Depois da derrota, da invasão frustrada à Praça dos Três Poderes, inegibilidade do Mito e as denúncias de roubo de joias, reuniões para salvar o filho Flávio da polícia e Receita Federal, os bolsonaristas começaram a tentar impor nova narrativa nas redes sociais e na grande mídia.
Além disso, ao deixar Bolsonaro de lado, eles começaram a tentar implicar a força o nome de Tarcísio de Freitas, como se este fosse uma alternativa para as eleições a presidência em 2026. Isso em conjunto com o mantra dos “Gastos públicos”.
O mantra é simples de explicar: como Temer e Bolsonaro em seis anos não fizeram nada em favor da sociedade (Hospitais, Escolas, Universidades, Estradas, habitação Popular e Saneamento Básico) e não gastaram com o que deveriam, porém, ao término do mandato de Bolsonaro havia um rombo de R$ 250 bilhões no caixa do governo, tudo isso assumido e pago pelo Governo Lula.
Bolsonaro gastou recursos do povo com seu cartão corporativo pagando motociatas, concedendo auxílios a caminhoneiros e taxistas e elevando gastos com o Bolsa Família no afã desesperado de tentar se eleger.
Com relação ao mandato de Tarcísio, em um ano e sete meses de gestão, não resolveu os problemas graves da falta de vagas hospitalares e de UTI no Estado. Tenta desesperadamente promover um desmonte na Educação do Estado, com ações de concessão de escolas estaduais ou a transformação destas em escolas cívico-militares. Tentativa de agradar os conservadores bolsonaristas que sentem saudade do coturno sob os pescoços dos brasileiros.
Por trás da decisão está o sonho de precarizar o ensino, favorecendo escolas privadas, que possuem os empresários muito fortes, ligados ao governo, dificultando sobremaneira o acesso dos alunos egressos do Ensino Público ao Ensino Superior das Universidades Públicas (USP, Unesp, Unicamp) e das Federais.
A venda da Sabesp num leilão onde havia apenas uma empresa interessada não deveria ser motivo de comemoração. Por qualquer ângulo que se olhe, é um escândalo. É escândalo na falta de concorrência, na fixação de um preço inferior ao preço de mercado, na permissão para que uma empresa assumisse o controle da gestão da Sabesp com uma parcela minoritária do capital, a seleção dos investidores premiados com a compra das ações subavaliadas, a falta de compromissos contratuais com a universalização dos serviços, tudo isso compõem um quadro capaz de enrubescer Ademar de Barros ou Maluf.
O déficit de policiais nas corporações da Polícia Civil, Militar e Rodoviária é imenso, fruto do descaso dos tucanos em 28 anos. Até agora esse desmonte não foi corrigido ou pelo menos iniciado por Tarcísio. Faltam policiais nas ruas, médicos nos hospitais, vagas de UTI, habitação popular e saneamento básico no Estado.
No entanto, alguns aloprados escrevem diariamente em colunas de leitores enaltecendo esse sujeito que é contra a democracia, apoiou um golpista e não está fazendo nada que pudesse justificar esse mantra para as próximas eleições.
Essa ideologia barata,
rasteira e calcada firmemente nas mentiras disseminadas pelo bolsonarismo está
levando nosso país a ter bancadas de vereadores, deputados, senadores,
prefeitos e governadores sem a mínima condição de governar.
Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Acadêmico da ABLetras, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.
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