Enfrentamos hoje no Brasil três crises
perturbadoras ao mesmo tempo: a crise sanitária provocada pela pandemia do
Coronavírus, a crise econômica que já jogou na rua perto de 20 mil pessoas
desempregadas e ameaça milhares de empresas que podem fechar as portas antes do
fim deste ano e uma crise política provocada pelo estranho modo de governar do
atual presidente da República que, pelas redes sociais, apoia manifestações que
desqualificam os outros dois poderes da República: o Legislativo e o
Judiciário.
O esquema de poder instalado no Palácio
do Planalto estimula atos populares contra as instituições que compõem os
Poderes da República com a presença do Presidente. No domingo passado, num
desses atos, o chefe do Governo, da rampa do Palácio do Planalto, ao se dirigir
a um grupo de pressão política contra o Poder Judiciário, disse: “Chegamos ao
limite”. Se o comandante em chefe chegou ao limite está perto de transbordar.
E se transbordar deve acontecer alguma
coisa: Se Sua Excelência não puder impor sua vontade pela força, poderá deixar
o Palácio e seguir novo rumo.
Segundo o jornal “O Estado de São
Paulo”, edição de hoje, “incitado por um ato que reuniu manifestantes, ontem,
em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro fez uso das redes sociais para renovar
o esgarçamento das relações do Executivo com o Congresso Nacional e o Supremo
Tribunal Federal (STF)”. Segundo o jornal paulista o presidente declarou que as
Forças Armadas estão ao lado do seu governo. Bolsonaro pediu a Deus “que não
tenhamos problema nesta semana”.
De que problemas falou o presidente?
Como supremo comandante das Forças Armadas será que o capitão-mito Bolsonaro
comandará, nesta semana, um movimento armado para fechar a Câmara Federal, o
Senado e o Supremo Tribunal Federal e instalar no Brasil uma ditadura familiar
para governar o País com os filhos e os amigos? Alguém acredita que as Forças
Armadas, comprometidas com a democracia, apoiarão um golpe insano pretendido
por um político que está no poder sem projeto de governo e sem rumo definido?
O cientista político João Batista
Domingues Filho, professor na Universidade Federal de Uberlândia costuma dizer
que “toda loucura tem método”. Parece ser verdade. Logo, o capitão-mito pode
sonhar com uma ditadura como a que Hugo Chaves instituiu na Venezuela, mas
dificilmente este sonho será concretizado no Brasil.
Esta semana poderá ser agitada, mas as
Forças Armadas continuam a merecer a confiança do povo brasileiro como suportes
da democracia.
Autor: Ivan Santos – Jornalista,
Escritor e dono do Blog Uberlândia Hoje.
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