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21 de janeiro de 2025

A volta ao passado numa viagem às trevas!

 

A posse do bufão americano, o laranjão das trevas da extrema-direita Donald Trump aconteceu neste dia 20 de janeiro de 2025. No entanto, suas ideias mostram que o presidente eleito e empossado dos EUA quer a volta ao passado, além de propor descaradamente o expansionismo americano a base da força militar.

Suas primeiras propostas não deixam dúvidas e são estas:

- Sua primeira ordem executiva será a declaração de emergência na fronteira entre EUA e México, o que significa a autorização do envio de militares à região;

- Diz que vai "retomar o controle" do Canal do Panamá;

- Diz que irá taxar outros países (Brics) para garantir o protecionismo em medidas energéticas;

- Diz que os EUA voltarão a ser um país que "expande seu território".

- Quer a bandeira americana em Marte.

- Quer "retomar" a liberdade de expressão no país e acabar com a censura e perseguição que ele afirma haver nos EUA;

- Diz que os EUA voltarão a ser um país "com dois gêneros: o feminino e o masculino".

 Em qualquer parte do mundo, quando ouvimos um discurso de alguém da extrema-direita, com toda certeza estaremos ouvindo o fascismo em sua pior versão, desde a Segunda Guerra Mundial.

Um político julgado por extorquir uma prostituta americana falar em gênero e liberdade de expressão é no mínimo patético e hipócrita. Trump, com sua virulência habitual, não propõe desenvolvimento, geração de novos empregos, paz, reconstrução, mas apenas tomada de poder a força, invasão de outras nações e a barbárie.

Em sua primeira gestão (2017-2020), nada foi realizado que pudesse justificar a sua volta ao poder pelo voto popular. Não tem legado, não tem nada do que se possa lembrar de útil.

Assim como Bolsonaro, Milei e outros políticos de extrema-direita, o discurso beligerante e agressivo sobrepõe a ordem e a justiça. Se incomodam com gêneros, mas aceitam pedofilia, prostituição, corrupção e o enriquecimento ilícito de seus pares.

O mundo atual que convive com genocídio em Gaza, a guerra sem sentido entre Ucrânia e Rússia, e tantos outros confrontos desnecessários terá que lidar a partir de hoje, com os arroubos de um bufão americano egocêntrico, desmiolado e incapaz de um gesto em nome da união e da paz.

Claro que entre as promessas de campanha e a execução delas existe uma vala do tamanho do Gran Canyon. Expulsar milhões de imigrantes num país onde a mão de obra dos serviços é 99% realizadas por latinos é algo que devemos pagar para ver. Porém, aqueles que estão dentro do país sem ter visto, irão enfrentar dificuldades hercúleas para permanecerem em solo americano.

Os juristas consultados afirmam que muito provavelmente algumas das decisões que o bufão conta como certeza, serão impedidas pela Justiça por serem inconstitucionais.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

20 de janeiro de 2025

Lições das férias!

Caminhando pela calçada à beira-mar, os transeuntes se cumprimentam. Bom dia! Gesto deplorável, segundo os jovens que me acompanham, sentindo até vergonha de estarem em minha companhia. Não aceitam a ideia de ser o mínimo que se espera entre pessoas que civilizadamente apenas estão dividindo, provisoriamente, o mesmo espaço. Mas são desconhecidos, argumenta uma das moças. Sim, mas é por isso que ficamos no bom dia, sem precisar entabular uma conversa sobre a vida mundana de cada um. No Instagram, contudo, falam de si e colocam imagens de tudo o que presenciam - sem necessariamente vivenciar - para qualquer um ver e ler. Meu bom dia é mais inocente e seguro.

Na malemolência de alguns dias na praia, o blog se encurta para respeitar a dimensão da quantidade de leitores. Quantidade, não intensidade, pois eles aí estão e lançam comentários à espera de resposta. A decisão por não responder diretamente foi para não poluir o espaço, mas vez ou outra cito esses abnegados frequentadores. Um deles solicitou meu livro de poemas, mas não deixou endereço ou e-mail de contato, pois entrou como anônimo. "O eu e o outro" foi lançado em 2016 pela Litera Cidade, sem pretensões comerciais, e distribuído bastante e vendido pouco para nichos com os quais tive contato. Foi um cartão de visitas de que restam alguns exemplares. É interessante constatar que algumas dessas doações estão sendo comercializadas na Estante Virtual, com preços entre R$ 5 e R$10. Vale um pouco mais para mim.

Paulo Viana, meu confrade na Academia de Letras de Lorena e o leitor número 1 deste espaço, sugeriu reler Cem Anos de Solidão e ver a série recentemente lançada no streaming. Uma boa medida, mas farei o contrário, assistirei à série e tentarei reler o livro. Minha primeira experiência com a obra foi no colégio, por sugestão de um amigo, que também recomendou fazer de imediato um mapa da árvore genealógica dos Buendía, pois somente assim conseguiria entender o enredo. Eu fui atraído mais pelos quadros do realismo fantástico a cada capítulo e, sim, acabei me perdendo no enredo. Experiência quase adolescente que preciso reviver agora, suposto maduro na vida. As férias, além do descanso, dão-nos lições. A oportunidade da leitura é uma delas e não adianta chorar criminosamente ante a partida do cônjuge para a festa do medo alhures.

Autor: Professor Adilson Roberto Gonçalves – Publicado no Blog dos Três Parágrafos.

17 de janeiro de 2025

Qual é o destino de um povo sem educação, desinformado e alheio à cultura?

 

Se a educação formal do nosso país está aquém da qualidade que sempre sonhamos e distante milhões de quilômetros da Finlândia, por exemplo, soma-se a esse problema a realidade de governantes de grandes Estados brasileiros tentando privatizar escolas, reduzindo as contratações de professores efetivos e promovendo um desmonte completo no ensino básico.

Para não deixar dúvidas da situação difícil que enfrentamos em plena era da tecnologia e informação, assistimos aos políticos do Congresso Nacional cometerem o crime da desinformação, disseminando Fake News com objetivos torpes e baixos.

Essa desinformação circula nas redes sociais e nos aplicativos de mensagens, atingindo cerca de 100 milhões de brasileiros. Os políticos permanecem impunes, alegando que estão apenas exercendo o falso direito à liberdade de expressão, o que é notoriamente outra mentira, visto que expressar opinião não significa espalhar mentiras prejudiciais à própria sociedade, que as consome vorazmente.

A 6ª edição da pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil", do Instituto Pró-Livro, revela uma queda significativa no número de leitores no país, com uma perda de quase 7 milhões de leitores nos últimos quatro anos. Durante esse período, os brasileiros abandonaram o hábito da leitura.

Percebam que ao mesmo passo que consomem mentiras nas redes sociais e nos aplicativos de mensagens, os brasileiros deixaram de ler jornais, revistas e, principalmente, livros. Se tornaram presas fáceis para serem manipulados por políticos inescrupulosos. Ao abdicarem de obter conhecimento nas páginas dos livros, esses brasileiros entregam suas vidas à ignorância perpétua.

Esse panorama fica ainda pior quando olhamos que o cenário é ainda mais preocupante quando se observa a leitura de livros inteiros: 73% dos brasileiros, 148 milhões, não completaram nenhuma leitura. Essa perda de consumidores de livros é registrada em todas as faixas etárias, classes sociais e níveis de escolaridade, com exceção das crianças de 11 a 13 anos e das pessoas com 70 anos ou mais.

Antigamente, há alguns anos, os jovens ao menos liam um livro por mês na escola, como parte das tarefas que realizavam. Muitos tomavam gosto pela leitura e eram incentivados por seus pais. Hoje, ao chegarem em casa, esses jovens veem seus pais com os celulares na mão ou na frente da televisão assistindo ao Big Brother Brasil ou qualquer outro lixo na grade da nossa televisão aberta.

Os pais não incentivam, não compram livros e não mostram aos filhos a importância fundamental da leitura, da busca pelo conhecimento. Não informam sobre as possibilidades das muitas viagens através da escrita, deixando para trás Clarice Lispector, Machado de Assis, Guimarães Rosa, Drummond de Andrade, Graciliano Ramos, Jorge Amado, Cecília Meireles, Manuel Bandeira, Lygia Fagundes Telles, João Cabral de Melo Neto, Mario Quintana, Ariano Suassuna e centenas de tantos outros grandes gênios da nossa literatura.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.