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1 de julho de 2020

Mais um exemplo da nossa desmoralizada classe política!


“A vida é muito maior que
a soma de seus momentos”.
Zygmunt Bauman

São muitos os casos de má conduta, falta de ética, desvio de finalidade na representação da sociedade durante seus mandatos que fica fácil dar exemplos de como nossa classe política é odiosa, como gastamos nossos recursos com tanta gente de baixo nível intelectual, moral e político.
Um dos exemplos dessa imoralidade constante e obscena na vida política nacional está no Rio de Janeiro com o Deputado Federal Otoni de Paula do Partido Social Cristão – PSC/RJ.
O deputado federal Otoni de Paula que é pastor da igreja evangélica e lidera unidades da Assembleia de Deus do Rio de Janeiro há 22 anos, segundo sua própria biografia, é um destes exemplos nefastos que tanto gostaríamos de ver longe da Câmara e da política nacional.
Conforme foi revelado pelo Globo, este deputado já gastou mais R$ 238,5 mil de dinheiro público com a empresa Aplicanet Informática, empresa acusada de disparo indevido de mensagens durante eleições. No total, Otoni de Paula tirou de dinheiro público e deu para membros da Assembleia de Deus do Rio de Janeiro cerca de R$711.797,00.
Esse valor é cerca de 32% dos R$ 2.221.208,22 da cota parlamentar e da verba de gabinete gastos pelo deputado desde o início de seu mandato. Boa parte dos recursos que deveriam ser investidos em cidades do Estado do Rio de Janeiro ficam exclusivamente para o uso da Igreja do Pastor Otoni, como se este se esquecesse que os recursos são do povo do Rio de Janeiro, incluindo todas as religiões e credos aos quais pertençam.
O deputado evangélico é outro que na campanha eleitoral vociferou aos quatro cantos que a Câmara precisa de alguém para lutar pela “família” brasileira. Entretanto, não especificou que era apenas a família da Assembleia de Deus ao qual pertence e se diz pastor.
Em carta endereçada ao Presidente da Câmara Deputado Rodrigo Maia – DEM/RJ questionei o seguinte:
1.       Essas verbas parlamentares podem ser destinadas para fins particulares?
2.       Em tese ele pode doar esse dinheiro sem precisar provar o destino?
3.       Sendo assim, se colocar o dinheiro na própria conta quem irá contestar?
4.       Ele é deputado federal e representa o povo do RJ ou apenas a sua Igreja?
Provavelmente não receberei resposta do presidente da Câmara, até porque o corporativismo reinante na política brasileira é um dos obstáculos que o cidadão enfrenta ao tentar denunciar ou frear comportamentos estranhos a ética e a moral.
Os políticos brasileiros em todas as suas instâncias tem imunidade demasiada, atalhos na Justiça que os ajudam a não serem processados civil e criminalmente, além da inaceitável questão de possuírem Foro Privilegiado, fazendo com que os demais brasileiros sejam como cidadãos de segunda classe.  

Autor: Rafael Moia Filho: Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.

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