“Não existe um governo corrupto
numa Nação ética,
nem há uma Nação corrupta onde
exista um
governo ético e transparente” Leandro Karnal.
A mitologia grega foi a que
mais colaborou com o imaginário ocidental. Em 1100 a.C., eles criaram
não só as sereias como as sirenas: mulheres-pássaros que causavam naufrágios ao
distrair marinheiros com a voz. Diferentemente das mulheres-peixe, nunca se
apaixonavam por humanos. Eram filhas do deus-rio Aqueloo, criadas para serem
amigas de Perséfone, filha de Zeus e Deméter. Filhas do
rio Achelous e da musa Terpsícore, tal como
as harpias, habitavam os rochedos entre
a ilha de Capri e a costa da Itália.
Eram tão lindas e cantavam com tanta
doçura que atraíam os tripulantes dos navios que passavam por ali para os
navios colidirem com os rochedos e afundarem. Odisseu, personagem
da Odisseia de Homero, conseguiu salvar-se porque
colocou cera nos ouvidos dos seus marinheiros e amarrou-se
ao mastro de seu navio, para poder ouvi-las sem poder aproximar-se. As sereias
representam na cultura contemporânea o sexo e a sensualidade.
Na Grécia Antiga, porém, os seres
que atacaram Odisseu eram, na verdade, retratados como sendo sereias, mulheres
que ofenderam a deusa Afrodite e foram viver numa ilha isolada. Assemelham-se
às harpias, mas possuem penas negras, uma linda voz e uma beleza única.
Na atualidade 38% dos eleitores
brasileiros, que na prática são pouco mais de 28% do total de brasileiros, se
deixaram levar pelo canto da sereia. Numa eleição em dois turnos, optaram em
votar em um candidato despreparado, que havia ficado 30 anos no Poder
Legislativo sem nunca em tempo algum ter feito algo pelo Estado que
representava nem pelo país.
O som da sereia neste caso se reveste
de uma canção carregada de preconceito, de ódio e de aversão a outro partido
que governara o país até 2016. Por mais que discorde e tenha criticas severas a
este outro partido, não posso imaginar que votar em alguém tosco e ignorante
possa desfazer aquilo que tenha sido feito de forma errada.
O voto tem de ser consciente e baseado
na pesquisa dos candidatos colocados a prova no primeiro turno, votar com ódio
ou com o fígado jamais vai trazer bons resultados. A pauta era baseada em Fake
News, em aproximar os evangélicos com um discurso pró-família, embora no mesmo
projeto estivesse incluso liberação de armas e agrotóxicos (ambas que matam
pessoas e destroem famílias).
Haviam opções no primeiro turno, quis
o destino cruel que os dois postulantes no segundo turno fossem o candidato do
partido odiado por parcela significativa da população contra o sujeito
despreparado e sem noção alguma de gestão pública.
Após seis meses de governo, o país
está parado, o presidente só tem um argumento, um projeto, que é a Reforma da
Previdência. O desemprego de 13 milhões de brasileiros, as obras de
infraestrutura necessárias, habitação popular e o crônico problema da saúde
ficam a mercê da aprovação dessa reforma.
Minha opinião: O povo brasileiro, em
especial os 62% que não deram seu aval a este presidente vão sofrer muito,
tanto quanto aqueles que fazem parte dos 38% de eleitores do PSL. Essa reforma
não vai gerar empregos, desenvolvimento econômico e crescimento da economia
brasileira. Aguardem e veremos em pouco tempo. O canto da sereia ainda ilude,
mas não por muito tempo.
Autor:
Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.
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