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1 de julho de 2025

A multiplicação dos pescadores em Mocajuba no Pará pelo INSS!

Um dos milagres mais conhecidos de Jesus Cristo está relatado nos quatro evangelhos do Novo Testamento (Mateus 14:13-21, Marcos 6:30-44, Lucas 9:10-17 e João 6:1-15). Jesus estava pregando para uma grande multidão, que o seguiu até um lugar afastado. Ao final do dia, seus discípulos se preocuparam porque o povo estava com fome e não havia comida suficiente. Então, sugeriram a Jesus que mandasse a multidão embora para que pudessem buscar alimento nas aldeias. Mas Jesus respondeu: "Dai-lhes vós mesmos de comer."

Os discípulos disseram que só tinham cinco pães e dois peixes, trazidos por um menino. Jesus, então:

1.    Pediu que todos se sentassem na relva.

2.    Pegou os pães e os peixes, ergueu os olhos ao céu, abençoou os alimentos e os partiu.

3.    Mandou os discípulos distribuírem a comida.

Resultado: Todos comeram até ficarem satisfeitos. Ainda sobraram doze cestos cheios de pedaços de pão e peixe.

No município de Mocajuba (PA), 14,7 mil pescadores receberam o seguro-defeso do INSS em 2024. A cidade, localizada às margens do rio Tocantins e a quatro horas de carro de Belém, tem a maior proporção de pescadores por habitante do Brasil.

O problema é que, segundo dados do IBGE, não é possível haver tantos pescadores artesanais na cidade. Há 15,3 mil adultos no município, dos quais 6.300 trabalham em fazendas, 1.800 estão empregados pela prefeitura e 716 atuam no SUS ou como professores.

O número de pescadores registrados no país saltou de 1 milhão em 2022 para 1,7 milhão em maio de 2025 — sendo 500 mil novos cadastros desde meados de 2024. O registro é obrigatório para acessar o benefício, pago quando a pesca é proibida por razões ambientais. Em 2024, o governo gastou R$ 5,9 bilhões com o seguro.

Ou o INSS está fazendo a multiplicação dos pescadores ou, o que é mais provável, está no meio de mais uma fraude gigante por falta de fiscalização, controle e vontade de fazer aquilo que é certo.

Enquanto nas grandes cidades há tanto rigor para com os aposentados, pensionistas e os que pretendem receber auxílio doença, no interior do Pará segue atestando milhares de auxílios de seguro defeso para quem nunca chegou próximo de um rio ou pescou na vida profissionalmente.

Muitas vezes no Brasil temos a nítida impressão de que não vivemos no Século XXI em plena era da tecnologia com Inteligência Artificial e tantos recursos à disposição dos órgãos públicos. Falta inteligência humana, vontade de coibir abusos e desvios de recursos que nos são tão preciosos.

Em todos os benefícios do governo, em qualquer instância (municipal, estadual ou federal), nunca temos certeza se aqueles que estão recebendo passaram pelo crivo correto antes de poderem receber recursos oriundos dos nossos impostos.

 

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

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