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24 de maio de 2020

Meu amigo Anézio!

Não há silêncio que não termine.
Pablo Neruda

O avô dos meus filhos, pai da minha mulher, meu amigo, nos deixou essa semana e levou consigo muitas estórias, sua experiência de oitenta e seis anos de vida, todas as suas convicções e nossas conversas de tantos anos naquelas cadeiras na área da frente da sua casa.
Deixou para trás, nosso carinho, nosso profundo respeito por sua vida proba, honesta, repleta de muita retidão.
Choraram os seus seis filhos, esposa, dezenas de netos e até bisnetos, alguns que nunca tiveram a chance de ouvi-lo contar uma de suas muitas estórias, dos tempos de crianças na fazenda, ou de quando ainda jovem trabalhava nas Casas Leone.
Suas muitas estórias do tempo de bancário no Banco Itaú sediado em Bariri, quando ainda sem a tecnologia atual, sem os computadores, faziam todo o fechamento diário na ponta do lápis e das calculadoras.
Perdi muito mais que um sogro, algo que todos que se casam normalmente tem em suas famílias, perdi um grande amigo, sincero, sempre honesto em suas opiniões. Com a certeza que mesmo quando não concordava com algumas das minhas opiniões, em silencio a respeitava.
 Se existe uma certeza na vida, é a de que um dia iremos embora, ontem foi um destes dias, triste, cinzento, frio e sem a alegria do meu amigo Anésio. Seu semblante calmo, nos confortou de certa maneira, deixando claro que ele estava indo embora da forma como sempre verbalizou – sem sofrimento, sem ter ficado entravado numa cama por muito tempo antes do adeus.
Saudade fica, as vezes dói no peito, porém, mantém viva a memória para as coisas boas da vida, momentos bons que tivemos ao longo da nossa amizade de quase 30 anos.

Autor: Rafael Moia Filho: Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.

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