É a ambição de possuir, mais do
que qualquer outra coisa,
que impede os homens de viverem
de uma maneira livre e nobre.
Bertrand Russell
Enquanto no Brasil o projeto de lei
para taxar grandes fortunas está devidamente arquivado no Congresso Nacional há
décadas, nos Estados Unidos um governador dá o exemplo de que é possível cobrar
mais impostos das grandes fortunas.
O Governador da Califórnia, o
democrata Jerry Brown encaminhou a proposta de Emenda 55 à constituição
estadual para prorrogar a Emenda 30, baixada em 2012, responsável por aumentar
o imposto de renda dos milionários.
Em março deste ano decretou a elevação
do salário mínimo estadual de U$ 10 dólares para U$ 15 dólares por hora,
iniciativa inédita naquele país.
Contrariando teses e desculpas muito
veiculadas em nosso país, o Departamento de Comércio americano divulgou que o
PIB Produto Interno Bruto da Califórnia cresceu 4,1% - de 2,31 trilhões de
dólares em 2014 para 2,5 trilhões em 2015. Com isso superou o PIB da França que
ficou em 2,42 trilhões e o do Brasil que foi de 1,77 trilhões de dólares.
A Emenda 30 aumentou de 1 a 3% a
tributação das camadas mais ricas e com as maiores rendas. E o melhor, a
arrecadação adicional auferida na Califórnia será inteiramente depositada numa
conta de investimento para aperfeiçoar o sistema educacional, que já é um dos
melhores do mundo.
Enquanto isso nosso país com carga
tributária elevada, desonesta, pune a classe média, alivia a vida dos
milionários, e, ainda por cima não investe quase nada daquilo que nos tira em
tributos na forma de serviços e ações voltadas para educação, saúde,
saneamento, segurança, etc.
Parece que as noções de economia são
diferentes no Brasil, em relação às aplicadas nos EUA. Aqui, ao contrário, os
salários são cada vez mais achatados, os impostos elevados concentrados na
classe trabalhadora, onerando quem em tese deveria ter mais poder de compra.
O governador Jerry Brown aumentou os
ganhos de cerca de seis milhões de trabalhadores que recebem salário mínimo na
Califórnia, elevando o poder de compra de milhares de pessoas dando há elas muito
mais segurança para criarem seus filhos de modo satisfatório e com educação de
qualidade ao seu alcance.
Esses exemplos mostram o quanto
estamos distantes de uma realidade honesta do chamado 1º mundo, com políticos
que pensam na sociedade e no Estado que governam. Formulando políticas que
visam o crescimento educacional, profissional e pessoal de milhões de pessoas.
Aqui no Brasil, nossos políticos são
desonestos, legislam em causa própria, geralmente em prol de ações que evitem
no futuro suas prisões. Não à toa, temos tantos recursos quando um político
está sendo julgado.