Durante a campanha presidencial em 2018, o script era do candidato honesto, da corrupção zero no governo e tolerância zero para com todo tipo de mamatas e crimes contra a Nação. A prática demonstrou algo muito diferente da teoria fantasiosa de Bolsonaro junto aos seus eleitores e seguidores xiitas. Não bastassem os casos já conhecidos do público da interferência brutal na direção da Polícia Federal e da exoneração de 23 delegados que apenas cumpriam seus papéis de investigação do presidente e seus filhos, agora começam a aparecer fatos graves na Receita Federal.
O primeiro caso diz respeito ao ex-coordenador de Pesquisa e Investigação da Receita Federal, Ricardo P. Feitosa, que teria acessado sem autorização prévia, dados sigilosos de desafetos do então presidente Jair Messias – PL. Ele teria copiado informações no ano de 2019 do empresário Paulo Marinho, do ex-ministro Gustavo Bebianno e de Eduardo Gussem ex-procurador geral de Justiça do Rio de Janeiro, que na ocasião era o coordenador da investigação de um suposto esquema de “Rachadinhas” envolvendo o clã Bolsonaro.
Chama a atenção que nenhuma das pessoas citadas acima estavam sob investigação da RF. Isso nos leva a deduzir que o funcionário Ricardo não poderia acessar e copiar dados sigilosos das três pessoas a mando de Bolsonaro.
Esse tipo de prática suja, nociva ao serviço público, sempre foi algo que acontecia nas cidades onde haviam os chamados “coronéis” da política local. Aqueles que mandavam, desmandavam e faziam com que evidências sumissem ou pudessem tirar vantagens de informações para intimidar ou coagir testemunhas eventualmente.
Era notório o desconforto do então presidente Jair com as investigações que envolviam seu filho Flávio e poderiam com toda certeza esbarrar nele, em seus outros filhos, ex-esposas e no amigo Fabrício Queiroz.
Foram
acessados dados de IRPF de 2013 a 2019 de Eduardo Gussem e Bebianno, já
falecido. Sobre as informações de Paulo Marinho, estas foram subtraídas do IRPF
no período de 2008 a 2019. Além do servidor ter acessado os dados da esposa de
Marinho, no período de 2010 a 2013.
Atualmente, o ex-chefe da Inteligência da Receita é auditor-fiscal da administração aduaneira em Cuiabá. A Receita Federal informou a mídia que “temas relacionados à área correcional correm sob sigilo, nos termos da legislação pertinente”. É até engraçado que a RF tenha utilizado a palavra sigilo, aquela mesma que não aconteceu e foi alvo de um crime contra estas pessoas.
Ainda envolvendo a família Bolsonaro, foi levado a conhecimento público que a Receita Federal mobilizou por quatro meses uma equipe de cinco servidores para apurar uma acusação feita pelo senador Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, de que teria tido seus dados fiscais acessados e repassados de forma ilegal ao Coaf, o que deu origem ao caso das “rachadinhas”.
Documentos inéditos obtidos pelo jornal Folha de S. Paulo mostram, pela primeira vez, a ação efetiva da máquina pública federal em decorrência da estratégia de Flávio.
O filho do presidente e seus advogados buscaram a ajuda de órgãos do governo federal para tentar reunir provas com o intuito de anular as investigações da suspeita de que ele comandou um esquema de desvio de parte do salário de assessores quando era deputado estadual, no Rio de Janeiro.
A Receita jamais confirmou a apuração. A partir de informações internas que indicavam a existência do caso, a Folha apurou o número do processo, 14044.720344/2020-99, e, a partir daí, entrou com pedido de Lei de Acesso à Informação.
As 181 páginas do processo mostram que de outubro de 2020 a fevereiro de 2021 a Receita deslocou dois auditores-fiscais e três analistas tributários para fazer a apuração, que foi objeto de requerimento apresentado por Flávio, por intermédio de quatro advogados Luciana Pires, Renata Alves de Azevedo, Juliana Bierrenbach e Rodrigo Rocha, ao então secretário especial da Receita, José Barroso Tostes Neto.
O senador Flávio em momento algum disse a sociedade que era inocente, preferindo burlar, coagir, manipular dados e informações usando para isso do poder do cargo que seu pai ocupou de 2019 a 2022.
São atos criminosos, uma vergonha completa e inaceitável, de gente que usou de fake news para mentir sobre a honra de diversas pessoas ligadas a partidos de esquerda no Brasil. Enquanto seus crimes eram abafados na RF, COAF e outros órgãos, que com a queda do sigilo de 100 anos impostas pelo pai serão descobertas pouco a pouco e levadas ao conhecimento da nossa sociedade. Inclusive daqueles que estavam até outro dia orando na porta de quartéis, gritando para ETs e planejando golpes militares para manter essa gente no poder.
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.
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