A grande maioria dos brasileiros não se deu conta, nem sei se um dia terão consciência, de que foram usados como massa de manobra por muitos anos para que fosse permitido a implementação do governo de extrema direita Bolsonaro. As coisas começaram a se desenhar em 2013, com um movimento que surgiu do nada e para o nada foi embora. Eram os manifestantes do “Não é pelos R$ 0,20 centavos” que tomou as ruas das capitais brasileiras e sumiram delas com a mesma rapidez com que apareceram.
Em seguida, começaram a eclodir manifestações contra o governo Dilma Rousseff – PT, como se ela fosse culpada por tudo que estava acontecendo no país. No passo seguinte, surgem Aécio Neves com seu PSDB se unindo a escória Eduardo Cunha – MDB/RJ, então presidente da Câmara.
Desta união maléfica e antidemocrática que contemplava Michel Temer então vice-presidente da república surgiu o golpe que culminou no Impeachment da presidente Dilma. Eles tinham ainda um problema sério a enfrentar que se chamava Lula, como impedi-lo de concorrer e vencer as eleições seguintes no ano de 2018? Era preciso uma narrativa, um golpe e alguém que pudesse fazê-lo sem levantar tantas dúvidas e questionamentos.
Surge então o juiz Sergio Moro, seus promotores escolhidos a dedo e a Operação Lava Jato que montou sua base em Curitiba – PR. Forjaram provas, vasculharam a vida do ex-presidente sem nada encontrar aqui, no exterior ou na galáxia mais próxima. O que fazer? Inventaram e transformaram em denúncia um Apartamento Triplex no Guarujá que nunca pertenceu a Lula e um sitio em Atibaia de um amigo do ex-presidente que disseram ter recebido recursos para reformas com dinheiro de empreiteiras a mando de Lula.
Sem sustentação, sem provas, Moro condenou Lula e levou o processo ao TRF4, que aceitou e deu continuidade a farsa. Em suas 17.000 páginas aproximadamente nenhuma prova de corrupção, nada que pudesse justificar a prisão de Lula. Mas, o acordo era esse e foi cumprido, em troca de um cargo de Ministro da Justiça e uma futura indicação a Ministro do STF.
E como sustentar tudo isso perante a sociedade? Com o uso massivo de distribuição de Fake News com acusações a Lula, ao PT e a esquerda nas redes sociais, whatsapp e YouTube. Matérias na mídia, blogs, canais de direita no YouTube promovendo a farsa e dando a ela ares de verdade. Para ajudar no processo, Bolsonaro e seus alienados começaram a chamar o então ex-presidente de “presidiário”. Tudo orquestrado, tudo pensado em detalhes, porque sabiam que a verdade viria à tona. Só não imaginaram que Lula seria inocentado de todas as falsas acusações imputadas a ele pelo esquema Moro/Lava Jato.
Quando Lula recuperou os seus direitos políticos o jogo mudou, o tabuleiro virou do avesso para Bolsonaro que sabia que teria de enfrentar um candidato forte, com apelo popular e carisma. A briga com Moro foi apenas um desvio no caminho traçado pelo esquema bolsonarista.
Todo esse modo de agir do bolsonarismo é oriundo dos EUA nas eleições de 2016 de Trump e do Brexit, quando disparos em massa de fake news inundaram as redes sociais e alteraram com mentiras o resultado da eleição americana e do plesbicito britânico. Conforme relatado no documentário exibido no Netflix “Privacidade Hackeada” que conta em detalhes todo o esquema que usou dados retirados do Facebook com ajuda deste e enganou os eleitores daqueles dois países.
No Brasil, a maior parte dos bolsonaristas que defendem o Mito não sabem dizer o porquê dessa defesa intransigente. Não conseguem formular uma frase, não sabem explicar o porquê apoiam alguém com passado nefasto, com trajetória familiar decadente, e um rastro de crimes eleitorais, financeiros e fiscais que não são apurados pelo foro privilegiado dele e dos filhos.
Sem perceberem, estão agindo como zumbis, reverberando frases, repetindo bordões como “Lula é ladrão”, sem, no entanto, saberem explicar o porquê. Pessoas agindo e falando sem provas, sem evidências enquanto o próprio candidato e seus filhos cometem os mesmos crimes que acusam a esquerda.
Todo esquema vem um dia à tona, nem um corpo fica submerso o tempo inteiro, os esqueletos não podem ser escondidos a vida inteira sem que um dia as portas se abram e eles sejam descobertos pela sociedade. Um dia, cedo ou tarde, estes brasileiros que vestem camisetas amarelas da CBF vão perceber que foram usados, vilipendiados e será tarde demais para reatar amizades e fechar feridas que deixaram nos seus familiares e amigos.
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.
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