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1 de março de 2023

Por que temos tantos políticos nefastos no Brasil?

            Depois da eleição de 1986, que culminou com a eleição dos deputados federais que viriam a discutir e implementar a Assembleia Nacional Constituinte, assinada pelo Dr. Ulysses Guimarães em 1988, temos a impressão que a qualidade dos parlamentares eleitos posteriormente foram piorando a cada nova eleição.

Essa percepção infelizmente é real, verdadeira e nos tem causado sofrimento na pele com as agruras de um processo que parece irreversível, embora não o seja da degradação da classe política brasileira.

 

De legislaturas com nomes respeitados, com projetos políticos claros, colocando sempre os objetivos da nação a frente dos seus objetivos pessoais para legislaturas que formaram bancadas para defesa de templos religiosos, armas, e muitas outras coisas espúrias que não estão no escopo das discussões republicanas.

 

Lembro de alguns nomes como Augusto Carvalho, Delfim Neto, Fernando Lyra, Florestan Fernandes, Francisco Dorneles, João Herrmann Neto, Lídice da Mata, Nelson Jobim, Rita Camata, Roberto Brant e Ulysses Guimarães, apenas para citar exemplos de correntes ideológicas diferentes que trabalharam para fazer a nova constituição federal do país.

Nos anos que se seguiram, os partidos foram crescendo e passando dos dois na época da ditadura militar para trinta e cinco nos dias atuais. Uma insanidade que se justifica pela ganância dos políticos que foram abrindo novos partidos de acordo com seus interesses pessoais para a busca de recursos fáceis sem ter que se esforçar para comprovação de gastos.

O fundo eleitoral brasileiro, uma excrescência sem fim, em 2022, viu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disponibilizar, por meio da Portaria nº 579/2022, o valor a que cada partido político terá direito na distribuição dos R$ 4,9 bilhões para o Financiamento de Campanha (FEFC). 

 

Assim como no Brasil se abrem igrejas em garagens com o intuito de angariar recursos para alguns charlatães, que sabem da isenção dos impostos e acabam colocando bens pessoais adquiridos em nome das suas igrejas, alguns dirigentes políticos fazem o mesmo com relação as sobras de campanhas e recursos bilionários do Fundo Eleitoral, que acabam servindo de recursos para viagens, luxo e riqueza.

            O Brasil não será recuperado por um governo, um político, mas sim por uma reforma estrutural que contenha profundas reestruturações na Educação desde o ensino básico até o superior, reforma profunda sobre a classe política, cortando benefícios, vencimentos elevados, benesses inaceitáveis e reduzindo os números de partidos de 35 para no máximo seis ou nove, sendo um terço de direita, um terço de esquerda e um terço de centro.

           O Brasil em suma, precisa ser reinventado, enterrando de vez a amaldiçoada lei de Gerson, a regra do levar vantagens em tudo para um comportamento ético e honesto. Sem o qual jamais o Brasil terá alguma chance no cenário mundial.

 

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

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