais forte, do mais arrogante, do melhor armado dentre os canalhas.

Verdade, entendemos isso por experiência e ameaças reais. E sabemos da dificuldade e do papel de Lula para a incipiente retomada da ainda instável democracia em nosso país. Mas sabemos a importância de ir além e por isso, foi estimulante e espetacular perceber que Lula recoloca o Brasil em patamar de onde não deveria ter saído e com isso, por altivez e densidade de caráter, obteve de Biden concordância para com sua perspectiva, que alcança a necessidade de reforma na própria ONU. Lula expõem a questão do respeito aos mais fracos, ao trabalho honesto e às diferenças naturais como eixo para a construção de alianças (coisa que todos entendem, porque se aprende em casa), e que ele estende a conceitos tão amplos como a multipolaridade geopolítica e a importante emergência dos BRICS.

Esperamos, a partir disso, que todas as forças não capturadas pelo espírito de Tânatos apoiem reformas, urgentes, em processos de educação e organização coletiva, em âmbito familiar, municipal, regional e internacional. Por quê? Porque acreditamos na força da consciência e da participação popular. Mesmo aqueles que não ajudarem possuem familiares que se beneficiarão da mudança de rumo, que virá com o engajamento popular.

Sem isso, não haverá instância de negociação respeitada, em todos os níveis. Sem isso, na escala global passaremos das pandemias para as guerras e, sob pressão de secas e inundações virão à fome e as invasões desesperadas de migrantes de todo o tipo. A opção neste caso, mantendo o ritmo que estamos presenciando, indica o inevitável avanço de uma espécie de “globalização” eco fascista, onde agregações de grupos de vândalos armados extremamente belicosos, ampliará a violência e todas as formas de discriminação. Fascismo, Xenofobia, Racismo e sabe-se lá que outras doenças psicossociais emergirão do colapso da globalização capitalista que, sob controle dos interesses de mercados predatórios e fundamentalmente extrativistas, nos trouxe ao caos que presenciamos.

Lula alertou a nós e ao mundo quanto a isso.

Em sua síntese: somos todos responsáveis e precisamos combater a desigualdade e seus promotores. O rompimento que não pode mais ser ocultado, de todas as estruturas apoiadas em direitos humanos e internacionais desmoralizados se prende ao fato de que – com nossa permissão, omissão e apatia – a injustiça já supera os limites do insustentável. Isso foi além e se expressa em formas de desigualdade obscena, que avançam envergonhando o espírito humano e inviabilizando a vida em todas suas formas.

Para sair deste inferno precisamos de lideranças aferradas à reconstrução da civilidade, mirando outros horizontes civilizatórios. E este é o caminho proposto pelo Brasil, que está de volta.

Muito ainda haveria a dizer sobre isso, mas para um resumo resta afirmar que cabe a cada um de nós olhar em volta, e fazer opções. Queremos apoiar bestas golpistas, desqualificadas, corruptas, mentirosas? Estamos percebendo quem se mobiliza em defesa de dimensões que são do interesse coletivo e aceitamos que grupos generosos operem sem nossa ajuda? Ou entendemos que a crise atual é multidimensional, se expressa na dimensão ambiental e exige o envolvimento de todos, em escala global que inicia no pequeno espaço onde cada um de nós apoia os pés, todo o dia, passo a passo?

Como lembrete, o MST já distribuiu mais de 30 mil refeições aos flagelados gaúchos.

Autor: Leonardo Melgarejo – Artigo publicado no Site Brasil de Fato.