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1 de março de 2023

Disco voador!

Os alienígenas ainda não entraram em contato comigo, então não se preocupem. Eles estão longe, não chegaram e pouco se importam com nossa existência. Ainda... Foi na época do aumento do tráfego aéreo e da ascensão da guerra fria que houve a maior incidência de visualizações de objetos voadores não identificados, palavra dicionarizada pela sigla óvnis, paroxítona devidamente acentuada. Não queiram os trovadores fazer rima com ela, impossível que é. Na minha adolescência buscávamos pelos discos-voadores nos céus e devorávamos as estórias relacionadas com tudo o que fosse extraterrestre, sempre contadas com a dramatização necessária de quem teve - ou soube de quem teve - contatos imediatos de graus variados. Sim, todos fãs de Steven Spielberg, tanto para o filme com Richard Dreyfuss, quanto para o do adorável ET. Esperançosos da redenção alienígena, não nos furtávamos da admiração pela ficção científica. Bons e inocentes tempos em que sabíamos dos limites entre realidade e ficção e, se os tivéssemos, não colocaríamos celulares nas testas para chamar seres de outros planetas para nos ajudar a promover crimes terrenos.

A probabilidade de existência de vida extraterrestre é grande se avaliarmos pelo que entendemos por processos vitais e pela quantidade de energia, de matéria e de outros mundos. Mas pode também ser nula, pois até agora não tivemos nenhuma evidência de que haja outros seres pensantes neste universo de mais de 93 bilhões de anos-luz de diâmetro. Muito volume para pouco cérebro ou um enorme desperdício de espaço, nas palavras de Carl Sagan em seu livro Contato (que virou excelente filme em 1997, dirigido por Robert Zemeckis e protagonizado por Jodie Foster). Daí para especulações ficcionais, como a do livro e filme, é um prato cheio e eu adoro dele e nele comer, com a devida distinção entre essas estórias e a realidade, repito mais uma vez. Há os que afirmam categoricamente que já tiveram contatos - íntimos, até - com seres de outros planetas e são adeptos das teorias da conspiração das mais elaboradas que até colocam governos em posição de segredo para tais acontecimentos. Tecnologia alienígena guardada a quânticas chaves. Hollywood se beneficia dessas crenças.

Objetos que voam precisam de empuxo. Ou são menos densos que o ar (não menos pesados, lembremos da física) ou conseguem se mover em velocidade tal que a sustentação pelo volume de ar deslocado permite planar. As asas de um avião fazem o papel de planadores e o balão inflado com ar quente torna o conjunto menos denso permitindo-o voar. No espaço, na ausência de ar, não são necessárias asas e a falta de atrito permite que qualquer objeto com velocidade inicial siga uma trajetória determinada pelas forças de atração e repulsão. Mecânica newtoniana clássica, dirão, novamente, os físicos. Uma nave em formato de disco seria desnecessária. Uma esfera traduz melhor a relação entre volume e área superficial, se deslocaria mais facilmente e, não por acaso, a maioria dos corpos celestes possui essa forma. Também por esse motivo, que na saga de ficção científica Perry Rhodan as principais naves de transporte e combate são esferas. Não conhecem? Sim, são aqueles livrinhos que começaram em formato de bolso, capa branca, da Ediouro, que vinham de brinde em publicações de palavras cruzadas. A origem é alemã, série editada há mais de 60 anos e já tem mais de 3000 títulos publicados, pouco mais de 30% com tradução para o português. Recomendo começar pelo site (https://www.perry-rhodan.net.br/loja/). A releitura de alguns desses clássicos será a fantasia deste carnaval.

Autor: Prof Adilson Roberto Gonçalves – Publicado no Blog dos Três Parágrafos.

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