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7 de setembro de 2020

O que há por trás de um comportamento aparentemente inocente?



“A ignorância é a maior enfermidade do gênero humano.” 
Marco Túlio Cícero.


Por trás das campanhas eleitorais ocorridas em vários países, incluindo o Brasil, Hungria, Turquia, EUA temos um processo de desvirtuamento do sistema com o uso de disparos de mensagens através de agências contratadas exclusivamente para desinformar, mentir, agredir e alterar os resultados de uma eleição. Tudo financiado por empresários alinhados com a direita e seus candidatos.
Nestes países temos em comum, a guerra declarada a mídia crítica, no nosso caso a Globo, Estadão e Folha de SP. Para poder levar suas mensagens de ódio e espalhar Fake News Bolsonaro usa um ecossistema de sites, blogs e influenciadores digitais que inundam redes sociais com versões próprias do governo. Entre eles estão: Terça Livre, Conexão Política, Crítica Nacional, Jornal da Cidade Online, Pleno News, Hipócritas, Renova Mídia, Movimento Brasil Conservador, Senso Incomum e República de Curitiba, além de utilizarem várias contas em redes sociais como por exemplo, “isentões, Bernardo Kuster, Leandro Ruschel, etc.
Um dos canais de financiamento deste universo bolsonarista vem através do Site Corwdfunding Apoia-se. Depois de eleito o governo Bolsonaro começou a investir recursos de publicidade do governo federal nestes meios de comunicação alternativos.
Pois é essa milícia digital que operacionalizou o envio de milhões de mensagens de cunho mentiroso, denegrindo adversários ou mentindo sobre projetos de governo, falsas realizações e até pesquisas suspeitas.
Vivemos a Era da Pós Verdade em países que elegeram governantes populistas e nacionalistas. Governos que valorizam versões em detrimento de fatos. A frase atribuída ao senador americano Daniel Patrick Moynihan, democrata, foi subvertida: “Todo mundo tem direito a suas próprias opiniões, mas não a seus próprios fatos”.
Algumas vezes podem passar despercebidas da sociedade a ira de Bolsonaro contra a mídia tradicional, bem como todos os jornalistas que criticam ou investigam seu governo e sua família. É algo orquestrado, seguindo a cartilha do húngaro Viktor Orbán e do turco Erdogan, com objetivo nítido de destruir a mídia que tem voz crítica, mantendo apenas aqueles que lhe são servis.
Não à toa, Bolsonaro diversas vezes já agrediu verbalmente jornalistas em frente ao portão do Palácio do Planalto, onde mantém um curral com apoiadores tresloucados, violentos e completamente cegos pelo ódio emanado pelo chefe. Já mandou jornalista calar a boca, já ofendeu e denegriu, além de mentir várias vezes publicando versões falsas de fatos reais na sua conta de Twitter ou nas suas redes sociais.
A mídia brasileira tem virtudes e defeitos, mas jamais foi comunista. Era odiada por Collor de Mello, e agora por Bolsonaro. Motivo: A verdade dói.
Um exemplo inequívoco desse comportamento da família Bolsonaro aconteceu neste começo do mês, a pedido da defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), a Justiça do RJ expediu liminar proibindo a TV Globo de exibir em suas reportagens documentos sigilosos de investigações sobre o filho do presidente Jair Bolsonaro.
A decisão, sigilosa, é da juíza de primeira instância Cristina Feijó, que contraria a Lei da Transparência 12.527/11 e institui uma espécie de censura para proteger um senador envolvido com rachadinha, dinheiro ilícito, negociatas com Fabricio Queiroz entre outras coisas que estão sendo apuradas pelo MP e Justiça.   


Autor: Rafael Moia Filho: Escritor, Blogger e Graduado em Gestão Pública.

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