Educai as crianças,
para que não
seja necessário
punir os adultos.
Pitágoras
A Ministra da Mulher, Família e Direitos
Humanos Pastora Damares Alves, indicada ao cargo pelo ex-senador Magno Malta,
de quem foi assessora parlamentar lançou uma campanha nacional que sugere a
abstinência sexual para jovens e adolescentes no nosso país.
O mesmo governo que em apenas um ano de
gestão enfraqueceu as políticas públicas que garantiam a saúde da mulher. Com
isso passamos a ter:
1. Proibição da
inserção do DIU por enfermeiros, dificultando o acesso das mulheres aos
anticoncepcionais eficientes;
2. Congelamento dos
investimentos em saúde e educação;
3. Sucateamento das
políticas que levavam educação sexual para as escolas. Nada baseado em ciência,
mas sim em ideologia barata.
Com isso, mais
gestações em adolescentes (pobres) e infecções sexualmente transmissíveis,
resultando na perpetuação de ciclos de pobreza, gravidez precoce, abandono de
escolas, maternidade indesejável, subemprego, etc.
Damares não quer
a solução do problema ao espalhar seu falso moralismo político ideológico
religioso, na verdade se ela quisesse entrar de cabeça neste tema tão complexo,
estaria expandindo a luta pelo combate a violência contra a mulher e não
estaria em silencio diante de tantos casos de violência sexual cometidos contra
mulheres jovens e adultas no Brasil.
Me passa a
impressão que para Damares, crucial é ensinar as meninas a sentarem de pernas
cruzadas e a não abrirem a boca quando alguém forçá-las sexualmente.
Essa política
retrógrada que remete aos anos da década de ’50 ou ’60, é incompatível com o
mundo em que vivemos, com o conhecimento atual da humanidade e da juventude em
particular.
O governo do
qual Damares pertence está fundamentado em princípios falso moralistas que por
si somente não se sustentam. Os pais precisam de informação para poderem dar
aos seus filhos orientações precisas sobre a vida sexual saudável. As escolas
precisam cumprir seu papel de suplementar com informações e conhecimento aquilo
que os jovens tanto aspiram.
Censurar livros,
banir das salas de aulas informação é voltar a idade média, sem que se consiga
resolver os problemas dos abusos que na maioria dos casos são cometidos por
familiares ou pessoas muito próximas da família. Não faltam pesquisas para
comprovar que a maioria das adolescentes vítimas de estupro tem até 13 anos, e
outros levantamentos que comprovam que quanto mais informados sobre
sexualidade, mais a criança ou adolescente conseguem identificar abusos.
Essa campanha
nacional de Damares ainda impõe uma conduta moral aos adolescentes e, de certa
forma, constrange os que têm outra religião ou visão sobre a sexualidade a se
informarem ou buscarem métodos contraceptivos em unidades de saúde.
Sobre todos os
aspectos a sociedade precisa de esclarecimentos, informações precisas, educação
e liberdade para poder entender a importância da proteção, do sexo saudável no
momento certo e com o consentimento dos jovens.
Caberia ao
governo o papel de combate a violência contra a mulher, algo que não está nem
nunca estará na pauta do atual governo, permitindo números assombrosos de
estupros e mortes de mulheres em todas as faixas etárias.
Bibliografia/Consultas:
Julia Rocha – Ecoa – Sâmia Bomfim – Carta Capital
https://brasil.elpais.com/opiniao/2020-02-08/por-que-os-poderes-religioso-e-politico-temem-tanto-a-sexualidade.html
https://brasil.elpais.com/opiniao/2020-02-08/por-que-os-poderes-religioso-e-politico-temem-tanto-a-sexualidade.html
Autor:
Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.
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