“A
ignorância é a maior enfermidade
do
gênero humano.” Marco Túlio Cícero.
Com uma frequência assustadora
assistimos o noticiário divulgar quase que diariamente a ocorrência mortes por
bala perdida na cidade do Rio de Janeiro. Não que não aconteça em outras
cidades e Estados brasileiros, mas a frequência na cidade maravilhosa impressiona
e entristece.
Em 2019, a região metropolitana do
estado do Rio de Janeiro registrou 7365 tiroteios e disparos de arma de fogo,
uma média de 20 tiroteios por dia, que deixaram 2876 baleados. Deste
total, houve 168 casos de bala perdida, em que 189 pessoas foram atingidas,
das quais 53 morreram.
As informações foram divulgadas através
da plataforma Fogo Cruzado, laboratório de dados sobre violência armada
que registra, desde 2015, a incidência de tiroteios no Rio de Janeiro e em
Recife.
Segundo o levantamento anual, o número
de vítimas de bala perdida na região metropolitana do Rio diminuiu 16% no ano
passado, mas o número de mortos aumentou 23%, se comparado a 2018, que
registrou 225 vítimas de bala perdida, das quais 43 morreram. No total, foram
186 casos de bala perdida registrados.
Infelizmente na maioria dos casos as
investigações não levam as prisões dos responsáveis, sejam criminosos ou
policiais. Um pequeno exemplo são estes seis casos abaixo:
Jenifer
Gomes, de 11 anos: 9 meses depois, a polícia afirma que ainda investiga o caso;
Kauan
Peixoto, de 12 anos: passados 8 meses, não há conclusões;
Kauã
Rozário, de 11 anos: 7 meses depois, o estado não tem uma explicação;
Kauê
dos Santos, de 12 anos: 2 meses depois, o inquérito foi concluído, mas MP e
Polícia não informaram o desfecho;
Ágatha
Félix, de 8 anos; 2 meses depois, o caso ainda não tem solução;
Ketellen
Gomes, 5 anos: um suspeito de dar o disparo foi preso e investigações
continuam.
Nesta semana, mais um caso abalou o RJ,
o menino de 14 anos João Pedro estava em sua casa, quando foi alvejado e morto.
A violência foi tanta, que nas paredes da casa onde vivia foram contadas mais
de setenta marcas de tiros.
A imprensa naturaliza a morte e não dá
nome ao que acontece a cada 23 minutos neste país. Isso se chama: Genocídio. O
que ocorreu em uma operação que subia uma comunidade na semana passada e matou
várias pessoas no Complexo do Alemão, no Rio, é genocídio. A desumanização se
reflete em números frios. "A polícia vai fazer o correto: vai mirar na
cabecinha e? Fogo! Para não ter erro", como disse o governador do Rio de
Janeiro, como promessa de campanha...
Nenhuma autoridade enfrenta esta
situação que ocorre diariamente, as ações policiais muitas vezes temerárias,
não demonstram eficiência na prisão ou extermínio de quadrilhas do crime
organizado. Morrem centenas de inocentes, em sua maioria crianças dentro de
seus quintais, porém, não são apresentadas nas mesmas operações resultados com
prisões e até mortes de criminosos.
Desconhecemos se a polícia civil e
militar do RJ, opera com base em inteligência nas suas operações de busca e
apreensão. Levando em conta o terreno em que estas são deflagradas, áreas
normalmente com elevado número de habitantes por m².
Sendo assim, os morros do RJ, se
transformam num Afeganistão onde o morador e seus familiares temem os
criminosos e as ações policiais contra estes. Não há segurança, não há paz, não
há como viver.
https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2020/05/21/policia-civil-ouve-piloto-de-helicoptero-que-socorrou-joao-pedro.ghtml
https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2020/05/21/policia-civil-ouve-piloto-de-helicoptero-que-socorrou-joao-pedro.ghtml
Autor:
Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.
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