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20 de abril de 2022

Partidos se interessam apenas pelo Fundo Eleitoral!

“O Brasil é o único país do mundo em que
os ratos conseguem pôr a culpa no queijo”
Millôr Fernandes

 Desde a retomada da nossa democracia em 1989, com a volta das eleições diretas para todos os cargos eletivos, tenho dito de forma recorrente que os dirigentes dos partidos políticos, são de certa forma responsáveis parcialmente pelo distanciamento dos eleitores das urnas e da participação política no país. 

Em primeiro lugar porque estes partidos não querem a participação em grande número da sociedade, preferem ter em seu meio apenas os políticos profissionais junto com pessoas que buscam apenas favores pessoais e empregos fáceis.

Em segundo lugar porque os dirigentes destes partidos não fazem escolhas que estejam de acordo com os anseios da sociedade brasileira nas esferas federal, estaduais e municipais, principalmente, embora as legendas tenham voz ativa em vários munícipios. Não procuram trazer para dentro dos partidos profissionais liberais, estudantes universitários, pessoas com qualificação para poderem exercer os cargos diversos que são colocados a prova nas eleições.

Uma prova do desinteresse pelo país está no fato de que, com exceção a eleição de 1989 quando tivemos 22 candidatos concorrendo em primeiro turno, nas demais esse número foi sendo reduzido e a maioria dos partidos ficou a reboque de um candidato, provocando com isso uma redução das opções aos eleitores e a nociva polarização entre dois partidos ou duas ideologias apenas.

Os partidos querem se fortalecer na Câmara Federal para poder usufruir do fundo eleitoral milionário. Quanto maior a bancada, melhor a fatia a ser abocanhada pelos partidos. Depois, é só deixar passar quatro anos e, então, voltar ao mesmo ciclo da eleição anterior, numa demonstração cabal de desprezo pela sociedade, pela democracia e o país.

Dois exemplos clássicos são os dois maiores partidos na Câmara, DEM e MDB, que raramente lançam candidatos próprios à presidência, quase sempre se coligando com um dos dois nomes mais fortes nas pesquisas eleitorais. Quando não, lançam algum candidato no primeiro turno para poder barganhar com um dos dois postulantes no segundo turno.

A política deixou há muito tempo de ser algo que se faz por ideologia, vocação, e passou a ser profissão, aliás, muito rentável para os deputados, senadores e governantes nas três esferas do Executivo. São salários muito acima do mercado privado, com inúmeras vantagens e poder demasiado.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

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