“A vida é muito
maior que
a soma de seus
momentos”.
Zygmunt Bauman
São
muitos os casos de má conduta, falta de ética, desvio de finalidade na
representação da sociedade durante seus mandatos que fica fácil dar exemplos de
como nossa classe política é odiosa, como gastamos nossos recursos com tanta
gente de baixo nível intelectual, moral e político.
Um
dos exemplos dessa imoralidade constante e obscena na vida política nacional
está no Rio de Janeiro com o Deputado Federal Otoni de Paula do Partido Social
Cristão – PSC/RJ.
O deputado federal Otoni
de Paula que é pastor da igreja evangélica e lidera unidades da Assembleia de
Deus do Rio de Janeiro há 22 anos, segundo sua própria biografia, é um destes
exemplos nefastos que tanto gostaríamos de ver longe da Câmara e da política
nacional.
Conforme foi revelado
pelo Globo, este deputado já gastou mais R$ 238,5 mil de dinheiro público com a
empresa Aplicanet Informática, empresa acusada de disparo indevido de mensagens
durante eleições. No total, Otoni de Paula tirou de dinheiro público e deu para
membros da Assembleia de Deus do Rio de Janeiro cerca de R$711.797,00.
Esse valor é cerca de
32% dos R$ 2.221.208,22 da cota parlamentar e da verba de gabinete gastos pelo
deputado desde o início de seu mandato. Boa parte dos recursos que deveriam ser
investidos em cidades do Estado do Rio de Janeiro ficam exclusivamente para o
uso da Igreja do Pastor Otoni, como se este se esquecesse que os recursos são
do povo do Rio de Janeiro, incluindo todas as religiões e credos aos quais
pertençam.
O deputado evangélico é
outro que na campanha eleitoral vociferou aos quatro cantos que a Câmara
precisa de alguém para lutar pela “família” brasileira. Entretanto, não
especificou que era apenas a família da Assembleia de Deus ao qual pertence e
se diz pastor.
Em carta endereçada ao
Presidente da Câmara Deputado Rodrigo Maia – DEM/RJ questionei o seguinte:
1. Essas verbas
parlamentares podem ser destinadas para fins particulares?
2. Em tese ele
pode doar esse dinheiro sem precisar provar o destino?
3. Sendo assim,
se colocar o dinheiro na própria conta quem irá contestar?
4. Ele é
deputado federal e representa o povo do RJ ou apenas a sua Igreja?
Provavelmente
não receberei resposta do presidente da Câmara, até porque o corporativismo
reinante na política brasileira é um dos obstáculos que o cidadão enfrenta ao
tentar denunciar ou frear comportamentos estranhos a ética e a moral.
Os políticos
brasileiros em todas as suas instâncias tem imunidade demasiada, atalhos na
Justiça que os ajudam a não serem processados civil e criminalmente, além da
inaceitável questão de possuírem Foro Privilegiado, fazendo com que os demais
brasileiros sejam como cidadãos de segunda classe.
Autor:
Rafael Moia Filho: Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.
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