Num estado democrático existem
duas classes de políticos:
Os suspeitos de corrupção
e os corruptos. David Zac
As eleições de 2018 tiveram como
discurso principal a questão da “Família” brasileira, onde foram destaques nas
propagandas eleitorais e nos discursos dos candidatos aliados com o projeto de
Bolsonaro a ideologia de gênero, comunismo, salvação da família, fim do
politicamente correto, entre outras coisas.
Com a ajuda de muitas mensagens fake
news, que deturpavam avanços de governos anteriores e distorcia o entendimento
de questões que envolviam a família brasileira, a educação e a própria
política, eles conseguiram eleger-se e formar uma bancada conservadora.
Após cem dias de gestão, tanto no
Executivo como no legislativo, muitas coisas foram ditas, poucas realizadas, e
muitas tiveram que ser desmentidas. Porém, a educação aguarda o que este “novo”
governo irá realizar para tentar melhorar os índices que são pífios no que
tange ao desempenho dos nossos alunos.
Entretanto, nessa barafunda em que
está o estágio do atual governo Bolsonaro, salta aos olhos que questões centrais
que afetam a família brasileira não foram sequer aventadas. Entre elas a fome,
o desemprego, o destravamento da economia, a saúde pública que está no fundo do
poço, os medicamentos de alto custo que não chegam ao cidadão comum nos
municípios brasileiros, as obras de infraestruturas (Estradas, Saneamento,
etc.).
Sem contar a mais preocupante dentre
todas que é a segurança pública, com Estados sendo dominados pelas organizações
criminosas como PCC, CV entre outras. Um projeto do ministro Moro que foi
enviado para o Congresso é tudo que o governo tem até o momento.
Entretanto, nada explica ou justifica
a complacência das nossas autoridades para com as milícias infiltradas nas
cidades como o Rio de Janeiro, por exemplo, sem que haja um combate eficaz a
estes criminosos. Como podem discursar de forma hipócrita a favor da família se
não fazem nada para garantir a segurança, saúde e educação destas mesmas
famílias que foram usadas como trampolim para se elegerem?
Nenhuma medida eficaz contra o
contrabando de armas e drogas nas fronteiras foi ventilada pelo novo governo. Nenhuma
ação foi tomada contra as Organizações Criminosas em nenhum Estado brasileiro,
o que nos permite imaginar que ruim é apenas a ideologia, a liberdade de
expressão ou a orientação sexual das pessoas no país, enquanto a criminalidade
fica à margem das discussões e permanece atuando livremente em todo país,
inclusive no Estado do Rio de Janeiro, onde o presidente e seus três filhos
residem há muitos anos.
A chamada “Bancada Evangélica” poderia
sair do luxo de seus cargos e benefícios e atuar verdadeiramente em nome da
família brasileira provocando a discussão sobre estes temas ao invés de ficar
com bobagens como, por exemplo, a mudança da sede da embaixada brasileira de
Tel Aviv para Jerusalém em Israel. Medida inócua quando comparada com a
situação da grande maioria das cidades brasileiras desprovidas de saneamento
básico, com esgoto correndo a céu aberto.
Autor:
Rafael Moia Filho: Escritor, Blogger, Graduado em Gestão Pública.
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