Sempre imaginávamos que após a virada do milênio muitas coisas fossem mudar no mundo em relação aos avanços da tecnologia. Isso se efetivou e continua em franca evolução.
Entretanto, no que tange aos seres humanos, notamos uma regressão gigante. Uma involução que preocupa em diversos sentidos e setores da sociedade.
O caso recente de racismo na Espanha nas arquibancadas dos clubes de futebol, em plena Europa, no chamado primeiro mundo, causa muita estranheza e preocupação. Fica muito claro que não é um caso isolado.
Ao lado dos torcedores, dirigentes e políticos está atrelada uma onda de retorno ao poder em alguns países de partidos de extrema direita, a mesma que contempla e apoia, além do racismo, a xenofobia, homofobia e repele o recebimento de refugiados em seus países.
Não por coincidência, no caso espanhol, o presidente da La Liga que organiza o campeonato espanhol é membro atuante do VOX, partido extremista de direita.
No Brasil, desde o surgimento da candidatura de Jair Bolsonaro para concorrer à presidência em 2018, junto com seu apoio, vieram das catacumbas distantes racistas, xenófobos, homofóbicos e os que odeiam partidos de esquerda, comunidades quilombolas e indígenas.
Em paralelo, cresceu assustadoramente o número de crimes praticados por feminicídio no país, com homens tirando a vida de esposas, namoradas, ex-companheiras, até na frente de seus filhos menores de idade. São crimes diários e sem que as autoridades reajam com penas mais duras e longas para estes assassinos.
Nas ruas do país, 75% dos motociclistas não possuem CNH, um percentual parecido de motoristas que conduzem seus veículos sem a documentação em ordem e impostos recolhidos (IPVA). A fuga escolar é gigante e atinge milhares de jovens que não concluem o ensino médio, muitas delas sequer o fundamental.
Caminhamos a passos largos para o obscurantismo, o atraso e o caos na nossa sociedade. Sem termos ações governamentais que pudessem estancar essas barbaridades e colocar as coisas em ordem.
O mundo se perde em discussões e guerras, enquanto o planeta se esgota, mutilado por poluição, destruição do meio ambiente e falta de ação por parte das lideranças dos países ricos. O que nos deixa com a nítida impressão de que o fim deste ciclo no planeta não esteja tão distante como imaginávamos antes do ano 2000.
A humanidade não se comporta como se estivesse num processo de evolução neste planeta, com a impressão de que em alguns países ocorre a involução a passos largos.
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.
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