“O fanatismo é um estado
d’alma,
em que a paixão do
crente
se converte em alucinações.”
Leoni Kaseff.
O mesmo grupo que nega a existência do
caos climático, que insiste na tese do terraplanismo, também nega a pandemia provocada
pelo novo coronavírus no planeta.
Mesmo com números reais que dão conta
até o dia 14 de maio da ordem de 4.442.163 (Quatro milhões, quatrocentos e
quarenta e dois mil e cento e sessenta e três infectados) com 302.418
(trezentos e dois mil, quatrocentos e dezoito) mortos no mundo inteiro, existe
pessoas que dizem não acreditar na pandemia. Preferindo imputar a teorias
conspiratórias que não merecem sequer serem analisadas.
A Fundação Alexandre de Gusmão,
conhecida no meio diplomático pela sigla Funag, vinculada ao Ministério das
Relações Exteriores, realizou um seminário via internet sobre a conjuntura
internacional no pós-coronavírus.
Entre os debatedores estavam José Carlos
Sepúlveda, discípulo de Plínio Correia de Oliveira e comentarista do canal
bolsonarista Terça Livre; Leandro Ruschel, do site Conexão Política; e Silvio
Grimaldo, editor do Brasil Sem Medo, o jornal oficial de Olavo de Carvalho.
Durante 105 minutos do debate, o
ministro de segunda classe Roberto Goidanich, atual presidente da Funag, ouve
generosas doses do que se poderia esperar: mentiras, teorias da conspiração e
pouco caso com os 12.400 mortos oficiais pela covid-19 que o Brasil contava
àquela altura. Hoje já são mais de 14.817 mortes em todo país.
"O superdimensionamento da crise do
coronavírus é baseado em modelos matemáticos futuros, semelhantes aos usados
para espalhar o caos climático", bradou Sepúlveda, um português radicado
no Brasil desde a década de 1970 que foi protegido do fundador da Tradição,
Família e Propriedade, a TFP, braço ultrarreacionário do catolicismo.
"[Diziam que] veríamos mortos nas ruas", zombou.
"A ciência nunca vai poder decidir
o que é melhor para nós mesmos. Pedem mil provas da eficácia da hidroxicloroquina,
mas nenhuma do isolamento social", concordou Ruschel, um dublê de
economista que passa o dia defendendo Bolsonaro no Twitter.
Um misto de negação á ciência, ideologia
barata e politicagem rasteira levam estas pessoas a propagar insanidades que não
passam de bizarrices infundadas. O pior é saber que um dos incentivadores é
justamente o atual Ministro das Relações Exteriores do Brasil – Ernesto Araújo.
É notório que aos olhos da comunidade
científica, dos países do chamado primeiro mundo, dos intelectuais e dos
cidadãos de bem de todo mundo o Brasil anda para trás a passos largos,
afastando-se da verdade, da modernidade e da relação sadia com países sérios no
mundo contemporâneo.
Autor:
Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Graduado em Gestão Publica.
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