“Jornalismo é publicar o que
alguém
não quer que seja publicado:
todo o restante é publicidade”
George Orwell
Fernando
A cidade de Bauru conhecida na década
de setenta como “Princesa da Noroeste” hoje é uma cidade repleta de buracos,
sujeira e problemas. Vivemos uma triste sina no centro oeste paulista, numa
cidade nascida ao redor dos trilhos de um importante entroncamento ferroviário fundada
em 1896, parte integrante da Marcha para o Oeste, impulsionada pelo
governo de Getúlio Vargas como incentivo ao progresso e a ocupação da
região central do Brasil. No começo do século XX o município começou a ganhar
infraestrutura e a população aumentou com a chegada da ferrovia e, mais tarde,
das rodovias.
Hoje passados muitos anos, convivemos
com uma epidemia de Dengue, com mais de 15 mil casos registrados e dezessete mortes
confirmadas além de outros casos que estão à espera da confirmação do Instituto
Adolfo Lutz.
Uma cidade suja, mal administrada, com
deficiência crônica no atendimento à população no que tange a saúde pública.
Com déficit de mais de cem leitos hospitalares incluindo leitos de UTI. Com
precariedade no sistema de controle de medicamentos ainda não sistematizados
para facilitar o acesso do munícipe.
Embora com recurso federal destinado a
fundo perdido, a administração municipal não conseguiu a conclusão da obra da
Estação de Tratamento de Esgotos, que já dura mais de quatro anos, com atraso
na entrega e problemas graves com relação aos projetos elaborados por empresa
contratada para tal tarefa.
Uma cidade com transporte público de
má qualidade, contrastando com preço elevado das passagens que estão no mesmo
nível financeiro das grandes capitais brasileiras.
Embora com seu segundo prefeito
ambientalista nos últimos doze anos, a cidade sofre com a indefinição quanto à
destinação do lixo orgânico e não tem capacidade de aumentar sua coleta de
recicláveis. Não consegue expandir a captação de água potável, enquanto seu
Departamento de Água e Esgoto – DAE desperdiça milhões de litros de água
tratada em centenas de vazamentos pelas ruas da cidade.
A inércia de seus gestores colabora
para afugentar empresas instaladas no município, enquanto as cidades vizinhas
como Agudos, Lençóis Paulista, Pederneiras captam novos investimentos gerando
milhares de empregos aos seus munícipes.
O poder concentrado de alguns grandes
grupos denominados de “Donos da Cidade” é outro fator que desestabiliza e
prejudica novos negócios para a cidade, trancando tudo que possa na visão de
seus mandatários “atrapalhar” seus lucros. Com isso o aeroporto recebe um ou
dois voos semanais para a Capital e fica praticamente abandonado.
Sem ferrovias, sem movimento de cargas
no aeroporto construído erroneamente pelo governo estadual, o município deixa
de ser o grande entroncamento logístico do Estado. Perdendo negócios, dinheiro
e investimentos nacionais e estrangeiros.
Nos últimos vinte e cinco anos, se
sucederam na Prefeitura políticos sem capacidade para administrar a cidade com
visão de futuro, conhecimento técnico e probidade para com o erário.
Suficientes para alavancar o desenvolvimento da cidade, conseguindo novas
empresas geradoras de empregos e obras que pudessem se instalar na cidade.
Gestores capazes de resolver problemas
como a implantação de um Instituto de Planejamento para a cidade, a urgente ampliação
dos leitos hospitalares e de UTI, conclusão da usina de tratamento de esgoto e construção
de uma nova estação de captação de água potável, executar os serviços de limpeza
e dar ao município uma educação de qualidade.
Autor:
Rafael Moia Filho: Escritor, Blogger, Graduado em Gestão Pública.
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