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1 de setembro de 2020

O uso da família nas eleições pelos falsos religiosos!


 "Os políticos são um grupo de homens
que vêm os próprios interesses e não
trilham a senda das pessoas honradas"
Abraham Lincoln



Nas últimas eleições gerais em 2018, assistimos diversos candidatos utilizando em seus discursos, plataformas e apelos de campanha a defesa inconteste da família brasileira. Defesa da moral, dos costumes, da ideologia de gênero, etc.
Porém, nenhum destes candidatos defendeu após as suas posses a volta dos empregos que são a base de sustentação de qualquer família. A modernização da saúde pública com a contratação de médicos, enfermeiros e o acesso gratuito da população aos exames laboratoriais e complementares. A reforma do sistema educacional baseado na qualidade do ensino, na modernização das escolas e no respeito aos professores.
Era tudo balela, conversa fiada para que pudessem ascender aos cargos desejados apenas e tão somente. Após eleitos estão nas casas de leis discutindo armamentos, isenção para cobrança de impostos para seus templos nababescos que rendem fortunas, cerceamento do direito individual dos brasileiros e a guerra contra a ideologia de gênero, algo que no primeiro mundo foi superado pelas sociedades mais avançadas e com educação superior de qualidade.
Estes políticos exploram a ignorância de parcela considerável da população amedrontando-os com o uso do comunismo que nunca existiu enquanto sistema de governo em nosso país desde de 1500 quando fomos descobertos. A disseminação de Fake News sobre apologia ao fim da família tradicional e outras sandices que infelizmente surtiram efeito para estes políticos sanguessugas.
A deputada federal Flordelis – PSD/RJ envolvida no assassinato de seu marido, Anderson do Carmo, um pastor evangélico. Essa era uma das muitas religiosas que usaram em vão o nome de Deus e da família para se eleger.
Outro exemplo recente é o do deputado federal Otoni de Paula – PSC/RJ, que é pastor da igreja evangélica e lidera unidades da Assembleia de Deus do Rio de Janeiro há 22 anos. Segundo sua própria biografia, é um destes exemplos nefastos que tanto gostaríamos de ver longe da Câmara e da política nacional.
Conforme foi revelado pelo Globo, este deputado já gastou mais R$ 238,5 mil de dinheiro público com a empresa Aplicanet Informática, acusada de disparo indevido de mensagens durante eleições. No total, Otoni de Paula tirou de dinheiro público e deu para membros da Assembleia de Deus do Rio de Janeiro cerca de R$711.797,00.
A lista é grande e envolve políticos em vários cargos eletivos, cabe ao eleitor redobrar os cuidados com essa gente na hora da escolha dos seus candidatos nas eleições. Em 2020, mais uma vez teremos pela frente eleições municipais. Serão eleitos vereadores e prefeitos em 5.570 municípios do país.
A prisão e indiciamento do Pastor Everaldo – PSC cujas investigações encontram pelo menos R$ 884 mil em depósitos fracionados em dinheiro nas contas de duas empresas do presidente do PSC e seus dois filhos. Os três foram presos neste dia 28 de agosto de 2020 na Operação Tris in Idem, que determinou o afastamento do governador Wilson Witzel (PSC-RJ).
A opção religiosa de um cidadão não o credencia nem o desqualifica para um cargo, porém, existem outros itens que devem ser analisados e levados em consideração pelos eleitores. Vida pregressa, formação profissional, escolar, experiência e trabalhos já realizados para a comunidade ao qual está se candidatando.
De boas intenções e discursos o inferno está cheio, já dizia o ditado antigo.

Autor: Rafael Moia Filho: Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.

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