Seguidores

21 de maio de 2020

Mortes que poderíam te sido evitadas pelo Estado!

“A ignorância é a maior enfermidade
do gênero humano.” Marco Túlio Cícero.

Com uma frequência assustadora assistimos o noticiário divulgar quase que diariamente a ocorrência mortes por bala perdida na cidade do Rio de Janeiro. Não que não aconteça em outras cidades e Estados brasileiros, mas a frequência na cidade maravilhosa impressiona e entristece.
Em 2019, a região metropolitana do estado do Rio de Janeiro registrou 7365 tiroteios e disparos de arma de fogo, uma média de 20 tiroteios por dia, que deixaram 2876 baleados. Deste total, houve 168 casos de bala perdida, em que 189 pessoas foram atingidas, das quais 53 morreram.
As informações foram divulgadas através da plataforma Fogo Cruzado, laboratório de dados sobre violência armada que registra, desde 2015, a incidência de tiroteios no Rio de Janeiro e em Recife.
Segundo o levantamento anual, o número de vítimas de bala perdida na região metropolitana do Rio diminuiu 16% no ano passado, mas o número de mortos aumentou 23%, se comparado a 2018, que registrou 225 vítimas de bala perdida, das quais 43 morreram. No total, foram 186 casos de bala perdida registrados.
Infelizmente na maioria dos casos as investigações não levam as prisões dos responsáveis, sejam criminosos ou policiais. Um pequeno exemplo são estes seis casos abaixo:
Jenifer Gomes, de 11 anos: 9 meses depois, a polícia afirma que ainda investiga o caso;
Kauan Peixoto, de 12 anos: passados 8 meses, não há conclusões;
Kauã Rozário, de 11 anos: 7 meses depois, o estado não tem uma explicação;
Kauê dos Santos, de 12 anos: 2 meses depois, o inquérito foi concluído, mas MP e Polícia não informaram o desfecho;
Ágatha Félix, de 8 anos; 2 meses depois, o caso ainda não tem solução;
Ketellen Gomes, 5 anos: um suspeito de dar o disparo foi preso e investigações continuam.
Nesta semana, mais um caso abalou o RJ, o menino de 14 anos João Pedro estava em sua casa, quando foi alvejado e morto. A violência foi tanta, que nas paredes da casa onde vivia foram contadas mais de setenta marcas de tiros.
A imprensa naturaliza a morte e não dá nome ao que acontece a cada 23 minutos neste país. Isso se chama: Genocídio. O que ocorreu em uma operação que subia uma comunidade na semana passada e matou várias pessoas no Complexo do Alemão, no Rio, é genocídio. A desumanização se reflete em números frios. "A polícia vai fazer o correto: vai mirar na cabecinha e? Fogo! Para não ter erro", como disse o governador do Rio de Janeiro, como promessa de campanha...
Nenhuma autoridade enfrenta esta situação que ocorre diariamente, as ações policiais muitas vezes temerárias, não demonstram eficiência na prisão ou extermínio de quadrilhas do crime organizado. Morrem centenas de inocentes, em sua maioria crianças dentro de seus quintais, porém, não são apresentadas nas mesmas operações resultados com prisões e até mortes de criminosos.
Desconhecemos se a polícia civil e militar do RJ, opera com base em inteligência nas suas operações de busca e apreensão. Levando em conta o terreno em que estas são deflagradas, áreas normalmente com elevado número de habitantes por m².
Sendo assim, os morros do RJ, se transformam num Afeganistão onde o morador e seus familiares temem os criminosos e as ações policiais contra estes. Não há segurança, não há paz, não há como viver.
https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2020/05/21/policia-civil-ouve-piloto-de-helicoptero-que-socorrou-joao-pedro.ghtml

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.

Nenhum comentário: