Os moradores da cidade de Bauru enfrentam três graves problemas na saúde pública há muito tempo. O primeiro é que não encontram medicamentos de alto custo nas prateleiras dos postos de saúde do município e do Estado. Quando são confrontados pelos moradores ou pela mídia, a secretaria de saúde e o Depto. Regional de Saúde do Estado (DRS), dizem que a culpa é do Ministério da Saúde, porém, não explicam o porquê e não buscam soluções definitivas junto ao SUS.
Não bastasse esse grave problema, os cidadãos enfrentam ainda mais duas situações graves que colocam em risco a saúde de milhares de pessoas. Um exame solicitado pode demorar anos para ser realizado na cidade, sem que ninguém faça nada para mudar esta situação desesperadora.
Alguns tipos de exames podem levar mais de dez anos para serem agendados, segundo a estimativa oficial. Alguns dos pacientes morrem antes de realizarem os exames na busca por um diagnóstico médico.
Faltam equipamentos, logística, empenho da prefeitura e a contrapartida do governo estadual. Tudo funciona apenas na época da campanha eleitoral, quando o candidato à prefeitura mostra na planilha construção de hospital municipal e apoio do governador na solução dos problemas.
O último e mais grave problema na cidade é a falta de leitos hospitalares e de UTI. Algo recorrente que os gestores definitivamente não conseguem nem possuem vontade política de solucionar. Os números são assustadores e em qualquer país do mundo poderia gerar condenação, cassação de mandato e até o Impeachment.
A atual prefeita está no cargo desde janeiro/2021, tendo sido reconduzida ao cargo em outubro/2024. Um procedimento investigatório do Ministério Público Federal (MPF) em Bauru apurou que, entre a sua posse em janeiro de 2021 e março de 2023, ao menos 614 pessoas morreram enquanto aguardavam por um leito hospitalar na rede pública da cidade.
No ano de 2024, um levantamento feito pela TV TEM mostrou que 231 pessoas morreram na espera por um leito em Bauru. Nos primeiros seis meses de 2025, a cidade já registrou 57 mortes de pacientes que esperavam por uma internação.
Percebam que, apenas no período da atual gestão da prefeita, os levantamentos mostram que 902 pessoas morreram à espera de um leito hospitalar em Bauru.
Essas pessoas eram de origem humilde, vitimas do descaso dos nossos governantes, aliás, se fossem ricos, teriam plano de saúde ou iriam se tratar em Hospitais de luxo em São Paulo, Miami ou qualquer outro centro médico no exterior.
É preciso que seja dado um basta nestas três situações de calamidade pública na saúde em Bauru. Autoridades, organizações da sociedade civil, Ministério Público e a Justiça precisam urgentemente tomar providências no sentido de evitarmos que estas situações deploráveis permaneçam afetando nossa população.
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.
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