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21 de maio de 2022

Homeschooling - A terceirização da Educação em marcha!

 

Se a nosso sistema educacional nunca foi um exemplo ao mundo e se os nossos professores nunca foram respeitados e tratados como deveriam e o são no primeiro mundo, imaginem se o projeto que tramita no Congresso nacional de Homeschooling for aprovado?

Os primeiros anos de vida são fundamentais e quase decisivos para a formação do caráter, da personalidade e das virtudes. O que é ensinado às crianças nesta idade pode durar para o resto de suas vidas. “Uma das ferramentas mais úteis na busca pelo poder é o sistema educacional”. (Schlossberg, Herbert, 1993).

Muitas pessoas começaram a pesquisar o que é homeschooling, especialmente a partir de 2018, ano que o assunto chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF). Antes de entender a polêmica, é preciso saber do que se trata.

Homeschooling é o termo em inglês para educação domiciliar ou educação em casa. Pode também significar escola em casa, embora não seja a intenção, pois não se trata de imitar a escola em casa, mas de mudar os métodos na busca do mais adequado.

A intenção é que os filhos sejam educados em casa, por seus pais ou por instrutores escolhidos por seus pais, e não na escola.

O ensino domiciliar é uma prática antiga, não é nova. Antes do surgimento das escolas e da escolarização, os mentores já educavam os filhos dos outros em casa.  

No Brasil, infelizmente essa pauta está associada diretamente não aos pais que necessitam por motivos justos e plausíveis de educar seus filhos no lar, mas sim, pelos religiosos extremistas que querem afastar seus filhos dos “professores” comunistas e do contato de seus filhos do conhecimento de outras ideologias políticas e de gênero.

Em resumo, está ligado ao atraso, ao ranço de gente ignorante, intolerante e preconceituosa que quer manter seus filhos sob o manto da sua religião situada na Idade Média.

A organização Todos Pela Educação criticou o homeschooling e chamou a medida de “equivocada” e “fora do tempo”, sendo contra “qualquer incentivo” relacionado à prática. Segundo a entidade, o tema vem avançando na Câmara dos Deputados e estava na agenda prioritária do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2021. A organização disse que a prática não consegue atender aos 3 objetivos da educação estabelecidos pela Constituição Federal: o “pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. A nota afirma que o homeschooling pode inviabilizar o ensino da tolerância religiosa e o respeito às diferenças. Além disso, a entidade aponta também o uso dos recursos públicos para a educação, mencionando o dado da Associação Nacional de Ensino Domiciliar de que os recursos financeiros são direcionados para apenas 0,04% dos estudantes brasileiros.

O governo federal ao invés de investir pesado num projeto que possa elevar a qualidade do ensino brasileiro desde a tenra idade até a graduação superior, algo que possa valorizar os professores, modernizar escolas e conteúdos programáticos, prefere jogar novamente com seus aliados no sentido de atrasar ainda mais a possibilidade de evolução do sistema educacional brasileiro.

Na campanha em 2018, a pauta eram as escolas militares, que não foram construídas pelo atual governo. Agora joga a favor do ensino em casa, contrariando o bom senso e a lógica. Com isso, perdemos mais quatro anos sem ter ao menos um projeto e um norte para a educação no país.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública. 

https://educacao.uol.com.br/noticias/2022/05/18/em-vitoria-do-governo-bolsonaro-ensino-domiciliar-e-aprovado-na-camara.htm  

O alimento nosso com veneno, o exportado quase um orgânico!

 No Brasil, 4.644 agrotóxicos estão liberados para uso, em atividades agrícolas ou não. Desses, 1.560 foram concedidos por Bolsonaro — o presidente iniciou seu governo, em 2019, com a liberação de 475 produtos, seguido de 493, em 2020, 562, em 2021, e 30 nos três primeiros meses do corrente ano. 

Entre os venenos liberados por Bolsonaro através do Ministério da Agricultura está o glifosato que é o agrotóxico mais popular do Brasil. Ele representa 62% do total de herbicidas usados no país e, em 2016, as vendas desse produto químico em milhares de toneladas foram superiores à soma dos sete outros pesticidas mais comercializados em território nacional.

Ele está associado à produção de soja transgênica, o herbicida contribuiu para que o Brasil se tornasse o maior produtor do grão no mundo, superando os Estados Unidos. O glifosato é um herbicida não-seletivo, ou seja, mata a maioria dos vegetais. Por conta disso, seu uso na agricultura se popularizou associado a culturas geneticamente modificadas para resistir ao princípio ativo.

Com isso, o PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados produtores cresceu muito acima da economia do país como um todo nas últimas décadas. E a renda gerada pela atividade agrícola movimentou outros setores econômicos nas regiões produtoras. Isso em parte explica porque o governo facilita tanto a liberação e o uso de venenos no país.

Mas um estudo realizado por pesquisadores das universidades de Princeton, FGV (Fundação Getúlio Vargas) e Insper revela que essa geração de riqueza tem um alto custo: segundo o levantamento, a disseminação do glifosato nas lavouras de soja levou a uma alta de 5% na mortalidade infantil em municípios do Sul e Centro-Oeste que recebem água de regiões sojicultoras.

Isso representa um total de 503 mortes infantis a mais por ano associadas ao uso do glifosato na agricultura de soja, segundo os estudos. O que de forma alguma preocupa o atual governo, visto que a saúde não é nem nunca foi uma de suas prioridades desde o início de seu mandato.

O Ministério da Agricultura, no começo de 2019, aprovou o registro de agrotóxicos considerados de alta toxicidade. Houve o registro de quase 450 defensivos, sendo que destes apenas 52 têm baixa toxicidade. De acordo com a Anvisa, agrotóxicos que estão banidos em outros países como Estados Unidos, China e integrantes da União Europeia estão chegando ao Brasil. Em nosso país são utilizados ao menos dez agrotóxicos banidos nos países mencionados.

Todos os alimentos que o Brasil exporta, e não são poucas toneladas anualmente, têm um controle de qualidade acima do normal, em parte pela exigência rigorosa dos órgãos sanitários dos EUA, Europa, países da Ásia e mundo árabe. Os brasileiros já sabem que a qualidade do frango, carne bovina, suína, café, grãos e demais produtos nacionais exportados são muito melhores do que os que ficam disponíveis para o mercado interno.

Isso por si só, demonstra o completo desrespeito dos produtores e do governo para com nossa gente. Aos estrangeiros o melhor, aos brasileiros a sobra com veneno.


Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

Bolsonaro, o destruidor do futuro do Brasil!

 Ilustração Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal de Goiás (Sintsep-GO)

1. Ainda que sejam aspectos relevantes de sua personalidade e de seu comportamento e que não devem ser minimizados, não é correto afirmar que o Presidente Jair Bolsonaro é um psicopata, desvairado, incoerente, manhoso, ignorante, violento, fascista e genocida e que seu governo é incompetente e sem rumo, sem um projeto para o Brasil.

2. Bolsonaro é tudo isto e pior do que isto tudo. Seu governo tem um projeto e este projeto tem como objetivo a destruição do futuro do Brasil.

3. O projeto econômico de Bolsonaro é um projeto ultra neoliberal cujas premissas são simples:

todos os problemas econômicos podem ser resolvidos pela empresa privada;

a empresa privada ainda não os resolveu devido à nefasta ação regulamentadora e empresarial do Estado.

4. A política econômica de Bolsonaro procura, com ardor, desregulamentar as atividades econômicas; privatizar as empresas do Estado; vender os bens do Estado; permitir a autorregulamentação pelas empresas de suas atividades; reduzir os direitos dos trabalhadores.

5. Na área externa as medidas econômicas têm, com objetivo, abrir amplamente a economia ao capital estrangeiro e às importações; “aferrolhar” essa política econômica neoliberal pela adesão do Brasil à OCDE e a obrigação de seguir seus “códigos”; negociar acordos de livre comércio e neles abandonar a possibilidade de usar tarifas de importação; transformar o Mercosul em uma área de livre-comércio.

6. O projeto social de Bolsonaro é uma reversão aos valores mais conservadores da sociedade.

7. O projeto social de Bolsonaro para o Brasil tem como premissa que marxistas estimularam e implantaram o ateísmo; atacaram a religião cristã e seus padres e prelados; agridem os princípios da Família; atacam os valores da Pátria e da Nacionalidade; incentivam a libertinagem sexual.

8. Bolsonaro afirma que o interesse do indivíduo é sempre superior ao interesse coletivo; que a corrupção é causada pelo Estado; que a intervenção do Estado na educação é a causa principal da perda dos valores; que as reivindicações das minorias são indevidas por serem essas minorias “inferiores”; que o uso da força para preservar valores é legitimo.

9. A política de Bolsonaro faz tudo para eliminar a ação cultural do Estado e limitar as iniciativas culturais privadas; beneficiar ao máximo as entidades religiosas cristãs, em especial evangélicas; privatizar o ensino e legalizar o ensino “em casa”; ridicularizar a ciência, os cientistas e os professores; estimular o desprezo e ódio às minorias étnicas, às mulheres, aos LGBTQIA+; fortalecer as polícias e o Ministério Público para combater a corrupção e “enquadrar” seus “inimigos”.

10. O projeto político de Bolsonaro é a implantação de um sistema político e governamental autoritário, uma ditadura fascista que garanta a liberdade para as empresas e a submissão dos trabalhadores; consolidar na legislação valores sociais ultraconservadores e a própria perpetuação dessa ditadura.

11. Seu principal instrumento é armar a população, as polícias e as milícias que pretende usar no golpe fascista, que tentará dar em 2022.

12. Instrumentos desse projeto político são passar competências e recursos da União para os Estados e Municípios; contratar pessoal sem concurso; nomear indivíduos inexperientes e contrários à ação do Estado em cada área; reduzir recursos das entidades e empresas públicas e assim “justificar” sua privatização; controlar o Poder Judiciário pela nomeação de juízes conservadores.

13. Bolsonaro ofende os Poderes do Estado; acusa seus adversários de serem comunistas, ateus e pervertidos; acusa o sistema eleitoral de fraudulento; acusa o Congresso e o Judiciário de “não o deixar trabalhar”; desacredita os juízes do TSE; afirma que “pessoas desejam matá-lo”, ofende a imprensa e jornalistas, negou a existência e hoje minimiza a COVID-19 e ridiculariza os que a temem.

14. Na política externa, Jair Bolsonaro revelou e continua a revelar sua admiração pelos governos e líderes de extrema direita; sua devoção irrestrita aos Estados Unidos e sua fiel adesão às posições americanas à época de Trump; sua admiração por Israel; seu antagonismo em relação à China; e segue a orientação de Steve Bannon, o americano ideólogo e articulador da extrema direita nos EUA e no mundo.

15. Jair Bolsonaro dedicou-se a destruir a política externa brasileira em seus fundamentos. Assim retirou o Brasil da CELAC e da Unasul; participou, com outros Governos de direita, na criação do Prosul; designou um general para integrar o IV Comando Americano; permitiu a presença de tropas americanas em treinamento no Brasil; participou das manobras de golpe de Estado na Venezuela; anunciou a mudança da Embaixada brasileira em Israel para Jerusalém, em afronta às decisões do Conselho de Segurança da ONU.

16. Derrotado nas eleições de outubro de 2022 Bolsonaro tentará o golpe de Estado, sua única possibilidade de escapar dos numerosos processos que terá de enfrentar na Justiça pela enormidade e diversidade de seus crimes contra os brasileiros e o Brasil.

Autor: Samuel Pinheiro Guimarães Neto, professor, diplomata e economista, mestre em economia pela Universidade de Boston (EUA), ex-secretário-geral das Relações Exteriores do Ministério das Relações Exteriores e ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE).