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26 de janeiro de 2024

Quem são os subordinados de Ramagem na Abin paralela afastados das suas funções!

  

Jair Bolsonaro e Alexandre Ramagem. Crédito Agência Brasil.

Entre os agentes afastados pelo STF, um tinha cargo de chefia e três trabalhavam no gabinete de Ramagem; PF acusa o grupo de favorecer clã Bolsonaro.

No bojo das investigações sobre a Abin paralela de Bolsonaro, que espionou 30 mil cidadãos brasileiros críticos ao governo de então com o software israelense FirstMile, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o afastamento de sete agentes da Polícia Federal e servidores da agência subordinados a Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Os policiais seriam encarregados de monitorar os alvos e produzir relatórios que favorecessem narrativas mentirosas com o objetivo de perseguir esses críticos e favorecer o ex-presidente e seus aliados.

Alvo da operação Vigilância Aproximada nesta quinta-feira (25), Ramagem seria a figura de liderança do grupo. O afastamento se dará até o final das investigações.

De acordo com a coluna Na Mira, do portal Metrópoles, a PF afirma que Ramagem havia dividido a Abin paralela em dois grupos. O primeiro, chamado de “Alta-Gestão”, era composto por delegados federais que estavam cedidos à Abin e teria como atribuição de fazer a gestão do software FirstMile. O próprio Ramagem e delegado Carlos Afonso Gonçalves seriam dessa diretoria.

Gonçalves é delegado da PF desde 2003, especialista em operações aéreas e piloto de helicóptero. Já atuou como diretor do Departamento de Inteligência Estratégica da Abin e, depois, secretário de Planejamento e Gestão do órgão. É um dos que foi afastado do cargo pelo STF enquanto rolam as investigações.

O outro grupo, dos “Subordinados”, tinha policiais federais cedidos à Abin e executava as tarefas determinadas pelos diretores. É daí que vieram os outros 6 agentes afastados. O grupo está proibido de acessar quaisquer dependências da PF, manter contato com qualquer um dos investigados e tiveram o acesso bloqueado aos sistemas digitais correspondentes. Veja quem são a seguir.

Marcelo Araújo Bormevet é servidor e secretário de Planejamento e Festão da Abin, cargo que já esteve nas mãos de Gonçalves;

Felipe Arlotta Freitas é policial federal e trabalhou na coordenação do Centro de Inteligência Nacional (Cin), a Abin de Bolsonaro;

Carlos Magno de Deus Rodrigues, também policial federal, foi coordenador-geral de Credenciamento de Segurança e Análise de Integridade Corporativa;

Henrique César Prado Zordan, outro policial federal, trabalhou no gabinete de Ramagem, o diretor-geral da Abin;

Alexandre Ramalho, também é policial federal e também trabalhou no gabinete de Ramagem;

Luiz Felipe Barros Félix, policial federal, também trabalhou no gabinete de Ramagem.

Para além desta breve ficha, com suas funções oficiais no órgão, a PF diz que é possível que os agentes exercessem atividades não oficiais. Já teria em curso, inclusive, procedimentos internos na corporação apurando as suspeitas. Nesse sentido, a investigação também aponta que o grupo seria responsável por realizar operações de contra inteligência para dificultar operações da PF que investigavam o clã Bolsonaro e seus aliados mais próximos. É citado um plano para favorecer Jair Renan, o filho ‘04’ do ex-presidente inelegível.

Centro Nacional de Inteligência (Cin)

As atuais revelações partem de documentos obtidos no âmbito da Operação Última Milha e apontam que agentes lotados no Centro de Inteligência Nacional (Cin) utilizaram o software FirstMile para espionar a população. O curioso é que o Cin foi criado em julho de 2020 justamente com um decreto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), funcionando como uma nova estrutura dentro da Abin que era, à época, chefiada por Ramagem.

O novo setor da Abin foi criado com a desculpa de assessorar os órgãos competentes da Abin que realizam “atividades e políticas de segurança pública e à identificação de ameaças decorrentes da atividade criminosa”. Ao que parece, 30 mil professores, pesquisadores, juristas e jornalistas críticos a Bolsonaro eram considerados como ameaças.

O Cin, povoado por servidores e agentes próximos a Ramagem e ao clã Bolsonaro, chegou a ser chamado na imprensa de “Abin paralela”. Deixou de existir após a ascensão do novo Governo Lula e o advento da Operação Última Milha.

De acordo com Ramagem, que por meio de nota se defendeu das acusações negando irregularidades, era o Departamento de Operações da Abin que tinha permissão para operar o sistema FirstMile. A declaração contradiz os documentos obtidos pela PF que mostram o uso do sistema por pessoas ligadas à Cin.

Autor: Raphael Sanz – Publicado na Revista Forum. 

25 de janeiro de 2024

Exemplo de onde nossos recursos foram gastos elegendo um inútil!

 

Durante os quatro anos de gestão do ex-presidente e inelegível Jair Messias, nenhum hospital foi construído por seu governo. Assim como não tivemos nenhuma universidade entregue à sociedade.

Entretanto, graças à sua política beligerante foram inaugurados centenas de clubes de tiro, algo fundamental para o brasileiro na ótica deturpada do ex-presidente.

Para ser construído, um hospital de porte médio ou pequeno precisa de aproximadamente três a quatro milhões de reais. Entretanto, o problema nunca foi recurso, mas sim vontade de fazer, honestidade política e intenção de ajudar ao povo. Algo que inexistiu no governo desastroso de Jair.

Porém, chega à mídia a informação de que o arauto rei da motociata gastou em sua gestão a bagatela de R$ 31 milhões com equipamento de espionagem usados pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) em quatro anos. Dinheiro que poderia ter sido usado para a construção de ao menos nove hospitais para a população carente de saúde pública no Brasil.

Mas, ao invés de saúde, o rei das motociatas e joias preferiu comprar equipamento de espionagem para poder monitorar e bisbilhotar opositores, críticos, jornalistas e quem ousasse estar contra Jair e seu desgoverno.

De acordo com a legislação vigente, a Abin tem a prerrogativa de realizar contratações sigilosas quando há justificativa para manter segredo sobre a capacidade investigatória. Contudo, especialistas criticam o uso excessivo dessa brecha legal para contratação de aparatos cujo alcance é desconhecido.

A Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência (CCAI), responsável pela fiscalização das ações da Abin, não foi informada sobre a contratação e utilização do sistema chamado de "First Mile".

Tudo começou no desgoverno do golpista e traidor Michel Temer, sendo ampliado e usado por Jair em seu governo. Esse foi o verdadeiro “legado” deixado por este sujeito. Este é o motivo de todo bolsonarista ter a impossibilidade de dizer ao menos três obras ou projetos realizados no governo do ex-presidente. Simplesmente porque ele nada realizou, e quando se investiga algo feito chega-se a ilícitos e coisas não republicanas.

O alvo principal da Operação da PF nas investigações sobre a ABIN é Alexandre Ramagem, ex-diretor do órgão no governo Bolsonaro de 2019 a 2022. Após o qual correu para se candidatar e ter imunidade parlamentar e Foro Privilegiado no mesmo partido do presidente e do seu filho Flávio no RJ.

Após serem investigados, os bolsonaristas correm para fazer vídeos dizendo que o Brasil vive numa ditadura, que o STF os persegue, porém, não dizem que são inocentes ou explicam o porquê da investigação sobre seus atos...

Você, eleitor, aprova R$ 31 milhões serem gastos com espionagem sobre adversários ou que essa quantia milionária tivesse sido empregada em construção de hospitais e unidades de saúde pública?

 

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABL, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

24 de janeiro de 2024

A culpa é das palavras!

Concluí a leitura de Baviera Tropical, de Betina Anton. Aprendi bastante sobre a crueza com que os nazistas fizeram seus experimentos genéticos, alguns amparados por uma pseudociência eugênica, não muito diferente da que assistimos dois, três anos atrás que levou à morte meio milhão de brasileiros com o atraso de vacinas e estímulo a "drogas milagrosas" durante a pandemia do coronavírus. O livro fala da vida e da morte de Josef Mengele no Brasil, em estilo estimulante à leitura, com farta documentação da época e entrevistas realizadas pela autora, tecendo um conjunto de palavras muito coeso e convincente. A leitura não é automática porque não consigo ler sem anotar. Comentários e dúvidas são registrados em cadernos à parte, pois nunca tive o hábito de rabiscar livros. Já discorri sobre a importância da marginalia de bibliotecas de filósofos e outros estudiosos do conhecimento. Ademais, continuo - também com anotações - as demais obras em leituras paralelas, aproveitando o restinho de férias que me resta, sabendo das cobranças múltiplas a que estou exposto, justificadas quase todas.

A leitora, escritora, educadora, poeta e trovadora Maria Cristina de Oliveira também lê várias obras simultaneamente. No formato digital, tenho lido apenas obras técnicas e científicas, bem como alguns clássicos filosóficos e sociológicos para meu aprendizado. Quanto à literatura de conhecimento, contemporânea, ainda tenho dificuldades de abandonar o livro em papel. Mas chamo a atenção para um comentário de rede social que criticava os jovens por não mais lerem, verificando que estão no celular o tempo todo. Bem, experiência caseira própria, muitos deles leem obras clássicas nos tablets, notebooks, celulares, kindles e em outras telas mais. Lembremos que papel é apenas um formato para o livro, como um dia foram o papiro e a oralidade.

Aliás, Ray Bradbury faz com que em Fahrenheit 451 a distopia seja abordada por esse viés. Com a proibição da existência dos livros físicos, a resistência cultural e social passa a memorizar obras inteiras para ir passando seu conteúdo às novas gerações por meio da fala e da escuta. Palavras lidas, ouvidas e vividas. Espero que, ao concluir as demais leituras, possa delas falar um pouco, ampliando o conhecimento, como também tem a expectativa o leitor, escritor, poeta e médico Paulo Viana.

Algumas páginas são viradas mais rápidas do que outras, valendo para o livro e para a vida. Somente se chega ao fim conduzindo palavra por palavra, folha por folha, passo por passo. E tudo possui um início, muito mais fácil para a leitura de um livro do que para qualquer outra coisa. Sem enrolar demais, sigamos. A postagem tardia da semana coincidiria com o dia do aniversário de Euclydes da Cunha (20 de janeiro) ou com o da morte de Elis Regina, um dia antes (19 de janeiro). Nenhum nem outro aconteceu e adentramos o domingo ensolarado e chuvoso para a conclusão destes parágrafos. Assunto não falta. As palavras é que teimaram em não se alinhar para produzir algo coeso. Culpa delas.

Autor: Professor Adilson Roberto Gonçalves – Publicado no Blog dos Três Parágrafos.