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5 de maio de 2019

O perigo de se estudar o que ensina a pensar!

Filosofia, sociologia e história – especialmente filosofia – não são apenas disciplinas importantes. São as mais importantes de todas e assim deveriam ser consideradas por quem monta os currículos escolares.
O Pensador é uma das mais famosas esculturas de bronze do francês Auguste Rodin
Com todo respeito e reconhecimento às outras matérias, é mais necessário que antes de conhecer equações, fórmulas que cruzam massa e velocidade ou combinações de metais e gases o ser humano estude sobre sua condição nesse planeta e seu papel nessa existência.
Fundamental também que identifique, já nos primeiros bancos escolares, o que é sua relação com o meio em que vive e o que aconteceu no país e no mundo antes de ele, aluno e futuro cidadão, nascer, para que erros do passado não retornem ao presente.
O problema é que as três disciplinas formam pessoas pensantes, capazes de contestar sistemas e quem os conduzem, o que é uma ameaça em potencial ao poder.
O sistema educacional brasileiro, opressor e apenas preocupado com resultados em programas de seleção (para que possa estampar índices de aprovação em outdoors de propaganda de colégios para brancos e ricos) privilegia matérias que exigem raciocínio, mas não pensamento.
E como já esperávamos, essa forma de ensinar nossos estudantes é também agora uma maneira de governar.

Autor: André Giusti é jornalista e escritor. Trabalha atualmente como assessor parlamentar no Senado. 

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