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16 de abril de 2022

Cem anos de corrupção!

 Cem anos de solidão é uma obra do escritor colombiano Gabriel García Márquez, Prêmio Nobel da Literatura em 1982, atualmente considerada uma das obras mais importantes da literatura latino-americana. Essa obra tem a peculiaridade de ser umas das mais lidas e traduzidas de todo o mundo.

No Brasil, um autor medíocre lançou mão de recorrer a decretações de sigilo, muitas vezes de 100 anos, para abafar crises que possam abalar a gestão federal. Além de poder esconder por tempo demasiadamente longo assuntos que são de interesse da sociedade e que deveriam seguir a Lei da Transparência (12.527/11) promulgada por Dilma Rousseff.

O caso mais recente foi a tentativa de esconder o número de vezes que pastores lobistas que atuavam no Ministério da Educação entraram no Palácio do Planalto. Pastores que estão sob suspeita de corrupção, e que devem ser investigados pelo MPF. Segundo consta oficialmente os pastores evangélicos Gilmar Santos e Arilton Moura estiveram pelo menos trinta e cinco vezes com o presidente Jair Bolsonaro (PL). Eles são suspeitos de fazer lobby no Ministério da Educação, indicando a distribuição de recursos da pasta da educação a prefeitos aliados.

Destes encontros do presidente da república com suspeitos de corrupção, três foram no Palácio do Planalto e o outro em evento do MEC, com o ministro Milton Ribeiro. Em áudio divulgado pelo jornal Folha de S. Paulo, Milton afirmou que há um “pedido especial” de Bolsonaro para atender às demandas de Arilton e Gilmar. 

Bolsonaro e Luiz Eduardo Ramos com os dois pastores em 2019. Foto Carolina Antunes/PR

Além disso, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) também esconde a quantidade de visitas dos filhos de Bolsonaro ao Planalto.

A Lei de Acesso à Informação (LAI) estabelece que "todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado". 

Para fugir das cobranças e fiscalizações, o governo Bolsonaro distorce a ressalva feita pela lei: "aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado". No caso das visitas dos pastores ao Planalto, por exemplo, o GSI argumentou inicialmente - porque depois recuou e divulgou os dados - que a informação poderia colocar em risco a segurança de Bolsonaro e de seus familiares.

Este não foi o único caso onde Bolsonaro esconde da sociedade brasileira a verdade impondo um covarde sigilo de cem anos. Outros casos colocados sob sigilo pelo governo são:

Vacinação

Durante a pandemia de Covid-19, o Planalto decretou sigilo de até 100 anos ao cartão de vacinação de Bolsonaro. Não se sabe, portanto, se ele já se vacinou contra a Covid-19.  Segundo a Presidência da República, os dados "dizem respeito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem" de Bolsonaro. Isso é mentira, afinal de contas quando um cartão de vacinação deve ser escondido da sociedade?! Bolsonaro mente, se tomou a vacina não quer que seu gado saiba, porém, não tem coragem de falar a verdade.

Visita dos filhos ao papai

Em julho de 2021, o governo impôs sigilo de 100 anos sobre informações dos crachás de acesso ao Planalto emitidos em nome dos filhos de Bolsonaro, Carlos e Eduardo. Depois de espalharem milhares de mensagens mentirosas sobre filhos de Lula e da filha de Dilma, o presidente precisa esconder do país o porquê seus filhos o visitam constantemente na área presidencial.

Eduardo Pazuello

O ex-ministro da Saúde foi alvo de processo administrativo nas Forças Armadas por ter, como militar da ativa, comparecido à comício político ao lado de Jair Bolsonaro, o que é vedado pelo regimento das forças. O processo foi arquivado. O caso também foi colocado sob sigilo de 100 anos porque, segundo o Exército, contém informações pessoais. Outra mentira, desta vez usando o Exército como parte da trama.

Valdemar Costa Neto

Assim como as visitas dos filhos de Bolsonaro, foi colocada sob sigilo a agenda do chefe do governo com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O PL é o partido que abriga a candidatura de Bolsonaro à reeleição. Valdemar foi um dos próceres do mensalão, onde foi julgado e condenado a sete anos e dez meses de prisão. Cumpriu pena em regime semiaberto e aberto e cumpriu o resto em casa, usando tornozeleiras. Em 2016, em decorrência do decreto presidencial de indulto expedido no ano anterior, o Supremo Tribunal Federal julgou extinta a sua punibilidade, concedendo-lhe a liberdade.

Neste caso, é bom lembrar que os bolsonaristas chamam Lula de ladrão enquanto o Mito anda de braços dados com o corrupto que deitou e rolou no Mensalão e foi solto pelo mesmo STF que eles tanto dizem odiar. Hipocrisia?

Cartão Corporativo

Este é outro item que Bolsonaro zomba da cara dos brasileiros, escondendo o quanto gasta e com o que está torrando recursos custeados pelo povo brasileiro.

Esse sujeito eleito pelo voto popular nas urnas eletrônicas agora diz aos seus eleitores que não confia no sistema eleitoral brasileiro, onde se elegeu e reelegeu a deputado federal por anos a fio, sem nunca ter levantado algo contra as urnas eletrônicas. É mentiroso, demagogo e ditador barato.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

https://www1.folha.uol.com.br/poder/2022/04/bolsonaro-acumula-casos-sob-suspeita-de-corrupcao-veja-um-a-um.shtml

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