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23 de julho de 2020

Guedes - Um caderno em branco!

“Há os especialistas do dizer,
do falar e não do pensar”.
Milton Santos

O ministro da economia chegou ao ministério precedido de tanta expectativa que mais parecia um enorme balão inflado pairando no ar da esplanada ministerial. Chegou a ser chamado de “Posto Ipiranga” uma alusão a propaganda veiculada daquela empresa que dizia “Pergunte lá no posto Ipiranga”.
A primeira voz dissonante que ouvi em relação a ele foi numa palestra do Historiador Marco Antônio Villa no aniversário de um ano da Rádio Jovem Pan News Bauru. Ele desmontou completamente o ministro que não tem um livro sequer publicado sobre economia, jamais defendeu uma tese de mestrado sobre economia e nem tem publicações em revistas especializadas.
Percebi que o então queridinho do mercado financeiro era uma espécie de caderno em branco, vazio, sem nada a oferecer, sem um projeto a médio e longo prazo para a recuperação da economia nacional e a volta do pleno emprego.
Sua participação no atual governo está restrita até agora pela sua insistência na aprovação da Reforma da Previdência, que não trouxe nem nunca irá trazer os benefícios alegados a época junto ao Congresso e a sociedade brasileira. A reforma tinha como objetivo primordial prejudicar e dificultar a aposentadoria para o trabalhador brasileiro, além de retirar recursos das pensões que viessem a ocorrer posterior à sua implantação.
Depois da reforma promulgada, Guedes sumiu, desapareceu do noticiário e agora reaparece com a insistente tentativa de recriar a CPMF, desta vez chamando-a de “Imposto sobre Transações Eletrônicas” que pretende cobrar 0.2% sobre pagamentos efetuados sobretudo em compras eletrônicas. Somente em junho, em plena pandemia, esse comércio arrecadou algo em torno de R$ 24,0 bilhões.
Aliás, a reforma tributária que Guedes e Bolsonaro pretendem não propõe redução na obscena carga de impostos que o brasileiro paga, mas sim, manter a mesma arrecadação com um número menor de tributos, agregando-os somente. Emprego? Está no caderno vazio, aquele com as páginas em branco. Desenvolvimento sustentável da economia? Está no mesmo caderno em branco. Nenhuma linha sequer ou um desenho que seja.
Arte: Amarildo

Autor: Rafael Moia Filho: Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.
 

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