Seguidores

17 de janeiro de 2025

Qual é o destino de um povo sem educação, desinformado e alheio à cultura?

 

Se a educação formal do nosso país está aquém da qualidade que sempre sonhamos e distante milhões de quilômetros da Finlândia, por exemplo, soma-se a esse problema a realidade de governantes de grandes Estados brasileiros tentando privatizar escolas, reduzindo as contratações de professores efetivos e promovendo um desmonte completo no ensino básico.

Para não deixar dúvidas da situação difícil que enfrentamos em plena era da tecnologia e informação, assistimos aos políticos do Congresso Nacional cometerem o crime da desinformação, disseminando Fake News com objetivos torpes e baixos.

Essa desinformação circula nas redes sociais e nos aplicativos de mensagens, atingindo cerca de 100 milhões de brasileiros. Os políticos permanecem impunes, alegando que estão apenas exercendo o falso direito à liberdade de expressão, o que é notoriamente outra mentira, visto que expressar opinião não significa espalhar mentiras prejudiciais à própria sociedade, que as consome vorazmente.

A 6ª edição da pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil", do Instituto Pró-Livro, revela uma queda significativa no número de leitores no país, com uma perda de quase 7 milhões de leitores nos últimos quatro anos. Durante esse período, os brasileiros abandonaram o hábito da leitura.

Percebam que ao mesmo passo que consomem mentiras nas redes sociais e nos aplicativos de mensagens, os brasileiros deixaram de ler jornais, revistas e, principalmente, livros. Se tornaram presas fáceis para serem manipulados por políticos inescrupulosos. Ao abdicarem de obter conhecimento nas páginas dos livros, esses brasileiros entregam suas vidas à ignorância perpétua.

Esse panorama fica ainda pior quando olhamos que o cenário é ainda mais preocupante quando se observa a leitura de livros inteiros: 73% dos brasileiros, 148 milhões, não completaram nenhuma leitura. Essa perda de consumidores de livros é registrada em todas as faixas etárias, classes sociais e níveis de escolaridade, com exceção das crianças de 11 a 13 anos e das pessoas com 70 anos ou mais.

Antigamente, há alguns anos, os jovens ao menos liam um livro por mês na escola, como parte das tarefas que realizavam. Muitos tomavam gosto pela leitura e eram incentivados por seus pais. Hoje, ao chegarem em casa, esses jovens veem seus pais com os celulares na mão ou na frente da televisão assistindo ao Big Brother Brasil ou qualquer outro lixo na grade da nossa televisão aberta.

Os pais não incentivam, não compram livros e não mostram aos filhos a importância fundamental da leitura, da busca pelo conhecimento. Não informam sobre as possibilidades das muitas viagens através da escrita, deixando para trás Clarice Lispector, Machado de Assis, Guimarães Rosa, Drummond de Andrade, Graciliano Ramos, Jorge Amado, Cecília Meireles, Manuel Bandeira, Lygia Fagundes Telles, João Cabral de Melo Neto, Mario Quintana, Ariano Suassuna e centenas de tantos outros grandes gênios da nossa literatura.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

Nenhum comentário: