Ao longo dos últimos dez anos, a extrema-direita conseguiu disseminar tantas mentiras que muitas delas acabaram sendo absorvidas pelos eleitores desinformados. Enquanto fazia essa verdadeira lavagem cerebral, a direita foi elegendo deputados federais e senadores, montando uma bancada inimiga do povo.
Essa bancada é apoiada financeiramente e politicamente pelas elites financeiras, grandes conglomerados empresariais e a grande mídia. Os eleitores pobres e da classe média se orgulham em dar seus votos a essa casta, que uma vez eleitos passam a legislar em favor dos ricos e vetar benefícios aos mais necessitados.
O mandato de quatro anos dos deputados federais da oposição se divide em três partes: 1º Não permitir nenhum avanço do governo federal em direção aos mais necessitados; 2º Proteger os mais ricos, não permitindo aumento de impostos nem o fim das mamatas; 3º Abocanhar mais de R$ 50 bilhões em emendas parlamentares nem sempre transparentes, cujos destinos não são nada republicanos.
Estes deputados trabalham dois ou três dias no máximo por semana, porém, não aceitam discutir o fim da escala 6X1, que penaliza os trabalhadores brasileiros. E o motivo é proteger os empresários, aqueles cidadãos que não recolhem os impostos que deveriam, odeiam benefícios aos pobres e pagam salário de fome aos seus empregados.
Nas suas redes sociais os deputados bolsonaristas levantam o mantra do governo que gasta muito, porém, na prática os deputados estão propondo o aumento da Câmara Federal de 513 para 531 deputados. Aumentando os gastos públicos com mais deputados, assessores, verbas de gabinete, sem que haja uma só justificativa plausível para essa proposta.
O governo chantageado se vê obrigado a liberar emendas, que de acordo com o Siop (Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento), que é o sistema estruturante do Governo Federal que suporta os processos de planejamento e orçamento no âmbito da União, já houve empenho de R$ 1,924 bilhão para o pagamento das mesmas. O montante efetivamente pago é, no entanto, menor: cerca de R$ 465 milhões.
Essas emendas são muitas vezes enviadas para prefeitos correligionários, parentes dos deputados e em ações como aquela que foi flagrada do deputado federal paulista Fábio Teruel (MDB). No condomínio de luxo em que ele mora, em Barueri, na Grande São Paulo, onde vivem celebridades com milhões de seguidores em seus perfis, como a advogada e influencer Deolane Bezerra, o ator Fiuk e a cantora sertaneja Simone Mendes, da antiga dupla Simone e Simaria.
O local abriga mansões na faixa dos R$ 50 milhões e até um castelo árabe, embora todo esse luxo fique restrito atrás de muros. Oito ruas do condomínio ganharam recapeamento novo, no ano passado, com dinheiro de emenda milionária de Teruel, morador do residencial.
Os eleitores brasileiros precisam parar de brincar com o voto, se fazer presente nas eleições, votando com consciência ao invés de votar branco, nulo ou se abster. Ao votar é preciso esquecer ideologia e passar a pesquisar quem merece ou não o seu voto de acordo. Chega de eleger quem vai defender os ricos, como fez o deputado Fábio Teruel, que ao invés de destinar emendas milionárias para as ruas de Barueri, Osasco, Jandira, virou as costas ao povo pobre e investiu no condomínio de ricos onde vive.
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.
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