“Há os especialistas do dizer,
do falar e não do pensar”.
Milton Santos
O
ministro da economia chegou ao ministério precedido de tanta expectativa que
mais parecia um enorme balão inflado pairando no ar da esplanada ministerial.
Chegou a ser chamado de “Posto Ipiranga” uma alusão a propaganda veiculada
daquela empresa que dizia “Pergunte lá no posto Ipiranga”.
A
primeira voz dissonante que ouvi em relação a ele foi numa palestra do
Historiador Marco Antônio Villa no aniversário de um ano da Rádio Jovem Pan
News Bauru. Ele desmontou completamente o ministro que não tem um livro sequer
publicado sobre economia, jamais defendeu uma tese de mestrado sobre economia e
nem tem publicações em revistas especializadas.
Percebi
que o então queridinho do mercado financeiro era uma espécie de caderno em
branco, vazio, sem nada a oferecer, sem um projeto a médio e longo prazo para a
recuperação da economia nacional e a volta do pleno emprego.
Sua participação no atual governo está
restrita até agora pela sua insistência na aprovação da Reforma da Previdência,
que não trouxe nem nunca irá trazer os benefícios alegados a época junto ao
Congresso e a sociedade brasileira. A reforma tinha como objetivo primordial
prejudicar e dificultar a aposentadoria para o trabalhador brasileiro, além de
retirar recursos das pensões que viessem a ocorrer posterior à sua implantação.
Depois da reforma promulgada, Guedes
sumiu, desapareceu do noticiário e agora reaparece com a insistente tentativa
de recriar a CPMF, desta vez chamando-a de “Imposto sobre Transações
Eletrônicas” que pretende cobrar 0.2% sobre pagamentos efetuados sobretudo
em compras eletrônicas. Somente em junho, em plena pandemia, esse comércio
arrecadou algo em torno de R$ 24,0 bilhões.
Aliás, a reforma tributária que Guedes e
Bolsonaro pretendem não propõe redução na obscena carga de impostos que o
brasileiro paga, mas sim, manter a mesma arrecadação com um número menor de
tributos, agregando-os somente. Emprego? Está no caderno vazio, aquele com as
páginas em branco. Desenvolvimento sustentável da economia? Está no mesmo
caderno em branco. Nenhuma linha sequer ou um desenho que seja.
Arte: Amarildo
Autor:
Rafael Moia Filho: Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.
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