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2 de março de 2023

Poluição informacional ou simplesmente crime contra a verdade!

A prática criminosa visando vencer eleições, distorcer fatos e a verdade através do disparo de mensagens por robôs ou agências não é exclusivo de um grupo determinado. Infelizmente, os evangélicos são o grupo religioso que mais compartilha fake news. Se você é evangélico provavelmente já viu algum irmão ou irmã compartilhando alguma informação falsa em um grupo de WhatsApp ou em rede social. 

 

Esse processo leva a uma verdadeira zumbificação das pessoas que recebem, acreditam e então repassam a seus contatos, como se aquelas mensagens fossem verdadeiras. Essa situação, que se agravou a partir de 2018, nas eleições gerais em que o candidato que mais utilizou esse método criminoso se elegeu, permanece no seio da sociedade em diversas áreas.

As fakes news também estão na área da saúde deturpando e incentivando as pessoas para não se vacinarem, inventando mentiras criminosas sobre o efeito das vacinas e dos medicamentos. Em quatro anos apenas da gestão de Bolsonaro a imunização infantil despencou de forma vertiginosa no Brasil e hoje se encontra nos níveis mais baixos dos últimos 30 anos.

Em 2021, em torno de 60% das crianças foram vacinadas contra a hepatite B, o tétano, a difteria e a coqueluche. Contra a tuberculose e a paralisia infantil, perto de 70%. Contra o sarampo, a caxumba e a rubéola, o índice não chegou a 75%. A baixa adesão se repetiu em diversas outras vacinas. Para que exista a proteção coletiva e o Brasil fique blindado contra as doenças, o recomendável é que entre 90% e 95% das crianças, no mínimo, estejam imunizadas.

E por trás desses números preocupantes temos dois fatores preponderantes: má gestão do governo federal e o negacionismo espalhado através de fake news.

Essa postura é muito grave, e quando percebemos que alguns dos grupos estão no meio religioso, independente do credo, é preocupante visto que a comunhão entre irmãos em Cristo, em vez de ser o lugar da partilha da verdade e do amor, tornou-se um solo fértil para a desinformação, a mentira e a disseminação do ódio entre as pessoas.

 

É preciso que da mesma forma que a Justiça haja para punir os que usam desse método criminoso com o devido rigor, que também exista uma campanha do MEC junto a todas as Instituições de ensino dos três poderes executivos, para ensinar os alunos sobre esse mal que se apoderou das comunicações entre as pessoas nas redes sociais e nos aplicativos de conversas.

 

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

Um comentário:

Maria Angélica disse...

Realmente um crime, que pais e mães estão cometendo contra seus filhos ao deixarem de vaciná-los, acreditando no absurdo de fake news. O pior é que a conta chega mais cedo ou mais tarde e cairá sobre o Sistema Único de Saúde, sucateado, roubado e deturpado nos últimos anos. Uma triste realidade para um país que era referência em vacinação. O caminho de volta será longo, mas precisa ser percorrido com muito cuidado e atenção.