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14 de março de 2022

Império norte-americano se esfacela em velocidade inesperada!

Em artigo, economista diz que sanções podem representar “tiro no pé” norte-americano e estimular influência China-Rússia na Eurásia.

                                      Image by Gerd Altmann from Pixabay

A queda do império norte-americano está em andamento, e a velocidade com que está ocorrendo é mais rápida do que se poderia esperar.

A afirmação é do economista Michael Hudson, professor da Universidade de Missouri, em artigo publicado no site Eurásia Review, ressaltando a declaração de diplomatas que o país está “atirando no próprio pé” ao se referir ao seu confronto com a Rússia e seus aliados.

“Por mais de uma geração, os diplomatas mais proeminentes dos EUA alertaram sobre o que eles achavam que representaria a ameaça externa final: uma aliança entre Rússia e China dominando a Eurásia”, diz o articulista.

Hudson lembra que as sanções econômicas dos Estados Unidos e o confronto militar acabaram unindo Rússia e China, e estão levando outros países à sua órbita emergente da Eurásia, e acreditava-se que o poder econômico e financeiro americano seria capaz de evitar essa virada. O que não aconteceu.

O dólar tem sido a moeda de referência nas negociações do mercado e entre bancos centrais desde 1971, e esse predomínio permitiu aos Estados Unidos impor políticas neoliberais no resto do mundo sem a necessidade de força militar.

Contudo, o articulista lembra que as sanções impostas pelos EUA e seus aliados junto a países como Rússia, China e Irã gerou enormes custos de oportunidade (perdidas) aos aliados.

Na visão de Hudson, o confisco do ouro e das reservas estrangeiras da Venezuela, Afeganistão e Rússia, além da apropriação de contas bancárias de estrangeiros ricos “acabou com a ideia de que as participações em dólares (ou ativos em libras esterlinas, ou em euros nos países da OTAN) são um porto seguro para investimentos” quando as condições ficam instáveis.

E o caso da Rússia é ainda mais singular: em meio às sanções que acabaram levando o país a produzir produtos que inicialmente eram importados (como queijos), o economista alerta que o país está descobrindo (ou está perto disso) de que não precisa de dólares como lastro para a taxa cambial do rublo.

“Seu banco central pode criar os rublos necessários para pagar os salários domésticos e financiar a formação de capital”, diz Hudson, ressaltando que os confiscos norte-americanos podem levar à Rússia a dar fim à filosofia monetária neoliberal em seus mercados.

E o efeito das sanções pode ser reverso: ao confiscar o dólar, o euro e a libra esterlina dos bilionários russos, os investimentos no mercado de Londres podem ser mais arriscados inclusive para outros países sujeitos à sanção norte-americana.

Autor: Redação do Site do Jornal GGN

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