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5 de maio de 2022

O legado de Bolsonaro será a mentira!

 No final de março, o presidente Jair Bolsonaro (PL) passou pelo Rio Grande do Norte onde foi inaugurar a estação de Cajupiranga, Trecho I da Linha Branca da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) que ligaria o bairro de Cajupiranga, em Parnamirim, Região Metropolitana de Natal, ao centro da cidade. Como parte da sua estratégia de fazer campanha eleitoral mesmo sendo proibido, foi recebido por apoiadores na chegada ao estado — o único que elegeu uma mulher governadora em 2018, a petista Fátima Bezerra. Fez piadas e montou num equino branco que portando uma bandeira do Brasil, desfilou e em seguida partiu em uma motociata, até chegar à estação.

O palanque eleitoreiro estava repleto de políticos e autoridades, entre elas, os ministros da Comunicação Fábio Faria e do Desenvolvimento Regional Rogério Marinho. Todo este movimento, este gasto de recursos públicos com deslocamentos e demais despesas até o momento, mais de um mês após a festa, não se transformaram em algo produtivo para a comunidade local.

Nenhum VLT (veículo leve sobre trilhos) conduziu os moradores. A estação nunca funcionou. A estação Cajupiranga está no entorno da RN-313, uma área onde o que predomina é o movimento dos carros. Por lá, as casas populares não estão à vista. Em Cajupiranga passa apenas um ônibus regular. Além dele, só um alternativo, conhecido como inter-bairros. Para chegar à parte populosa do bairro, que se expande para além da margem da rodovia com suas feiras, lojas e moradores, é preciso caminhar cerca de um km.

A estação Cajupiranga pretende atender o perímetro urbano de Parnamirim. Nesta etapa da obra foram gastos pouco mais de R$ 17 milhões, sob ordem do Ministério do Desenvolvimento Regional, para os 3,4 km de linha férrea. A placa do governo federal fala em R$ 551 mil para "serviço de engenharia para construção da estação ferroviária Cajupiranga". Apesar da estação estar parada, Bolsonaro esteve no local que deveria servir de terminal de passageiros. As luzes estão instaladas, as roletas estão prontas, o guichê de passagem apenas à espera de quem precise comprar. Mas quem transita lá é só um homem responsável pela segurança e vistoria do local.

Depois de ter inaugurado uma parte pequena da obra de transposição do Rio São Francisco, realizada no governo Lula e Dilma (92% do total da obra), Bolsonaro inaugura o que não está pronto, o que não se sabe se ficará pronto um dia em seu governo. Uma tática mentirosa, que visa ludibriar os eleitores com a festa no local, os outdoors, filmagens para campanha presidencial, enganando a todos os moradores da cidade.

O transporte urbano naquela cidade e na região são precários, o povo paga suas locomoções através de Uber. O VLT seria uma excelente opção. Antigamente, uma obra não era inaugurada antes de estar aprovada, paga e liberada para seu uso. Bolsonaro, no afã de conquistar votos, passa por cima de tudo e de todos, pouco se importando com o povo sofrido que está sendo enganado.

        O legado da gestão Bolsonaro não será composto de obras, mas sim de muitas mentiras espalhadas em palanques por cidades do Brasil e em suas Lives na Internet. Imaginem o custo dessa festa eleitoreira com recursos que saem dos impostos do próprio povo, inclusive de Parnamirim – RN. 



Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

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