Quando leio que o presidente Joe Biden dos EUA, a Organização do Atlântico Norte (Otan), o Reino Unido, entre outros, dizem que irão aplicar sanções diplomáticas, comerciais e financeiras contra a Rússia penso:
Por que razão eles nunca aplicaram as mesmas sanções ou até mais rigorosas contra governos tiranos que permitem que seus povos passem fome, onde mulheres são estupradas pelos soldados ou mercenários sob o comando desses governos? Por que não houve sanção econômica ao EUA quando este invadiu o Kuwait, Afeganistão, Iraque ou bombardeou a Síria?
Talvez a resposta esteja naquilo que efetivamente moveu os EUA, que nunca foi a busca pela paz ou a preservação da democracia, mas sim, a busca por mais petróleo.
Os EUA protagonizaram invasões ou interferências em países diversas vezes sem sofrer nenhuma sanção de quaisquer tipos. Bombardeou a Síria sem nunca ter sido chamado para participar do conflito que acontecia naquele país.
Impediu que a URSS instalasse mísseis ou quaisquer artefatos de guerra em solo cubano, para tanto, impôs há mais de 50 anos um embargo comercial que perdura até os dias atuais, massacrando o povo cubano que não pode comprar ou fabricar nenhum produto, nem ter acesso à nada que venha do ocidente. Um crime contra a economia e o povo cubano.
Entretanto, através da Otan, quer instalar os mesmos mísseis na Ucrânia, Polonia, Suécia e demais vizinhos da mesma Rússia. Quer para si o que não permite para os outros.
Claro que a Rússia, que é governada com mão de ferro pelo tirano Vladimir Putin, não é flor que se cheire. É expansionista, militarista e adepto de armas nucleares assim como os americanos.
Uma coisa é aplicar uma sanção com impedimentos de transações comerciais a uma ilha como Cuba, outra é pensar que isso afetaria a poderosa nação russa.
Sem contar que os EUA não têm moral para exigir sanções a ninguém. De 1945 a 2020, de 248 conflitos mundiais, exatamente 201 foram iniciados pelos americanos, o que representa 81%. Números que deixam claro que a grande ameaça mundial não são os russos ou chineses, mas sim os americanos.
Talvez fosse correto dizer que a verdadeira ameaça à paz no mundo são os EUA e sua necessidade doentia de movimentar tropas e armamentos bélicos, para poder manter viva sua indústria de armas.
Na atual guerra entre Rússia e Ucrânia, a embaixada da China ressaltou que Washington é "culpado das atuais tensões em torno da Ucrânia", acrescentando que "se alguém continua jogando óleo na chama enquanto acusa outros de não fazerem o seu melhor para apagar o fogo, esse tipo de comportamento é claramente irresponsável e imoral".
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.
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