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17 de setembro de 2025

Geração Nem Nem não para de crescer!

 

Apesar dos bons números da economia brasileira, com inflação sob controle, crescimento de diversos setores, ainda temos um dado muito preocupante que é termos a quarta maior proporção de jovens (entre 18 e 24 anos) que não trabalham nem estudam, segundo um relatório de 2025 da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com 24% dessa faixa etária nessa situação em 2024.

Essa taxa é quase o dobro da média dos países-membros da OCDE (14%), sendo que apenas Colômbia, Costa Rica e África do Sul possuem índices maiores. A média dos países-membros da OCDE é de 14%. Colômbia (27%), Costa Rica (31%) e África do Sul (48%) têm percentuais maiores que o Brasil. Apesar da alta proporção, o Brasil conseguiu reduzir essa taxa em relação a 2019, quando o percentual era de 30%. 

O termo Nem Nem se refere a jovens que não estão cursando o ensino superior ou cursos técnicos e também não conseguiram um emprego. A OCDE alerta que períodos prolongados de desemprego nessa fase da vida podem ter consequências graves no futuro profissional dos jovens e na economia do país. 

Essa situação é um combo que pode ser explicado levando-se em consideração alguns fatores:

- Poucas oportunidades de bons empregos, exceto no serviço público;

- Empresas pagando salários que não são atrativos, com cada vez menos benefícios e sem carteira assinada;

- A onda do empreendedorismo;

- Falta de vontade de estudar e trabalhar por parte de uma geração que não teve educação de qualidade e recebeu pouca ou nenhuma orientação nos seus lares quanto à vida, a importância do estudo e do trabalho.

Os números impressionam no momento em que a taxa de desocupação no Brasil caiu para 5,6% no trimestre encerrado em julho de 2025, o menor índice da série histórica iniciada em 2012. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).

De acordo com o levantamento, o número de pessoas desocupadas recuou para 6,1 milhões, menor contingente desde o fim de 2013. Já a população ocupada alcançou 102,4 milhões de trabalhadores, um novo recorde histórico, com taxa de ocupação de 58,8%. O total de empregados com carteira assinada também atingiu marca inédita, chegando a 39,1 milhões.

São muito conflitantes os números entre a população economicamente ativa, o baixo desemprego no país em comparação com a Geração Nem Nem. Algo precisa ser feito rapidamente para que esse contingente imenso de jovens não busque alternativas na criminalidade. 

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

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