No Dia Internacional de Direito à
Verdade, o presidente do México, Andrés Manuel Lopez Obrador esteve com
familiares de desaparecidos e coletivos de buscas e afirmou que, no seu
governo, não haverá teto financeiro quando o assunto for encontrar os mexicanos
e mexicanas vítimas da política neoliberal. “Esses 40 mil desaparecidos são a
herança mais dolorosa e mais triste que recebemos dos governos
anteriores”.
O presidente também anunciou a
reinstalação do Sistema Nacional de Busca de Pessoas e firmou três compromissos
inarredáveis: fluxo ilimitado de recursos, avaliação trimestral do avanço das
buscas e realizar de maneira urgente a identificação de mais de 26 mil
cadáveres que estão nas instalações forenses.
López Obrador afirmou que não quer ver
o México vivendo cenas como as de ter caminhões cheios de corpos percorrendo as
ruas. “Isso é dantesco e desumano”. Segundo ele a desaparição de pessoas é uma
responsabilidade do Estado e no seu governo todos os esforços serão feitos para
encontrar essas pessoas, para que os familiares possam dar o devido descanso a
seus corpos.
Mas, para além de encontrar os corpos
dos desaparecidos, a violência no México é um tema que também vai requerer
muito trabalho. Obrador garantiu que não vai enfrentar violência com violência,
mas sim atacando as causas sociais que fizeram brotar todas essas ações de
violência sem freio.
“Vamos ter bons resultados para que
não voltemos mais aos anos de sofrimento e dor”. Segundo ele, o ataque será no
campo da economia e das oportunidades, garantindo empregos e crescimento
econômico. É certo que ainda há muitos problemas e a violência ainda é alta,
mas tudo isso, diz ele, será enfrentado com programas sociais e programas de
segurança pública.
Para os mexicanos a campanha de
“perdão e esquecimento” que tenta se consolidar não tem muito sentido. Para a
maioria daqueles que, de alguma maneira, teve a vida atravessada pela
violência, seja sentindo na própria pele ou perdendo algum familiar, a palavra
de ordem é “memória e justiça”. Não é possível esquecer o horror, há que sempre
lembrar para que nunca mais ocorra. Encontrar os desaparecidos, finalizar o
processo de luto e manter viva a memória é tudo o que se quer.
Foto La Jornada
Autor: Instituto de Estudos Latino-Americanos é um organismo da UFSC. Com
informações do La Jornada.
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