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16 de abril de 2022

Não escondam os nomes dos que se fartam à mesa!

 Muitos bolsonaristas gostam de encher a boca ao falar de algumas operações ou julgamentos recentes da PF ou do STF. Claro que escondem os participantes, omitem quem estava no meio das maracutaias. Gostam de falar de Mensalão, Petrolão, mas obviamente odeiam quando falamos ou perguntamos quem realmente estava nas mamatas acima.

Qualquer outro processo ou operação é por eles propositadamente desconhecida, não dão o mínimo valor nem discutem. Rachadinha, Funcionários Fantasmas, Orçamento Secreto, Vacina com preços superfaturados, ônibus escolar com preços acima da média, Escândalo no MEC, Construção de ”Escola Fake”.

Se contabilizados os partidos citados nos inquéritos dos três episódios de corrupção apelidados de “mensalão”, o número de siglas envolvidas chega a 12, o que representa 44% de todos os partidos políticos do país com registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nos três esquemas – “mensalão da base aliada ou petista”, “mensalão mineiro ou tucano”, e “mensalão de Brasília ou do DEM” – houve, supostamente, arrecadação ilegal de recursos para políticos. O termo mensalão, nomeado pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), em 2005, entrou definitivamente no vocabulário brasileiro – ou da política.

Já tiveram os nomes citados nos inquéritos dos mensalões, por aparente envolvimento de integrantes das siglas, os partidos dos Trabalhadores (PT), Social Democracia Brasileira (PSDB), Democratas (DEM) hoje denominado União Brasil, Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), hoje MDB, Popular Socialista (PPS), hoje Cidadania, Trabalhista Brasileiro (PTB), República (PR), hoje PL partido de Bolsonaro, Socialista Brasileiro (PSB), Trabalhista Cristão (PTC), Republicano Progressista (PRP), Social Cristão (PSC) e Progressista (PP).

Percebam que muitos dos partidos citados estão atrelados ao atual governo de Jair Bolsonaro. No Brasil, a corrupção é um faz de conta na Justiça, poucos ou raros são aqueles que são julgados, condenado e cumprem penas.

Na Operação Lava Jato o número de políticos envolvidos no escândalo da Petrobras, derivado da Operação Lava-Jato, já chega a 62 parlamentares, ex-parlamentares, dirigentes de partido, ministros e governadores. Entre os envolvidos têm os que, até agora, foram apenas citados por delatores, os investigados — que respondem a inquérito —, os denunciados — com maiores indícios de envolvimento — e os condenados e presos.

Foram seis os denunciados pelo procurador-geral, entre eles, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o ex-presidente da República, Fernando Collor de Mello (PTB). Dois políticos já foram condenados e estão presos: o ex-deputado petista André Vargas e o ex-tesoureiro do partido, João Vaccari. Estão presos, mas ainda não foram julgados o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o ex-deputado Luiz Argôlo, que era filiado do Solidariedade.

Os outros quatro da lista são os que foram citados na delação premiada do lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, e seus nomes vieram à tona na semana passada: o senador e presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Delcídio Amaral (PT-MS) e Jader Barbalho (PMDB-PA), além do ex-ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau.

Em resumo, esse negócio de corrupção no Brasil é um grande negócio: raros são julgados e condenados, e quando o são, as penas são brandas e em poucos meses já estão cumprindo a sentença em suas residências. Outros com muitos processos nas costas exercem cargos, como o Presidente da Câmara Artur Lira ou o chefe do gabinete da Casa Civil de Bolsonaro, Ciro Nogueira, que apesar de ter inúmeros processos por corrupção ainda exerce cargo que lhe possibilita nomear amigos e parentes, destinar verbas públicas para prefeitos.

        Portanto, antes de chamar algum político de ladrão sem ter provas, procure ler, pesquisar e com certeza irá encontrar junto ao seu político de estimação muitos corruptos com processos nas costas, muitos com sentença transitada e julgada dando cartas e rindo da sua cara. 

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

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