Filosofia, sociologia e história –
especialmente filosofia – não são apenas disciplinas importantes. São as mais
importantes de todas e assim deveriam ser consideradas por quem monta os
currículos escolares.
O Pensador é uma das mais famosas esculturas de bronze do francês Auguste Rodin
Com todo respeito e reconhecimento às
outras matérias, é mais necessário que antes de conhecer equações, fórmulas que
cruzam massa e velocidade ou combinações de metais e gases o ser humano estude
sobre sua condição nesse planeta e seu papel nessa existência.
Fundamental também que identifique, já
nos primeiros bancos escolares, o que é sua relação com o meio em que vive e o
que aconteceu no país e no mundo antes de ele, aluno e futuro cidadão, nascer,
para que erros do passado não retornem ao presente.
O problema é que as três disciplinas
formam pessoas pensantes, capazes de contestar sistemas e quem os conduzem, o
que é uma ameaça em potencial ao poder.
O sistema educacional brasileiro,
opressor e apenas preocupado com resultados em programas de seleção (para que
possa estampar índices de aprovação em outdoors de propaganda de colégios para
brancos e ricos) privilegia matérias que exigem raciocínio, mas não pensamento.
E como já esperávamos, essa forma de
ensinar nossos estudantes é também agora uma maneira de governar.
Autor: André
Giusti é jornalista e escritor. Trabalha atualmente como assessor parlamentar
no Senado.
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