“A vida é muito
maior que
a soma de seus
momentos”.
Zygmunt Bauman
O
Partido da Social Democracia Brasileira – PSDB, em seus 25 anos de existência
nunca esteve tão perdido como atualmente no cenário político nacional. Depois
de conseguir a presidência da república com FHC, graças ao Plano Real de 1995 a
2002, naufragou em todas as eleições seguintes, com José Serra (2002), Geraldo Alckmin
(2006), José Serra (2010), Aécio Neves (2014) e Geraldo Alckmin em 2018.
Após
as eleições de 2014, com a derrota para o PT pela quarta vez consecutiva, surgiram
várias acusações de corrupção contra Aécio Neves, considerado até então como
“bom moço” e uma promessa na política. As acusações represadas em Minas Gerais
começaram a aparecer no noticiário nacional. Dali em diante ficou nítida a
divisão dentro do partido entre os poucos dirigentes que continuavam apoiando
Aécio como presidente nacional do partido e a turma de São Paulo, que sempre
mandou e desmandou no partido.
Aos
adversários naturais de Aécio Neves em SP, José Serra, FHC e Alckmin, juntaram-se
a tropa belicosa de João Dória, um empresário novo na política, mas astuto e
com um jogo pesado de marketing financeiro.
O
primeiro embate em SP mostrou que a divisão antes nacional, agora também estava
regionalizada. O Estado de SP rachou com a candidatura Dória a Prefeitura de
São Paulo em 2016. Apoiado inicialmente por Alckmin, este rompeu durante a
campanha em razão dos métodos nada ortodoxos de Dória e sua equipe na formação dos
novos diretórios municipais e estaduais. O racha não impediu a vitória de Dória
em São Paulo, porém, começava em 2017 o embate para a eleição de governador em
2018.
Como
esperado, e como já havia acontecido com Serra, Dória abandonou a prefeitura e
foi concorrer ao governo do Estado. Acabou vencendo uma eleição difícil contra
Paulo Skaf (MDB) e Márcio França – PSB, num segundo turno apertado repleto de
acusações de todos os lados entre Dória e França.
Voltando
ao cenário nacional, em 2015, Aécio Neves desesperado por sua derrota por pequena
margem de votos em segundo turno para Dilma Rousseff, aliou-se a banda podre do
Congresso Nacional, capitaneadas pelo deputado Eduardo Cunha – MDB-RJ. A sua
indignação se transformou numa luta surda contra Dilma nos bastidores da
Câmara, fato que acabou chegando ao processo de Impeachment em agosto de 2016.
Após
a queda de Dilma, com a posse de Michel Temer, o PSDB com seus caciques caiu no
colo do novo governo que estava começando. Nada importava além do poder, fazer
ministros e ter espaço midiático. Nem as sete denúncias de corrupção contra
Michel Temer, seus assessores e ministros mudou o pensamento do PSDB.
Nas
eleições de 2018, com Aécio desmoralizado e fora do embate, novamente o PSDB
paulista participou da eleição com Geraldo Alckmin. Este também envolvido em
denúncias em seus múltiplos mandatos em SP teve o pior desempenho do PSDB em
eleições presidenciais de sua história, Geraldo Alckmin ficou em quarto lugar,
com apenas 5% dos votos.
Em
2020, com Bolsonaro eleito e apoiando manifestações de Golpe Militar, AI5 e
fechamento do Congresso e STF, eis que os tucanos o apoiam e falam contra
qualquer possibilidade de Impeachment. Nada similar com quatro anos antes
quando foram os lideres do processo contra Dilma.
Considerado
erroneamente por muitos como um partido de esquerda, o PSDB sobrevive no limbo pragmático do Centrão, aderindo sempre ao poder, nunca na direção dos
anseios do povo brasileiro. Nasceu contra o fisiologismo de Quércia no PMDB e
hoje vive desse mesmo expediente rasteiro e barato apoiando até a extrema
direita, desde que isso lhe garanta algum poder no cenário nacional.
Autor:
Rafael Moia Filho: Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2020/07/03/pf-cumpre-mandados-da-lava-jato-em-sao-paulo.ghtml
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2020/07/03/pf-cumpre-mandados-da-lava-jato-em-sao-paulo.ghtml
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