Depois de ter avalizado a ação criminosa no Guarujá, quando a PM matou 14 pessoas numa chacina motivada pela vingança pela morte de um soldado do Bope, o governador Tarcísio agora se volta ao seu projeto de precarização do ensino no maior Estado da nação.
O primeiro passo foi nomear o cidadão Renato Feder como Secretário da Educação de São Paulo, o mesmo que já havia feito estragos no Paraná, onde as denúncias dão conta de que, conforme levantamento feito pelo site Metrópoles com dados da Secretaria da Fazenda Paulista, a empresa da qual o secretário Feder foi o principal sócio faturou R$ 192 milhões com a venda de equipamentos para a pasta que ele irá comandar.
Em sua primeira decisão polêmica, Renato Feder anunciou no dia primeiro de agosto que a gestão do governador Tarcísio de Freitas não utilizará os 10 milhões de exemplares para os alunos do Ensino Fundamental 2 (6º ao 9º ano) no próximo ano, optando por material digital em vez de livros didáticos. Pela primeira vez, as escolas estaduais paulistas não receberão os livros do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), administrado pelo Ministério da Educação (MEC). Essa medida, no entanto, ganha ainda mais destaque por uma revelação sobre o próprio secretário.
Por enorme coincidência, Renato Feder foi membro efetivo do conselho de administração de uma empresa de informática, a Multilaser. O futuro secretário da Educação foi Co-CEO da Multilaser Industrial S/A entre 2003 e 2018, quando passou a ocupar os cargos de vice-presidente da empresa e presidente do conselho. Posteriormente, em 2019, Feder renunciou a essas posições após assumir a pasta da Educação no governo de Ratinho Júnior, no Paraná. Desde maio do ano passado, ele é conselheiro da companhia.
As informações sobre a venda milionária de equipamentos para a Secretaria da Educação levantam questionamentos sobre possíveis conflitos de interesse e suscitam dúvidas sobre a motivação por trás da decisão de abandonar os livros didáticos impressos em favor do material digital.
A ação do governo paulista, que possui a maior rede de ensino do país com cerca de 5 milhões de alunos, representa 15% do PNLD. Através desse programa, o MEC adquire livros didáticos para todas as escolas públicas brasileiras, movimentando R$ 1 bilhão e 150 milhões em obras por ano.
Por trás da decisão está o sonho de precarizar o ensino, favorecendo escolas privadas, que possuem os empresários muito fortes, ligados ao governo, dificultando sobremaneira o acesso dos alunos egressos do Ensino Público ao Ensino Superior das Universidades Públicas (USP, Unesp, Unicamp) e as Federais.
Depois de mostrar como será o comportamento da nossa Polícia Militar nas suas mãos, precarizar o ensino será o segundo passo, faltando apenas intervir no sistema de saúde, precarizando o SUS e entregando tudo ao sistema privado.
Os eleitores paulistas com falta de capacidade cognitiva, análise e entendimento de política votaram como sempre, com base num senso estereotipado de ideologia rasa, elegendo pessoas com perfil de direita e que, após eleitas, vão trabalhar para empresários e grandes grupos financeiros, sem jamais fazer algo pela sociedade, seja a classe média ou menos favorecidos.
Como imaginar que as milhares de crianças sem alimentação básica, muitas sem ter o mínimo necessário para a infância, vão ter condições de ler em PC, Notebook, Tablet que seus pais nunca terão condições financeiras de adquirir. A ideia de Tarcísio é justamente essa, depauperar, precarizar e destruir quaisquer chances de os alunos pobres chegarem a Universidade Pública (Lugar sagrado para os ricos, apenas ricos).
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.
Nenhum comentário:
Postar um comentário