De acordo com a Constituição, a emenda parlamentar é o instrumento que o Congresso Nacional possui para participar da elaboração do orçamento anual. Em outras palavras é a oportunidade que os Deputados têm de acrescentarem novas programações orçamentárias com o objetivo de atender às demandas das comunidades que representam.
Ou seja, é por meio das
emendas que Deputados Federais podem influenciar no que o dinheiro público será
gasto.
No Brasil, quem elabora o orçamento (ou seja, o documento que define quanto
dinheiro o governo pretende arrecadar e gastar durante o ano) é o poder
Executivo (Presidente, Governadores e Prefeitos).
Por isso, a participação direta dos parlamentares nessas decisões é feita por
meio das emendas.
Nos últimos tempos essas emendas viraram um verdadeiro balcão de negociatas e cunho eleitoreiro dos mais rasteiros. A maior parte dos recursos são destinados aos currais eleitorais dos parlamentares e não para atender prioridades das 5.570 cidades do Brasil.
A Comissão Mista de Orçamento informou que foram apresentadas 6.575 emendas individuais e coletivas ao Orçamento de 2023 (PLN 32/22), no valor de R$ 234,3 bilhões.
Entretanto, o presidente da Câmara Arthur Lira e o Centrão desenvolveram e institucionalizaram o famigerado Orçamento Secreto, onde emendas são destinadas sem a transparência devida, objetivando dar recursos a quem os parlamentares bem entendem sem ter fiscalização do poder público.
Esse tipo de situação, que gera corrupção e não resolve os inúmeros problemas dos munícipios brasileiros, precisa ser banido do orçamento da nação. Em seu lugar é preciso haver um mecanismo que objetive premiar cidades que tenham projetos aprovados e necessários para o bem estar da comunidade.
Um modelo que poderia ser seguido seria o Munícipio entregar cada projeto diretamente na Secretaria Estadual correspondente em seu Estado. Após análise criteriosa e verificação de liberação orçamentária essa seria então aprovada para que o pedido fosse licitado. No caso de obras, poderia seguir como obra do Estado em parceria com a cidade ou ainda no modelo das Parceria Público Privado – (PPP).
Aqueles projetos cujo Estado não tiver recursos suficientes seriam então enviadas para os Ministérios correspondentes. Lá seriam analisados tecnicamente e os recursos viabilizados da mesma forma que na esfera estadual, podendo o projeto ser realizado pelo Governo Federal ou liberada a verba para o Estadual e ou ainda fazer através de PPP.
Os recursos existem e sempre estiveram no governo federal, porém, sendo manipulados por políticos nefastos, corruptos que desviam a finalidade e fazem com que bilhões se percam ao longo dos anos.
Mudar é possível, para
tanto, temos que ter um governo decente e uma sociedade que deixe de ter
políticos de estimação e passe a exercer uma participação democrática
verdadeira em torno das coisas da república.
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.
Um comentário:
A divisão da grande fatia do orçamento virou um ponto obscuro, onde motivos eleitoreiros se sobrepõem às reais necessidades. Muito precisa ser feito, começando pela educação política do povo, que continua naquele "me ajuda que eu te ajudo" de séculos passados. Com certeza, fácil não será para mudar essa situação, porém um governo forte pode muito resolver.
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