Mas
as derrapadas iniciais do JN, e o recuo apressado, mais a blindagem da mídia,
em função das tais reformas prometidas, enterraram provisoriamente o caso.
Autor: Luis Nassif - Site GGN
No
dia 28/10/2019, matéria do Jornal Nacional divulgava depoimento do porteiro do
Condomínio Vivendas da Barra, de que o motorista Élcio de Queiroz entrara no
dia 14/03/2018 com autorização da casa 58, de Jair Bolsonaro. No condomínio,
encontrou-se com Ronnie Lessa e saíram de lá para algum tempo depois executar a
vereadora Marielle Franco.
Naquela
noite, Bolsonaro reagiu com uma live colérica, ameaçando cassar a concessão da
Globo. Na manhã seguinte, seu filho Carlos, mostrou o sistema de telefonia do
condomínio no momento da chegada do carro de Élcio, com o porteiro chamando a
casa de Ronnie Lessa.
No
mesmo dia, a Globo recuou da posição inicial. Nos dias seguintes, o GGN passou
a investigar o caso e trouxe um conjunto sólido de indícios, reforçando as
suspeitas sobre os Bolsonaro.
Mas
as derrapadas iniciais do JN, e o recuo apressado, mais a blindagem da mídia,
em função das tais reformas prometidas, enterraram provisoriamente o caso.
Aqui,
uma sequência de reportagens, que podem ser encontradas no amplo levantamento
que o GGN fez sobre Bolsonaro e que pode ser encontrado no link https://jornalggn.com.br/xadrez-de-bolsonaro/
Em
30/10/2019 mostrava a intenção de Bolsonaro de buscar o poder total, a
pusilanimidade das instituições e o papel da mídia, tentando criar um clima de
otimismo na economia, em cima de indicadores ridículos.
Criminalistas
denunciavam desvio de competência de Moro, ao colocar a PF para intimidar o
porteiro e faze-lo recuar da denúncia.
No
mesmo dia falamos do recuo da Globo, depois da denúncia do Jornal Nacional ter
sido rebatida por Bolsonaro. O próprio JN, na denúncia, aceitou a falsa
explicação de que, por estar em Brasília no dia do encontro dos assassinos de
Marielle no condomínio, não poderia ter atendido a ligação do porteiro.
Em
31/10/2019 trouxemos informações exclusivas sobre o sistema de telefonia do
condomínio. Ele permite a transferência de chamadas para celulares. A
informação desmontava o álibi dos Bolsonaro, mas foi ignorada pela mídia.
Naquele
dia, vários partidos políticos denunciaram a interferência indevida de Sérgio
Moro, mandando a Policia Federal pressionar o porteiro para mudar seu
depoimento.
No
mesmo dia, denunciamos o risco de entrar em estado de exceção, com a atitude do
Procurador Geral da República Augusto Aras e do Ministro da Justiça Sérgio Moro
de mandar pressionar o porteiro do condomínio para que voltasse atrás em seu
testemunho. Na época, bolsonarismo e lavajatismo estavam juntos.
No
dia 01/11/2019 copiamos a tela do sistema da portaria e propusemos um mutirão
de reportagem: os leitores ajudarem a achar o sistema de telefonia que estava
na tela do computador.
No
dia 02/11/2019 destacamos mais uma informação relevante, que passou em branco
na mídia: Bolsonaro admitiu ter pegado uma das provas centrais (o sistema de
telefonia) no próprio condomínio.
No
dia 04/11/2019 outra informação relevante, levantada pela Piauí, que não teve
desdobramentos: uma perícia da Polícia Civil que supostamente comprovaria que a
voz do porteiro, divulgada por Carlos Bolsonaro, não era a mesma do porteiro
que recebeu o visitante.
No
dia 05/11/2019, um blog do Rio de Janeiro publicou o demonstrativo de receitas
e despesas do condomínio Vivendas da Barra. Nele, o pagamento pelo aluguel do
sistema de telefonia. Uma rápida pesquisa confirmou que o sistema permitia
transferir ligações para celulares.
Em
10/11/2019, reportagem da revista Piauí, com peritos afirmam que registros de
ligações no condomínio, mostrados por Carlos Bolsonaro, foram editados.
No
11/11/2019 as dúvidas de peritos sobre a edição dos arquivos do sistema de
telefonia.
No
dia 13.11.2019, um tuite da jornalista Thais Bilenky, no dia da morte de
Marielle, informava que Bolsonaro tinha viagem marcada para o Rio. O tuite foi
antes do assassinato.
No
mesmo dia, juntamos as peças para desenvolver a teoria mais lógica para
explicar o jogo de despistes dos Bolsonaro em relação ao dia 14.03.2018 (dia do
assassinato de Marielle).
No
dia 14.11.2019 escrevemos sobre a incrível apatia da mídia, de não focar nos
pontos centrais que desvendariam a trama dos Bolsonaro.
No
dia 15.11.2019 mostramos que Bolsonaro tinha viagem marcada para o Rio no dia
14 (da morte de Marielle). Mas alegou mal estar e viajou no dia 15, pela manhã.
Apresentamos uma teoria do fato para tentar entender os desacertos de anunciar
viagem e recuar.
No
dia 17.11.2019 mostramos, com exclusividade, o escorregão de Carlos Bolsonaro,
comprovando que estava no condomínio no mesmo momento em que lá se reuniam os
dois assassinos de Marielle.
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