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5 de setembro de 2022

Seu dinheiro, Nossas Casas, Vossa Impunidade!

            Quando no começo da atual gestão o presidente Bolsonaro sancionou sem vetos a lei que transferiu o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Economia para o Banco Central, um órgão responsável por receber e analisar as comunicações sobre movimentações financeiras suspeitas, direcionando-as às autoridades competentes para a aplicação da lei, tirando sua força no combate a corrupção, lavagem de dinheiro os mais inteligentes perceberam qual era a jogada. Entretanto, a maioria da mídia e da sociedade calaram-se diante da mudança.

O Coaf é uma unidade de inteligência financeira do governo federal que atua principalmente na prevenção e no combate à lavagem de dinheiro. Nenhum outro governo implicou com aquele órgão, ao contrário, respeitou suas decisões e quando puderam, ampliaram seu poder de decisão e abrangência. Inclusive o PT, partido que o presidente adora crucificar com mentiras que seus apoiadores acéfalos acreditam e depois repercutam nas redes sociais bolsonaristas.

Hoje quando o noticiário expõe que a família do presidente (Bolsonaro, duas ex-esposas, seus quatro filhos, irmão e até a falecida mãe) adquiriram em 30 anos mais de cem imóveis, sendo a maior parte paga em dinheiro vivo. Fica claro até para os incautos que o jogo é pesado, que a família que vive da política tem muito mais a explicar enquanto acusa seus adversários e agride os jornalistas.

Nos primeiros meses do mandato de Bolsonaro, no início do 2019, o Ministério Público do Rio de Janeiro deflagrou uma investigação com bases em dados do Coaf que apontavam movimentações financeiras atípicas de Fabrício Queiroz, motorista de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro quando o senador era deputado estadual. 

Conforme o órgão, Queiroz movimentou de maneira atípica R$ 1,2 milhão entre 2016 e 2017. Depois, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, suspendeu investigações baseadas em dados compartilhados pelo Coaf sem autorização judicial. A decisão foi tomada atendendo a um pedido dos advogados de Flávio Bolsonaro.

Foram milhões pagos em imóveis sem que haja a comprovação da origem do dinheiro e sem que os envolvidos tivessem vencimentos compatíveis com o enriquecimento que alcançaram. Um servidor comum já teria sido investigado, e estaria respondendo por diversos crimes. 

Aqui, por mais patético que seja, ainda temos brasileiros que acreditam no Mito, enquanto ele e seus filhos usufruem do Programa habitacional: “Seu Dinheiro, Nossas Casas, Vossa Impunidade”.

Autor: Rafael Moia Filho – Escritor, Blogger, Analista Político e Graduado em Gestão Pública.

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