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1 de julho de 2025

O que será preciso fazer para voltarmos a normalidade?

Neste domingo de sol em São Paulo, penúltimo dia de junho de 2025, os paulistanos presenciaram mais uma vez uma manifestação em prol de um inelegível à beira de uma condenação na justiça. Como sempre, o trio elétrico carregava o inelegível, seu filho vereador do Rio de Janeiro, o atual governador de São Paulo, prefeito da cidade e o pastor Malafaia, figura conhecida deste tipo de evento.

Na avenida Paulista, que já teve milhões de seguidores nos áureos tempos do bolsonarismo, cerca de 12 mil pessoas “enchiam” meia quadra da avenida entre envergonhados e desolados patriotários portando bandeiras dos EUA e de Israel, talvez querendo mostrar que são patriotas estrangeiros.

A maior parte destas pessoas são considerados idosos, por terem mais de 60 anos. Poucos ou raros jovens estavam na avenida em apoio ao inelegível, ficando restrito este apoio aos idosos sem noção, sem conhecimento de política, um grupo ultra desinformado sobre tudo e sobre todos. Em comum, o fato de “odiarem” Lula, esquerda e a própria dignidade.

Essa insistência nos leva a pensar: onde estas pessoas poderiam estar, não fosse na Avenida Paulista apoiando um sujeito com diversos processos criminosos nas costas, que ficou quatro anos na presidência sem nada ter feito pelos aposentados, pensionistas e brasileiros em geral?

Uma voz surge no horizonte e grita em uníssono: #PelaReaberturaDosBingosJá. Pois era naqueles aprazíveis locais que se concentravam a maior parte dos idosos por metro quadrado do país. Não mexiam com ninguém, não faziam mal a ninguém, não portavam camisetas da seleção brasileira dentro deste Bingos. E o melhor de tudo: não se preocupavam com ideologia, Israel, eleição, urna eletrônica, etc.

Por que fecharam os Bingos? Por que tiraram os idosos do sossego das tardes brasileiras? Lula, STF, Congresso Nacional: Reabram os Bingos! Só assim a paz voltará a reinar nas nossas vidas.

Eles se dizem cristãos enquanto carregam uma bandeira de Israel, sem perceber que a história registra que Israel nunca foi um país cristão e que Jesus Cristo nasceu na Galileia, Palestina. Eles dizem que estão na avenida pela liberdade, porém, clamam por intervenção militar e ficaram nas portas de quartéis pedindo a volta da ditadura. A incoerência e a hipocrisia é a marca registrada destas pessoas.

Eles passaram longe dos livros de história. Alguém precisa distribuir cartelas e bolas numeradas para que eles voltem a se distrair com os bingos. #PelaReaberturaDosBingosJá    


Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

A multiplicação dos pescadores em Mocajuba no Pará pelo INSS!

Um dos milagres mais conhecidos de Jesus Cristo está relatado nos quatro evangelhos do Novo Testamento (Mateus 14:13-21, Marcos 6:30-44, Lucas 9:10-17 e João 6:1-15). Jesus estava pregando para uma grande multidão, que o seguiu até um lugar afastado. Ao final do dia, seus discípulos se preocuparam porque o povo estava com fome e não havia comida suficiente. Então, sugeriram a Jesus que mandasse a multidão embora para que pudessem buscar alimento nas aldeias. Mas Jesus respondeu: "Dai-lhes vós mesmos de comer."

Os discípulos disseram que só tinham cinco pães e dois peixes, trazidos por um menino. Jesus, então:

1.    Pediu que todos se sentassem na relva.

2.    Pegou os pães e os peixes, ergueu os olhos ao céu, abençoou os alimentos e os partiu.

3.    Mandou os discípulos distribuírem a comida.

Resultado: Todos comeram até ficarem satisfeitos. Ainda sobraram doze cestos cheios de pedaços de pão e peixe.

No município de Mocajuba (PA), 14,7 mil pescadores receberam o seguro-defeso do INSS em 2024. A cidade, localizada às margens do rio Tocantins e a quatro horas de carro de Belém, tem a maior proporção de pescadores por habitante do Brasil.

O problema é que, segundo dados do IBGE, não é possível haver tantos pescadores artesanais na cidade. Há 15,3 mil adultos no município, dos quais 6.300 trabalham em fazendas, 1.800 estão empregados pela prefeitura e 716 atuam no SUS ou como professores.

O número de pescadores registrados no país saltou de 1 milhão em 2022 para 1,7 milhão em maio de 2025 — sendo 500 mil novos cadastros desde meados de 2024. O registro é obrigatório para acessar o benefício, pago quando a pesca é proibida por razões ambientais. Em 2024, o governo gastou R$ 5,9 bilhões com o seguro.

Ou o INSS está fazendo a multiplicação dos pescadores ou, o que é mais provável, está no meio de mais uma fraude gigante por falta de fiscalização, controle e vontade de fazer aquilo que é certo.

Enquanto nas grandes cidades há tanto rigor para com os aposentados, pensionistas e os que pretendem receber auxílio doença, no interior do Pará segue atestando milhares de auxílios de seguro defeso para quem nunca chegou próximo de um rio ou pescou na vida profissionalmente.

Muitas vezes no Brasil temos a nítida impressão de que não vivemos no Século XXI em plena era da tecnologia com Inteligência Artificial e tantos recursos à disposição dos órgãos públicos. Falta inteligência humana, vontade de coibir abusos e desvios de recursos que nos são tão preciosos.

Em todos os benefícios do governo, em qualquer instância (municipal, estadual ou federal), nunca temos certeza se aqueles que estão recebendo passaram pelo crivo correto antes de poderem receber recursos oriundos dos nossos impostos.

 

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

Criação de taxas sobre ingressos de shows!

 

Imagine um restaurante, um bar, um quiosque na praia ou um trailer de lanches numa cidade brasileira. Todos têm em comum o fato de que cobram os preços estipulados e divulgados em seus cardápios.

A bebida ou refeição podem ser servidas no balcão, na mesa ou até ao lado de fora do estabelecimento, o valor é sempre o mesmo. Ou seja, aquele chope no balcão tem o mesmo valor da bebida servida à mesa para o cliente.

Estes proprietários também possuem em comum o fato de que não podem criar taxas sobre os seus serviços sob quaisquer argumentos.

Porém, diferentemente desse procedimento, temos no país um segmento que estipula taxas diferentes para agregar ao preço dos serviços prestados ao consumidor. Tornando os valores dos serviços abusivos.

Ao adquirir nos sites de vendas de ingressos para espetáculos (shows ou peças teatrais), os clientes agora tem que pagar uma nova taxa criada pelos empresários do segmento. Para o leitor ter uma ideia funciona desta forma:

Show da Banda My Chemical Romance em São Paulo – Empresa Eventim.

Pista Premium Portão B – R$ 895,00 (59% do salário mínimo).

Taxa Administrativa –               R$     21,00 (2,4%)

Taxa de Serviço –                    R$    195,11 (21,8%)

Taxa de Processamento -     R$      33,33 (3,7%)

Total do Ingresso –                   R$ 1.144,44

O valor total do ingresso em questão fica em torno de 75,4% do salário mínimo vigente em nosso país em 2025. Um roubo, um acinte para quem trabalha o mês inteiro neste nosso país e recebe um salário mínimo, equivalente a um ingresso de um show.

Por um ingresso a empresa organizadora cobra em taxas diversas o equivalente a R$ 249,44. O fã da banda está pagando ao adquirir o ingresso em taxas o equivalente a 27,87% sobre o valor do mesmo.

Os donos dos estabelecimentos comerciais citados no início do artigo não podem criar novas taxas a bel prazer e são fiscalizados diariamente pela prefeitura, vigilância sanitária, etc. Então, como explicar que as empresas organizadoras que comercializam a venda dos ingressos possam criar da noite para o dia uma taxa de processamento sem dar nenhuma explicação as autoridades e aos consumidores?

Como é normal em nosso país desigual e injusto, ficam as perguntas no ar: Onde estão os órgãos de proteção dos consumidores? Cadê o Procon? A quem estas empresas estão afetas? Podem fazer o que bem entendem? Recolhem impostos ao governo municipal, estadual e federal? 

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.