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10 de julho de 2019

O canto da sereia no Brasil!

“Não existe um governo corrupto numa Nação ética,
nem há uma Nação corrupta onde exista um
governo ético e transparente” Leandro Karnal.

A mitologia grega foi a que mais colaborou com o imaginário ocidental. Em 1100 a.C., eles criaram não só as sereias como as sirenas: mulheres-pássaros que causavam naufrágios ao distrair marinheiros com a voz. Diferentemente das mulheres-peixe, nunca se apaixonavam por humanos. Eram filhas do deus-rio Aqueloo, criadas para serem amigas de Perséfone, filha de Zeus e Deméter. Filhas do rio Achelous e da musa Terpsícore, tal como as harpias, habitavam os rochedos entre a ilha de Capri e a costa da Itália.
Eram tão lindas e cantavam com tanta doçura que atraíam os tripulantes dos navios que passavam por ali para os navios colidirem com os rochedos e afundarem. Odisseu, personagem da Odisseia de Homero, conseguiu salvar-se porque colocou cera nos ouvidos dos seus marinheiros e amarrou-se ao mastro de seu navio, para poder ouvi-las sem poder aproximar-se. As sereias representam na cultura contemporânea o sexo e a sensualidade.
Na Grécia Antiga, porém, os seres que atacaram Odisseu eram, na verdade, retratados como sendo sereias, mulheres que ofenderam a deusa Afrodite e foram viver numa ilha isolada. Assemelham-se às harpias, mas possuem penas negras, uma linda voz e uma beleza única.
Na atualidade 38% dos eleitores brasileiros, que na prática são pouco mais de 28% do total de brasileiros, se deixaram levar pelo canto da sereia. Numa eleição em dois turnos, optaram em votar em um candidato despreparado, que havia ficado 30 anos no Poder Legislativo sem nunca em tempo algum ter feito algo pelo Estado que representava nem pelo país.
O som da sereia neste caso se reveste de uma canção carregada de preconceito, de ódio e de aversão a outro partido que governara o país até 2016. Por mais que discorde e tenha criticas severas a este outro partido, não posso imaginar que votar em alguém tosco e ignorante possa desfazer aquilo que tenha sido feito de forma errada.
O voto tem de ser consciente e baseado na pesquisa dos candidatos colocados a prova no primeiro turno, votar com ódio ou com o fígado jamais vai trazer bons resultados. A pauta era baseada em Fake News, em aproximar os evangélicos com um discurso pró-família, embora no mesmo projeto estivesse incluso liberação de armas e agrotóxicos (ambas que matam pessoas e destroem famílias).
Haviam opções no primeiro turno, quis o destino cruel que os dois postulantes no segundo turno fossem o candidato do partido odiado por parcela significativa da população contra o sujeito despreparado e sem noção alguma de gestão pública.
Após seis meses de governo, o país está parado, o presidente só tem um argumento, um projeto, que é a Reforma da Previdência. O desemprego de 13 milhões de brasileiros, as obras de infraestrutura necessárias, habitação popular e o crônico problema da saúde ficam a mercê da aprovação dessa reforma.
Minha opinião: O povo brasileiro, em especial os 62% que não deram seu aval a este presidente vão sofrer muito, tanto quanto aqueles que fazem parte dos 38% de eleitores do PSL. Essa reforma não vai gerar empregos, desenvolvimento econômico e crescimento da economia brasileira. Aguardem e veremos em pouco tempo. O canto da sereia ainda ilude, mas não por muito tempo. 

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública. 

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