Neste domingo de sol em São Paulo, penúltimo dia de junho de 2025, os paulistanos presenciaram mais uma vez uma manifestação em prol de um inelegível à beira de uma condenação na justiça. Como sempre, o trio elétrico carregava o inelegível, seu filho vereador do Rio de Janeiro, o atual governador de São Paulo, prefeito da cidade e o pastor Malafaia, figura conhecida deste tipo de evento.
Na avenida Paulista, que já teve milhões de seguidores nos áureos tempos do bolsonarismo, cerca de 12 mil pessoas “enchiam” meia quadra da avenida entre envergonhados e desolados patriotários portando bandeiras dos EUA e de Israel, talvez querendo mostrar que são patriotas estrangeiros.
A maior parte destas pessoas são considerados idosos, por terem mais de 60 anos. Poucos ou raros jovens estavam na avenida em apoio ao inelegível, ficando restrito este apoio aos idosos sem noção, sem conhecimento de política, um grupo ultra desinformado sobre tudo e sobre todos. Em comum, o fato de “odiarem” Lula, esquerda e a própria dignidade.
Essa insistência nos leva a pensar: onde estas pessoas poderiam estar, não fosse na Avenida Paulista apoiando um sujeito com diversos processos criminosos nas costas, que ficou quatro anos na presidência sem nada ter feito pelos aposentados, pensionistas e brasileiros em geral?
Uma voz surge no horizonte e grita em uníssono: #PelaReaberturaDosBingosJá. Pois era naqueles aprazíveis locais que se concentravam a maior parte dos idosos por metro quadrado do país. Não mexiam com ninguém, não faziam mal a ninguém, não portavam camisetas da seleção brasileira dentro deste Bingos. E o melhor de tudo: não se preocupavam com ideologia, Israel, eleição, urna eletrônica, etc.
Por que fecharam os Bingos? Por que tiraram os idosos do sossego das tardes brasileiras? Lula, STF, Congresso Nacional: Reabram os Bingos! Só assim a paz voltará a reinar nas nossas vidas.
Eles se dizem cristãos enquanto carregam uma bandeira de Israel, sem perceber que a história registra que Israel nunca foi um país cristão e que Jesus Cristo nasceu na Galileia, Palestina. Eles dizem que estão na avenida pela liberdade, porém, clamam por intervenção militar e ficaram nas portas de quartéis pedindo a volta da ditadura. A incoerência e a hipocrisia é a marca registrada destas pessoas.
Eles passaram longe dos livros de história. Alguém precisa distribuir cartelas e bolas numeradas para que eles voltem a se distrair com os bingos. #PelaReaberturaDosBingosJá
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.