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4 de maio de 2022

Espécie a sobreviver!

A pouco menos de 250 dias, em contagem regressiva, a pergunta que faço é: podemos virar uma nova espécie?  As mudanças que provocamos no ambiente estão levando a necessárias adaptações. A natureza é forte, mas o universo não depende de nosso planeta para existir, isso é óbvio. Nesse ponto temos de ser egoístas para saber que, sem o planeta, não vivemos. Informação que precisa ser bem fundamentada para ser levada à população por meio da educação. Se o chamado senso comum fosse efetivo, não teríamos tantos ataques ao ambiente a ponto de clamar pela própria existência e sobrevivência no momento. Haverá outras formas de vida? Pelo menos não conhecemos ainda nenhum outro lugar que possa abrigar a vida, igual à nossa ou outra diferente. Deve existir, pois a probabilidade assim determina, mas nada aqui por perto. No máximo, colonizaremos Marte sem saber melhor sobre os oceanos que cobrem a maior parte da superfície deste planeta aqui. Paradoxos aceitáveis. O fofoqueiro também sabe mais dos conflitos dos vizinhos do que da podridão que habita o próprio lar. Ou procura não saber.

Esse tempo das coisas é também sobrevivência. Entender que os tempos são distintos não é questão pacífica. O problema é esse, uma solução natural, como a despoluição de águas, tem o seu tempo e é demorado. Nosso tempo deveria acompanhar esse ritmo, chamemos de tempo natural, que, para várias funções fisiológicas, é um tempo já estabelecido. Mas há o tempo social, o tempo das exigências econômicas, que é inventado e está acelerado quando comparado com aqueles, digamos, naturais. Essa é uma das grandes incompatibilidades que temos. Buscamos soluções dentro desses limites. Se não conseguimos, a frustração aumenta, mesmo sabendo que não foi por falta de tentativas. Uma realidade criada em que os obstáculos foram colocados de forma muito severa e muito drástica. Por isso, novamente, a educação é primordial para traduzir a linguagem da ciência - que sabe muito bem o que está acontecendo - para o cidadão, que até faz ideia dessa realidade, mas é submetido a uma série de falsas narrativas que passa a duvidar até do que vive na própria pele.

Devemos acreditar no nosso potencial enquanto espécie dentro deste ecossistema em que vivemos, potencial de sobrevivência como espécie, não como indivíduos, para ficar bem claro. Quando somos colocados frente a desafios, conseguimos elaborar alternativas. Hoje a barra subiu para a superação desses desafios, com muitas barreiras colocadas por nós mesmos, que estão dificultando - e muito - conseguir sobreviver. Provavelmente, em um futuro não muito distante, os que sobreviverem serão uma espécie um pouco diferenciada, mais frágil por alguns aspectos, mas tentando se fortalecer por outros. Tal mudança, creio, é inevitável, mas temos de atuar pela preservação. A questão não é ser alarmista, mas realista, pois os estudos sobre a possibilidade de extinção de nossa espécie não são catastróficos, são estudos sérios resultando na extinção ou substituição de espécie no ritmo em que estamos. Tais reflexões vieram ainda daquele evento sobre águas de um mês atrás. As anotações esparsas rendem textos elaborados, mas inconclusivos, por certo. #IniCiencias.

Autor: Prof. Adilson Roberto Gonçalves

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