Recentemente, o linguista norte-americano Noam Chomsky, um dos maiores intelectuais da nossa era, falou sobre os nossos políticos, nossa elite entre outros assuntos. “O Brasil é uma espécie de caso especial. Raramente vi um país em que elementos da elite sentissem tanto desprezo e ódio pelos pobres e pelos trabalhadores. Está arraigado. Não pretendo saber muito sobre isso, mas pela minha experiência limitada, é o que tenho visto”, disse Chomsky.
Para o renomado intelectual, o avanço da privatização no gigante sul-americano supõe uma “transferência de poder” da esfera pública para a privada, que não tem obrigação social de beneficiar a população.
A possível privatização da empresa dos Correios, por exemplo, “é mais um passo na destruição do país”, disse o professor. Ele lembrou que o Brasil tem uma das pessoas que está comprometida com a sua ruína, como é o caso do ministro da Economia, Paulo Guedes, “um grande exemplo disso”.
Referiu que o último esforço é privatizar os Correios, pelo menos as partes lucrativas. “Essa é a fórmula do Guedes, privatizar tudo”, disse.
Ele ressaltou que esta é a receita: entregar tudo ao poder privado e ao capital internacional. “Uma forma de destruir. Ele tinha prática nisso, pois já havia trabalhado na ditadura (de Augusto) Pinochet, que realmente destruiu o país (Chile)”.
Ao empobrecer o povo, as elites entendem profundamente o conceito de luta de classes. A degradação dos mais pobres através da política de Guedes favorece a manutenção das classes dominantes no poder, explicou o linguista.
Por outro lado, fez um forte alerta sobre a devastação da Amazônia que, sob o governo de Jair Bolsonaro, atingiu níveis históricos. Segundo o ativista, o Brasil pode virar um deserto completo se medidas radicais não forem tomadas para proteger o bioma.
“Ainda mais sério é que cientistas brasileiros descobriram recentemente que o sudeste da Amazônia já passou de sequestrador de carbono a emissor de carbono, muitas décadas antes do previsto, muito antes”, alertou.
Para o filósofo, a redução drástica das chuvas e o aumento das secas severas tornarão as áreas agrícolas mais extensas inutilizáveis. “É também um prejuízo grave para todos, mas principalmente para o Brasil. São problemas que não podem ser adiados”, refletiu. “A menos que o Brasil consiga enfrentar esses problemas, não estará mais conosco em algumas décadas de forma viável. Então, é claro, isso também significa genocídio para a população indígena, que luta muito e tenta ser ouvida, implorando por apoio”, enfatizou.
Estas são suas opiniões sobre Bolsonaro, a nefasta figura de Guedes e seu entreguismo sobre o manto da privatização para supostamente acabar com a corrupção, algo que é mentira, visto que as privatizações ocorridas na década de 90 não impediram a corrupção nos anos seguintes no país.
Estes
políticos têm compromissos com banqueiros, investidores, empresas americanas e
precisam de uma desculpa para privadoar as empresas a preços módicos. O
pensador norte-americano conseguiu em pouco tempo sintetizar com profunda
sabedoria aquilo que nossa grande mídia finge não ver.
Autor:
Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão
Pública.
Fonte: Prensa Latina.