A ignorância é a maior
enfermidade do gênero humano
Marco Túlio Cícero.
Alguns dados foram tirados de uma
entrevista concedida pelo economista Pérsio Arida para o pessoal da XP
Investimentos. Infelizmente para os 38% de eleitores que sufragaram seus votos
em Jair Bolsonaro, o economista está coberto de razão.
Antes de entrar na questão do engodo,
não posso esquecer a frase retumbante do deputado Rodrigo Maia – DEM-RJ sobre o
governo atual “O governo Bolsonaro é um deserto de ideias” Nada poderia ser tão
verdadeiro e tão preocupante para um país que saiu dividido das eleições,
porém, esperava um mínimo de avanço, trabalho e seriedade.
Por que então chamar Jair de um
engodo?
Simples, ele enquanto deputado federal
defendendo vários partidos, por 28 anos representando o Estado do Rio de
Janeiro, teve uma atuação que não vai de encontro ao seu atual perfil
conservador, ultra-direita e defensor de um Estado mínimo, senão vejamos:
Votou contra o Plano Real do PSDB;
Votou contra a quebra do monopólio das
Telecomunicações;
Votou contra a quebra do monopólio do
Petróleo pela Petrobrás;
Votou contra a reforma administrativa
que impunha um teto de gastos aos funcionários públicos federais;
Votou recentemente contra o cadastro
positivo;
Votou a favor do Regime Especial de
Aposentadorias para Deputados e Senadores;
Ou seja, é um engodo na medida em que
votou como se fosse um estatizante de esquerda. Somente depois de 25 anos de
atuação parlamentar conseguiu aprovar um projeto seu em plenário. Um desempenho
pífio, mas que mostrou antecipadamente aos eleitores desatentos que não se
poderia esperar muito deste político tosco e sem perfil de liderança para
exerce um cargo no poder executivo.
A pauta usada na campanha eleitoral
visava conquistar o voto da bancada evangélica que poderia conseguir atrair o
eleitorado evangélico, sempre muito mais conservador, usando para isso a
questão da família e da ideologia de gênero. A bancada da bala, que representa
o segmento da sociedade que quer a liberação das armas, antigamente
patrocinados pelas empresas de armamento nacionais e estrangeiras. Porém, não
havia na pauta de Bolsonaro discussões sobre questões estruturais do país,
motivo pelo qual agora com mais de noventa dias de governo fica a sensação do
deserto de ideias e projetos.
O nosso país precisava de um
governante experiente em negociação, com condições de dialogar com os diversos
segmentos da sociedade, entendendo assim, os principais desafios do Brasil para
conseguir atrair investimentos e poder voltar a crescer de forma sustentável. O
discurso de que isso será alcançado apenas com a aprovação da reforma
previdenciária é outro conto de fada.
Aos poucos a sociedade vai se dando
conta e percebendo que se deixou ser enganada acreditando que tudo poderia ser
melhor, simplesmente não reelegendo o partido dos trabalhadores, mas isso é
também foi um engodo.
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.
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